Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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O POMO DA DISCÓRDIA - em pdf

O POMO DA DISCÓRDIA

O POMO DA DISCÓRDIA

Escrevinhação n. 770, Redigida em 21 de julho de 2009, dia de São Lourenço de Brindisi, 16ª. Semana do Tempo Comum.

Por Dartagnan da Silva Zanela

"Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer um pouco." (Edmund Burke)
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Um colóquio muito surrado no meio educacional é aquela velha afirmação de que todo fazer pedagógico deve sempre frisar o seu aspecto lúdico, que as aulas sempre devem ser um caudal de criatividade para que assim o educador possa conquistar o aluno e instigar a sua curiosidade. Trocando em miúdos, que a aula seja um show com direito a pirotecnia verbal e um mar multicolor imagético. Esse tipo de afirmação (no cenário atual) inevitavelmente nos leva a conclusão de que, se os alunos no ensino médio estão apresentando resultados medíocres é culpa exclusiva dos professores que não são suficientemente dinâmicos e originais em suas preleções.

Ótimo! Porém dois elementos fundamentais estão sendo descartados em meio à apresentação dessa idéia bonitinha, porém totalmente ordinária. Elementos estes que se forem desdenhados, como o são, torna qualquer proposta educacional um grande fiasco que ninguém, em regra, deseja assumir a paternidade pelo mostrengo, como é o caso do resultado obtido pelos alunos nos testes realizados pelo Programa para Avaliação Internacional de Estudantes. É isso aí meu caro, na última avaliação realizada pelo PISA, o Brasil ficou em 52º. em uma lista de 57 países. Quem são os pais dessa criança?

Bem, não pretendemos aqui ficar em um empurra-empurra fresco e fingido desse vexame, mas sim, unicamente apontar e ponderar sobre os dois elementos que julgamos ser os alicerces para o desenvolvimento sadio de qualquer indivíduo humano e que nossa sociedade está literalmente ignorado.

O primeiro problema que destacamos é a edificação de uma cultura da irresponsabilidade generalizada. Quando um aluno entra no ensino fundamental e mesmo no médio a atividade docente se funda na premissa de que, a priori, ela deve gerar um resultado numérico satisfatório, com o mínimo de reprovações (im)possíveis.

E se o aluno não aprendeu o mínimo do mínimo? E se ele, literalmente, não sabe compreender um texto de baixíssima complexidade? O que fazer? Ora, a responsabilidade é da Instituição de Ensino e, em especial, do professor que não soube ministrar apropriadamente suas aulas. E, mesmo ciente de que o aluno não atingiu esse mínimo elementar, ele é aprovado.

Bem, agora eu pergunto: o que nós estamos ensinando ao aluno com esse gesto? Que ele não é o agente responsável pelos seus atos, que o resultado apresentado diante dele, em princípio é sempre responsabilidade de outrem, nunca dele. Aprende, no começo, que a culpa é do professor, depois do sistema, da sociedade, de qualquer um, menos dele. Ele não se vê como agente responsável pela sua vida, mas sim, como uma vítima inerme das circunstâncias que conspiram contra seus talentos inatos e não reconhecidos pelos outros.

Não é à toa que cada vez mais se faz presente em nossa sociedade o fenômeno da infantilização da vida adulta. Ora Raios! Como pode uma pessoa amadurecer moralmente e intelectualmente se ela não aprendeu a ser responsável pelos seus atos e pela sua vida? De mais a mais, levanto aqui uma outra questão, no que tange esse ponto: de que adiante todo esse trololó de cidadanite para indivíduos que são ensinados a não serem responsáveis pelos seus atos e por sua vida?

Bem, cidadania nada mais seria que a participação livre e voluntária da vida cívica da polis e essa apenas é livre quando é realizada com responsabilidade. Se esse último quesito é abolido, a liberdade converte-se em arbitrariedade e a vida cívica democrática em um reles servilismo à uma tirania demagógica onde a força das massas manipuláveis se sobrepõem a clareza dos argumentos e a ignomia travestida de autoridade sobrepuja a autoridade da razão.

