Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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Programa Ave Maria - 15 de abril de 2010


O Programa Ave Maria é o Programa radiofônico da Paróquia Nossa Senhora de Belém e vai ao ar de segunda à sexta das 18h00 às 18h20. Nas quintas a apresentação do mesmo é feita por Dartagnan da Silva Zanela.

A PEDRA DESDENHADA PELOS CONSTRUTORES – parte IV

Escrevinhação n. 822, redigida em 14 de abril de 2010, dia de Santa Liduína e de São Benezet, o pequeno Bento.

Por Dartagnan da Silva Zanela

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Ensina-nos Santo Irineu que “Deus se fez o que nós somos para nos fazer o que ele É”. Deus é o fundamento da realidade, o princípio que a tudo estrutura. Quando Seu nome é evocado, não estamos nos referindo a mais um ser, mas sim, Aquele que sustenta a todos os seres, inclusive a nós, presunçosos seres humanos. Por isso, quanto Santo Irineu lembra-nos deste fato simples. Com essa lembrança, nos deparamos com o quão pequenos somos e, ao mesmo tempo, o quanto que nosso ser é tomado pelo orgulho e encharcado na pústula da vaidade.

Amorosamente Deus se fez pequenino para que possamos crescer e poder nos aproximar de Seu esplendor. Neste gesto divinal, temos a imagem do caminho que todos podemos e devemos fiar nossos passos para nos tornar àquele de devemos ser e não mais aquilo que as circunstâncias nos transformam. Para tanto, é fundamental que aprendamos com o Cristo a nos fazer pequeninos para que a grandeza possa ser semeada em nosso coração, no centro de nosso ser.

Por essa razão que F. Schuon, ensina-nos que “O Cristo retraça no mundo exterior e histórico o que acontece, desde o começo do tempo, no mundo interior da alma. No homem, o Espírito puro se faz ego, a fim de que o ego se torne puro Espírito”. Trocando por miúdos, quando estamos deitando nossa vista, por exemplo, nas páginas do Santo Evangelho não estamos apenas visualizado um acontecimento que marcou a história, mas sim, diante de um retrato do conflito interior que se faz presente na alma humana. Conflito entre o que devemos ser com as fraquezas que permitem que o mundo, a carne e o demônio nos moldem e nos desvie para uma vereda que nega a razão de nossa existência.

Complicado? Creio que não. Mesmo assim, permita-nos recorrer a uma situação cotidiana para podermos perceber o quanto que esse conflito se faz gritante no âmago de nossa alma. Vejamos: todo bom Cristão tem por hábito ler e meditar sobre os ensinos da Sagrada Escritura diuturnamente. Infelizmente, a maioria inconteste não o faz e quando o faz a conclusão primeira que vem a mente do indivíduo, ou mesmo brota de seus lábios, é de que ele não concorda com o que está escrito nas Páginas Sagradas e que a realidade não pode e nem deve ser do jeito que Elas ensinam.

Espere aí. A Bíblia Sagrada está errada e você está certo. Essa é a conclusão? Será que quando fazemos isso paramos para refletir sobre o tamanho absurdo que estamos afirmando? Este Livro é a manifestação da Vontade Divina em palavras humanas. É um estrado do Reino de Deus entre os homens para ser aprendido, vivido e testemunhado. Mas, no entender de boa parte dos leitores ocasionais deste Livro este é apenas um livro antigo e ultrapassado e que ele, o leitor, em seu moderno entendimento compreende mais sobre o que é a vida e o destino humano do que os autores inspirados. Percebem o absurdo desta situação que hoje se faz tão corriqueiro?

Não é à toa que Santa Catarina de Siena nos alerta, através dos ensinamentos recebidos diretamente do Verbo, dizendo: “convence-te de que não deves acreditar em opiniões”. Especialmente nas opiniões que habitam o nosso coração. Ou você vai me dizer que o seu parvo entendimento da Letras Santas é superior a Elas próprias? Somente partindo deste ponto, percebemos dentro de nós a atuação das forças que nos distanciam da Verdade e que leva-nos a nos apegar as miudezas da vida. Ou você vai me dizer que trocar a Ciência Sagrada por qualquer ideologia materialista moderna é um bom negócio?

Por fim, ainda recorrendo aos ensinos presentes na obra da 32ª santa doutora da Igreja, não nos esqueçamos, se possível for, de procurar examinarmos a nossa própria pessoa à Luz da bondade Divina, pois, essa atitude, nos guia silenciosamente para o vale do autoconhecimento. Conhecimento do estado em que se encontra essa nossa luta interior.

Pax et bonum
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A AGONIA DE HERÓDOTO

A AGONIA DE HERÓDOTO

EDUCAR NA DISTÂNCIA REAL E IMAGINADA

EDUCAR NA DISTÂNCIA REAL E IMAGINADA

Programa Ave Maria - 08 de abril de 2010


O Programa Ave Maria é o Programa radiofônico da Paróquia Nossa Senhora de Belém e vai ao ar de segunda à sexta das 18h00 às 18h20. Nas quintas a apresentação do mesmo é feita por Dartagnan da Silva Zanela.