Não é por menos que temos casos de professores que são agredidos (física e moralmente) por alunos. Não é por menos que os agressores são vitimizados e as vítimas destituídas de sua dignidade já ferida, como foi o caso da professora que teve os seus cabelos queimados por um aluno e da servente que foi literalmente atropelada pelos alunos no corredor. Em fim, é a cidadania brazuca do “não dá nada...eu posso tudo”.

Doravante, o segundo elemento faltante que julgamos ser basilar para se reverter esse quadro é justamente o elemento que, a meu ver, é aquele que define o ofício professoral. Esse é a coragem moral. A coragem de proclamar a verdade quando ela não mais quer ser ouvida, a audácia de ser franco quando todos clamam pelo fingimento, a intrepidez de ensinar as lições que todos desejam esquecer.

Antes de continuarmos, permitam-me um parenteses: Não estou aqui falando de toda aquela babaquice marxista que, diga-se de passagem, tem uma imensa dose de culpa pelo quadro atual que, com seu nhé-nhé-nhé de educação crítica, enfatizou e enfatiza muito mais a inculcação de seus cacoetes ideológicos do que o aprendizado das ferramentas básicas que poderão permitir a autonomia intelectual do sujeito. E o pior de tudo isso é que eu já ouvi e li, mais de uma vez, “entendidos” no assunto afirmarem que é mais importante o aluno “aprender” a ter uma “visão crítica da realidade” do que ele aprender a ler e a escrever com clareza e discernimento.

Dito isso, voltemos ao ponto do conto que estamos intentando dizer é que nos falta atrevimento de nos reconhecermos como professores, de assumirmos nossa responsabilidade frente ao quadro atual e agirmos de maneira desafiadora, cientes de que muitos serão os desafios, que não serão poucas as pedras atiradas e as caras feias (inclusive de muitos de nossos pares). Bem, mas é isso que significa sim, ser professor, como o foi Sócrates, Platão, Santo Agostinho, Mário Ferreira dos Santos e tutti quanti. Apenas assim é realmente possível colher bons frutos: plantando responsabilidade com coragem e coragem com responsabilidade.

Também, não nos esqueçamos que esse colóquio flácido de agradar a todos é coisa de demagogo. Posar de bom moço é fingimento de tirano. Falar a verdade é o ofício do professor e, infelizmente, nos esquecemos disso e, quando lembramos, nos falta essa virtude cardeal, que é a coragem.

Por fim, esse é o tolo desabafo de um educador que se vê culpado pela sua falta de coragem e que, mesmo assim, assume a sua responsabilidade frente ao cenário apresentado. Quanto a você, meu caro, quanto ao seu papel nesse teatro de sombras e intrigas, cabe a você, e a ninguém mais, descobri-lo e assumi-lo com coragem e responsabilidade, independente de qual seja esse papel.

REFLEXÕES BLÓGICAS – XXII


Muitos falam em nossa sociedade sobre a necessidade de recuperarmos a capacidade de nos indignar para que as coisas possam melhorar. Ora raios! Mas como pode a sociedade brasileira ter perdido a capacidade de se indignar se por todos os lados o que vemos são pessoas indignadas? Seja nos botecos, nos salões de beleza, nas barbearias, nos jornais, nas rodas de “gente fina” e até mesmo (e principalmente) nas Instituições de Ensino, o que vemos são pessoas indignando-se com tudo, até com o vento. Porém o que menos vemos na sociedade brasileira hodierna são pessoas capazes de tomar uma atitude em relação ao que lhes supostamente causa indignação. Aí está, penso eu, algo que realmente carece em nós: a capacidade de agir frente às injustiças assumindo, deste modo, a responsabilidade pela vida, pela sua vida. Quanto à indignação gratuita e fingida, sinceramente, isso não passa de coisa para crianças de quatro anos de idade que não conseguem o brinquedo que queriam da loja. Uma criança agir assim é compreensivo, porém, pessoas adultas pensarem assim e crerem que isso é um valor digno de respeito é, claramente, um grave sintoma de degradação da alma humana. Nada mais nada menos que isso.
Dartagnan da Silva Zanela,
Em 17 de julho de 2009.

PROGRAMA AVE MARIA, 16 DE JULHO DE 2009

O programa AVE MARIA vai ao ar pelas ondas da rádio Iguaçu FM de segunda a sexta-feira das 18h00 as 18h13. Toda quinta-feira o mesmo é apresentado por Dartagnan da Silva Zanela.

"Bolsonaro fala sobre busca dos ossos"

Ambientalismo: a religião política e a politização da ciência

Artigo de Henrique Dmyterko, publicado no site Mídia @ Mais.
FRAGMENTO: Esse movimento, chamado ambientalismo, exige que eu tenha uma posição política diante do planeta, um absoluto nonsense. Mas se a falta de sentido tivesse impedido o surgimento de movimentos de massa, a espécie humana não teria conhecido o nacional-socialismo, o comunismo, e tantos outros “ismos”. Pois o que esses movimentos têm em comum é um “ismo” fundamental, o gnosticismo, ou seja, a recusa em aceitar a estrutura da realidade. Dessa recusa resulta a rejeição de uma ordem superior, divina, e a consequente criação de uma ordem imaginária e mundana, onde seus idealizadores “constroem” um mundo novo ou um homem novo, ou ainda, como pretende o ambientalismo, uma nova relação entre o homem e o planeta, desprezando as mais óbvias noções de proporção. Maluquice? Sim. Mas quem pode dizer que as maluquices não têm efeitos? [leia mais]

PROGRAMA BOAS NOTÍCIAS - DE 06/07/2009 A 10/07/2009

Comentário realizado para o programa BOAS NOTÍCIAS no dia 06 de julho de 2009.

Dartagnan da Silva Zanela - GRATIDÃO

Comentário realizado para o programa BOAS NOTÍCIAS no dia 07 de julho de 2009.

Dartagnan da Silva Zanela - O QUE REALMENTE PRECISAMOS

Comentário realizado para o programa BOAS NOTÍCIAS no dia 08 de julho de 2009.

Dartagnan da Silva Zanela - AMOR E SACRIFÍCIO

Comentário realizado para o programa BOAS NOTÍCIAS no dia 09 de julho de 2009.

Dartagnan da Silva Zanela - MENOS FOFOCA, MAIS CONFISSÃO

Comentário realizado para o programa BOAS NOTÍCIAS no dia 10 de julho de 2009.

Dartagnan da Silva Zanela - BEM E MAL

NADA MENOS DO QUE A VAIDADE - em pdf

NADA MENOS DO QUE A VAIDADE

NADA MENOS DO QUE A VAIDADE

Escrevinharão n. 769, redigida em 15 de julho de 2009, dia de São Boaventura e São Vladimir de Kiev.
Por Dartagnan da Silva Zanela.

"A mentira roda meio mundo antes da verdade ter tido tempo de colocar as calças". (Winston Churchill)
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O amor pela Verdade é o elemento fundamental para que um indivíduo possa crescer moral e intelectualmente. Esse amor é o único legitimo elemento movente de todo ato de conhecer. Trocando por miúdo, logo de cara, todo estudo que não tenha por motivação a procura sincera e abnegada pela Verdade não passa de vaidade das vaidades. Nada mais, nada menos do que isso, vanitas vanitatem et omnia vanitas.