COMENTÁRIOS RADIOFÔNICOS DA SEMANA

Comentários realizados para a programação da Rádio Cultura AM/FM e transmitidos entre os dias 05 e 09 de abril de 2010 da Era de Nosso Senhor.

FELIZ PÁSCOA


EVANGELIZAR O MUNDO


VIDA INTERIOR


O TRABALHO E A VIDA INTERIOR


PERGUNTAS E RESPOSTAS

A PEDRA DESDENHADA PELOS CONSTRUTORES – parte III

Escrevinhação n. 819, redigida em 03 de abril de 2010, dia de São Luís Scrosoppi, São Ricardo Bachedine e São Xisto I.

Por Dartagnan da Silva Zanela

“Vive de tal modo que tua vida seja uma oração. Canta a Deus com a boca, salmodia com as obras”.
(Sto. Agostinho)

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Para aprender qualquer coisa é indispensável que façamo-nos pequenos. Se nos portamos de modo contrário, acabamos por bloquear o nosso entendimento com a nossa vã presunção. O aprendizado de qualquer coisa pode ser comparado com a passagem de uma pessoa, que está presa em uma caverna, por uma pequena cavidade para poder contemplar a luz do dia e libertar-se das paredes maciças que o impediam de sentir em sua face o calor vivificante da luz do sol. Se nos inflamos com nosso orgulho e vaidade, não temos como passar da ignorância para o conhecimento, pois imaginamos que sabemos aquilo que nunca realmente vimos.

Ora, nos tornamos pequenos na medida em que cultivamos as virtudes da humildade e da paciência. Conforme exercitamos essas, vamos eliminando as imagens que obstruem a aceitação da verdade para que essa possa em nós cultivar o conhecimento que advém de sua presença. Essas imagens que habitam em nós e que impedem a semeadora do saber em nosso íntimo são nossas opiniões e paixões. Quem ama as suas opiniões e norteia as suas ações de acordo com as suas paixões vê-se impossibilitado de poder aprender a verdade e de permitir que ela o transforme na ampliação de seu entendimento. Tal problema decorre justamente porque a alma tende muito mais a si mesma do que à verdade.

Tal situação pode ser muito bem comparada com a de um médico que se preocupa muito mais em avaliar a saúde de seu paciente a partir da visão que ele tem de sua própria saúde. Que doença estará sendo tratada em um simulacro desses? Confusão similar ocorre quando estamos nos dispondo a aprender qualquer coisa, por mais insignificante que seja, se não nos tornamos pequeninos, se não dos dispomos a tornarmo-nos humildes e pacientes.

Por essa razão que Nosso Senhor disse que é dos pequeninos o Reino do Céu. Fazendo-nos diminutos nos tornamos capazes de aprender as pequenas verdades e grandes verdades. E quanto mais nos permitimos a entrega à pequenez, maior nos tornamos interiormente. Aparentemente o uso deste jogo de palavras parece estranho, mas não é. Se nos inflamos de orgulho e vaidade, nosso entendimento fica inchado, impedindo que nossa inteligência possa dilatar os seus átrios para a grandeza do real. Nossa alma torna-se pequena diante deste inchaço. Todavia, quando murchamos essa bola de futilidades e, humildemente, nos curvamos diante da realidade que se apresenta e com paciência e resignação permitimos que o conhecimento aprendido não apenas seja assimilado por nós, mas passe a fazer parte de nosso ser. Assim crescemos em verdade e em entendimento.

O que é mais interessante nisso tudo é que justamente as pessoas que se fazem pequenas e que realizam sempre os mais elevados feitos e as que mais se engrandecem são justamente as que vazias e turvas se tornam com o passar dos anos. Aliás, basta uma olhadela em nossa volta e em nosso íntimo para compreendermos isso.

Por essa razão que São Tomas de Aquino nos ensina que “o fim é o primeiro na ordem da intenção e último na ordem da execução”. Se não temos primeiramente o cultivo na alma humana da intenção de aprender dificilmente seremos capazes de realizar em nosso íntimo a execução do aprendizado. Se não somos capazes de nos dispor a amar, nunca seremos capazes de realmente amar. Se não cultivamos em nosso ser a intenção de amar e conhecer a Deus, dificilmente seremos abençoados com a Luz que advém destas duas intenções.

Por fim, podemos até dissimular que somos grandes, dignos e ilustrados. Aliás, em uma sociedade de dissimulados como a brasileira, isso não é muito difícil. Mas o fingimento de tais qualidades, por conveniente que parece aos nossos olhos, jamais substituirá a luz da realidade que insistimos em negar em nome de nosso amor próprio, em nome de nosso amor pelos frutos de nossa vaidade.

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Programa Ave Maria - 01 de abril de 2010


O Programa Ave Maria é o Programa radiofônico da Paróquia Nossa Senhora de Belém e vai ao ar de segunda à sexta das 18h00 às 18h20. Nas quintas a apresentação do mesmo é feita por Dartagnan da Silva Zanela.