Olha, não há outra observação a ser feita que não seja essa sobre essa questão que realmente mereça ser levada a sério. Para procurar deixar mais claro o que estamos tentando demonstrar, imaginemos a seguinte situação que, por sua deixa, é por demais corriqueira em nossa sociedade. Imagine um indivíduo que fica conversando (ou discutindo) sobre um assunto que ele conhece apenas de maneira rasa e que conversa sobre o dito com todo aquele ar, com aquela pose de douto-ignorante citando nome de autores de suposta autoridade que ele, em regra, não compreende nem mesmo as frases que ele decorou como bom menino de recado. Vão me dizer que um indivíduo desse está sendo movido pelo que?

E o pior de tudo é que tal impostura, escusa e danosa, é nos dia de hoje vista com respeitabilidade, como sendo uma forma refinada de educação. Tão refinada que recebe o gentil adágio de educação crítica. Todavia, não há na face da terra uma forma mais requintada de deseducar, de deformar intelectual e moralmente uma pessoal do que condicioná-la a agir deste modo frente ao conhecimento da realidade.

Veja só, se no lugar da procura abnegada pela Verdade o indivíduo é instruído e condicionado a sempre emitir um parecer, a tal da “opinião crítica”, sobre todo e qualquer assunto, o que ele estará aprendendo? De mais a mais, quem disse que devemos ter uma opinião, crítica ou não, sobre todo e qualquer assunto? Quem disse que isso é algo salutar para a alma humana?

Não é por menos que a maioria das pessoas não está nem um pouco interessada em compreender o que está sendo dito por elas mesmas, mas sim e unicamente preocupadas em encontrar uma maneira cinicamente refinada para posar como pessoa “bem informada” e, deste modo, poder fingir ser uma pessoa dita “crítica”.

Putz grila! Toda vez que ouço alguém usar essa palavra, que não cenário atual não passa de uma expressão não significativa (um topus), já procuro pegar um rolo de papel higiênico, porque coisa que preste não vem. É natural que isso ocorra devido ao fato de o elemento movente destes indivíduos pelo conhecimento ser a massagem de seu ego com sua impávida vaidade.

Isso mesmo. Esses indivíduos são adestrados a estudar não para compreender a estrutura da realidade, mas sim, para posar de bom moço e assim poder ser identificado como membro de um grupo de pessoas que se auto-afirmam como sendo “as pessoas boas”, não porque ele estivesse realmente interessado em aprender algo. Ou seja: quando um indivíduo desses pronuncia algo, não o faz com a preocupação de estar descrevendo um fenômeno, objeto ou situação da maneira mais clara e lúcida possível, mas sim, unicamente pelo efeito emotivo que suas palavras terão frente ao público ouvinte e se os seus pares irão gostar do que está sendo dito. Quanto à realidade, que essa se dane. Azar o dela se ela contraria os sentimentos do palpiteiro e dos seus semelhantes.

Agora vão me dizer que não é assim? Não estou indagando sobre o que você acha ou se você concorda ou discorda sobre o que fora dito nas linhas anteriores. Pergunto sim se as palavras apresentadas acima descrevem ou não um fato perceptível em nossa sociedade, em nosso sistema educacional e, principalmente, em nossas atitudes frente ao conhecimento.

Reconhecer tal impostura nos outros é a coisa mais fácil do mundo meu caro. Mas unicamente isso, perceber o mal presente em nosso exterior, não passa de um parvo fingimento de pseudo-superioridade. Isso mesmo. E é justamente assim que se fundamenta todo o nosso processo dito educativo. Primeiramente o neófito é instigado a imaginar que todos e tudo o mais está errado e é injusto, menos ele e aqueles que usam as mesmas palavras politicamente corretas que são aceitas como mais dignas e justas simplesmente por usarem os mesmos jargões. Agindo assim, gradativamente, o elemento tem o seu desejo natural pelo conhecimento minado pela sua vaidade que foi sendo bastante massageada por esse condicionamento.

Conseqüentemente, é mais do que obvio que nós não temos a formação de um indivíduo autônomo moral e intelectualmente, mas sim, um perfeito idiota facilmente manipulável por ter tido o seu intelecto disciplinado a aceitar e reproduzir apenas aquilo que o seu grupo afirma como sendo aceitável, que o seu grupo diga ser “bonito” e que ele dissimule acreditar ser.

Platão a mais de dois milênios ensinava a seus alunos que uma Verdade aprendida deve ser, necessariamente, uma Verdade obedecida, pois, a Verdade, não se faz revelar em uma palavra politicamente correta e muito menos em uma frase bonitinha, mas sim e unicamente, através da realidade que se apresenta para as janelas de nossa alma. E é isso o que realmente importa. O resto é trololó para as almas tolas se entreterem.

A procura pela Verdade, esse é o norte da vacação humana para o conhecer. Se for desdenhado, nos reduz a uma reles marionete daqueles elementos que afirmam que tudo é relativo, menos o que eles proclamam; que todos são injustos, principalmente aqueles que discordam deles. Num cenário assim, como é possível preservar e cultivar a inteligência humana? É praticamente nula. Entretanto, a conversa fiada se fará bem longa e (f)útil, como tudo mais que seja movido apenas pela nossa preocupação com as aparências. Ou então, pare de fingir e ao menos seja realista consigo mesmo.

E é só.

QUE O FRUTO SEJA BOM - em pdf

QUE O FRUTO SEJA BOM

QUE O FRUTO SEJA BOM

Escrevinhação n. 768, redigida em 07 de julho de 2009, dia de São Vilibaldo e da Bem-aventurada Maria Romero Meneses, 14ª do Tempo Comum.

Por Dartagnan da Silva Zanela
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Não basta que apenas a semente seja boa. É fundamental que o solo onde ela for lançada seja bom ou pelo menos apropriado para bem receber a semente e germinar algum fruto. Eis aí o grande dilema de toda mensagem atirada aos quatro ventos, eis aí o grande dilema da educação e, conseqüentemente, da vida humana.

Ensina-nos Santo Agostinho, Bispo de Hipona, em seus comentários ao Evangelho de São João, que quando Deus entregou a Moises os Mandamentos o fez em tábuas de Pedra, devido ao duro e infértil solo que é o coração dos homens. Aquele que É inscreveu na pedra Seus mandamentos, na pedra de nossa incompreensão presunçosa.

Doravante, quando o Verbo se fez carne e, em uma de suas passagens, os fariseus trouxeram-lhe a mulher adultera para que ele a julga-se Esse, antes de se pronunciar, inclinou-se suavemente junto ao chão e escreveu algumas palavras no solo. Ou seja: Deus, agora não mais se contenta em apenas proclamar a Sua Lei, ele clama por um solo fértil onde ela se inscreva, tal qual o gesto de Nosso Senhor demonstra simbolicamente. Que o coração de pedra converta-se em solo bom para receber a palavra que está sendo semeada por Ele que se fez carne.

Bem, quanto ao final da passagem deste trecho do Evangelho de São João todos nós conhecemos: “O que de vós está sem pecado, seja o primeiro que a apedreje”. Essa é a enxada com que o Cristo revolve o nosso coração pedregoso e daninho, para que Sua palavra possa criar raízes em nossa alma. Com essas palavras Ele nos convida para uma silenciosa e profícua reflexão sobre a nossa natureza e sobre nossas fingidas e hipócritas maneiras de ser.

Voltar o olhar para dentro de nossa alma, em nossos átrios e reconhecer todas as limitações e, desse modo, podermos a partir de nossa realidade pessoal, existencial, galgar patamares mais elevados de dignidade. Todos os que ali estavam para apedrejar a dama também se faziam presentes naquele local para tentar distorcer a Verdade com suas poses de supostos letrados ou de impávidos moralistas, todos prontinhos para julgar e condenar tudo que estava a sua volta e, em especial, aquela que estava caída no chão, rodeada de cães raivosos e diante do Verbo Encarnado que, ao contrário da multidão É Verdadeiro, Justo e Manso.