A PEDRA DESDENHADA PELOS CONSTRUTORES – parte II

Escrevinhação n. 818, redigida em 30 de março de 2010, dia de São João Clímaco.

Por Dartagnan da Silva Zanela

“Quanto mais o homem se dedica à sabedoria, tanto mais participa da verdadeira felicidade”.
(São Tomás de Aquino)

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O fim supremo da existência humana é o bem da inteligência. Assim nos ensina São Tomás de Aquino em sua SUMA CONTRA GENTILES e deste modo todos nós na modernidade deveríamos agir. Para esse bem deveríamos tender nossa vida. Entretanto, o que vemos a nossa volta? O que vemos diante das meninas de nossos olhos e presente em nosso ser? Sinceramente, realmente procuramos os bens que melhor realizam a nossa inteligência e nos movem para uma vida legitimamente espiritual?

O objeto primeiro da inteligência é a Verdade que é fonte de todas as verdades e esta fonte é Aquele que É e não nós com nossos pensamentos (críticos ou não-críticos). Por essa razão que lemos no Evangelho segundo São João que Nosso Senhor disse que (XVIII; 37): “Nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade”. Simplificando: o bem supremo da inteligência humana está na procura pela Verdade e não na conjeturarão de idéias fundadas unicamente em nosso ego inflado de vaidade e soberba. É na procura pela verdade que, gradativamente, nos tornamos quem nós devemos ser e não mais aquele que imaginamos ser ou que a sociedade gostaria que nos tornemos.

O exercício desta faculdade, a inteligência, não consiste na elucubração de idéias, mesmo que estas sejam as mais originais possíveis, mas sim, em nossa capacidade de volitivamente nos render e esforçarmo-nos em permitir que a Verdade a molde. Captá-la e permitir que Ela nos molde de acordo com a sua grandeza. Agindo assim, inevitavelmente acabamos por ampliar o nosso horizonte de compreensão e de realização. Ora, entendemos as laudas de um romance de Balzac, por exemplo, não porque nós modificamos o sentido das palavras utilizadas pelo autor, mas sim, porque nos tornamos capazes de compreender o que ele nos escreve e de visualizar o que nos está sendo apresentando.

Agir de modo contrário é negar, literalmente, a inteligência. Quando nos negamos a aceitar a presença da verdade em nossa vida, estamos permitindo que o erro impere em nosso coração. Quando não aceitamos que a presença da Verdade nos eleve e nos engrandeça, estamos permitindo que o auto-engano nos separe da realidade e, deste modo, permitimos que sejamos diminuídos em nossa humanidade.

Por essa razão, a vida interior é uma forma elevada de conversa íntima que cada um tem consigo mesmo, desde que se encontre só, mesmo no tumulto das ruas de uma grande cidade, conforme nos ensina Garrigou-Lagrange.

Para se cultivar a procura pela Verdade é de fundamental importância que sejamos capazes de render todas as nossas faculdades à realidade de uma maneira que possamos vê-la tal qual ela é e não do modo como desejamos que ela seja. Mas, para tanto, devemos ser capazes de manter essa elevada conversa conosco mesmo, de sermos capazes de dilatar o nosso ser para que ele possa captar as mais elevadas dimensões do Ser. Ou, ao menos, nos aproximarmos delas.

Procurando seriamente a Verdade e o Bem através desta conversa íntima, Garrigou-Lagrange nos diz que ela: “[...] tende a tornar-se conversa com Deus, e pouco a pouco, em vez de procurar a si mesmo em tudo, em vez de tender de modo mais ou menos consciente a fazer de si o centro de tudo, o homem tende a buscar Deus em tudo, e a substituir o egoísmo pelo amor de Deus e das almas n’Ele”.

E como é difícil vencermos essa tendência que nos sufoca interiormente, que nos desvia deste diálogo. Aliás, como é fácil nos entregarmos ao desfrute do auto-engano simplesmente por preferirmos o deleite de nossas idéias ao invés aceitarmos passivamente a realidade e a verdade que se faz revelar nela.

Ora, quando pedimos a Deus na oração Dominical que seja feita a Tua Vontade assim na terra como no Céu, estamos pedindo justamente para Aquele que É para que a Verdade transforme a nossa vida nos libertando do erro, dos enganos e dos auto-enganos que turvam a nossa inteligência. Essa é a pedra angular que devemos procurar para erguer o arco que nos permitirá caminhar para a compreensão de quem nós realmente somos e de quem devemos verdadeiramente ser.

Do contrário, podemos continuar a sustentar nossa vida em um amontoado de erros que nos permitem fingir uma dignidade que não temos e de sermos detentores de uma saber que não cultivamos. Podemos continuar a ser uma poça d'água que imagina ser uma fonte de água límpida ou mergulhar na Fonte d’água Viva.

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COMENTÁRIOS RADIOFÔNICOS DA SEMANA

Comentários realizados para a programação da Rádio Cultura AM/FM e transmitidos entre os dias 22 e 26 de março de 2010 da Era de Nosso Senhor.

22-03-2010


23-03-2010


24-03-2010


25-03-2010


26-03-2010