E o que fez o Cristo? Instigou a todos para que fechassem suas vistas para poder enxergar a realidade. Provocou a todos para moverem o foco de seu olhar das aparências exteriores que nos são apresentadas para que reconhecêssemos bem a nossa medíocre realidade interior e assim compreender que temos um árduo caminho para trilhar em nossa elevação para nos tornarmos uma pessoa digna de Suas promessas.

Se passou dois milênios, e o que temos nos dias hodiernos como lição primeira em nosso sistema educacional e de nossa sociedade como um todo? Não mais a provocação feita pelo Cristo e, de modo menor, anteriormente, pelo ensinamento inscrito nos umbrais do Oráculo de Delfos. Conhecer-se a si mesmo, conhecer a realidade plena de nós. Nenhum dos presentes na cena Evangélica conhecia-se, de modo similar a nós que também não nos conhecemos e, para piorar um pouco mais o entrevero, não fazemos muita questão de nos conhecer. Aliás, se a cena Evangélica fosse hoje, como seria o seu desfecho? Tenho até medo de imaginar.

Instigamo-nos uns aos outros para vermos quem é capaz de encontrar a maior trave no olho alheio, quem é capaz de falar mais da corrupção do sistema, da sociedade, de tudo, porém, em nenhum momento paramos para meditarmos sobre a torpeza que habita e infecta nossa alma. E o pior de tudo é que esse é o tom que dita o passo de nosso sistema educacional.

Estou exagerando? Então pergunto: quantas vezes, quando aluno (ou mesmo seu filho) fez uma redação onde se instigava o neófito a considerar a sua realidade interior ou os seus erros como pessoa? Quantas vezes houve a motivação para uma análise de suas atitudes, gestos, omissões e pensamentos? Provavelmente nunca. Todavia, sobram as ocasiões onde fomos e somos (informalmente ou formalmente) instigados a redigir textos e a discutir assuntos sobre realidades externas de ordem social, política e econômica que, na maioria das vezes, o fazemos de modo superficial sempre com o objetivo de posar de bom moço, crítico e preocupado, com problemas que mal compreendemos e, no fundo, não nos importamos francamente.

Ora, como fazer algo melhor se não compreendemos nem a nós mesmos tal qual a multidão de fariseus que desejava apedrejar a mulher adultera?

Veja bem, um dos ensinamentos fundamentais que, penso eu, deve-se resgatar, é a responsabilidade que deve ser inerente ao ato de conhecer. Esse ato não pode, de modo algum, ser feito de modo leviano, como uma encenação onde os professores fingem saber algo e os alunos simulam estar compreendendo e praticando esse algo.

Toda vez que nos pronunciamos sobre um assunto estamos assumindo a responsabilidade pelo que acabamos de dizer, gostemos ou não disso. Bem, e o que vamos dizer de uma sociedade que ufana uma educação que estimula a incontinência verbal? O que vamos dizer de uma sociedade que desdenha a importância do silêncio na formação de indivíduo humano? O que vamos dizer de sobre nós?

Provavelmente nada. Então que atirem as primeiras pedras! Entretanto, não nos esqueçamos que todas as pedras, neste caso, inevitavelmente serão atiradas para cima e, provavelmente, todos nós, conhecendo ou não, gostando ou não, temos um belo telhado de vidro. Bem, e que ele seja quebrado para que, quem sabe, possamos realmente começar a nos conhecer e um, porque não, dar bons frutos.

COMENTÁRIOS DA SEMANA DE 29/06/2009 A 03/07/2009.

Comentério realizado por Dartagnan da Silva Zanela ao programa Boas Notícias
no dia 29 de junho de 2009.

Dartagnan da Silva Zanela - PALAVRAS E SENTIMENTOS

Comentério realizado por Dartagnan da Silva Zanela ao programa Boas Notícias
no dia 30 de junho de 2009.

Dartagnan da Silva Zanela - SEM DIZER NADA

Comentério realizado por Dartagnan da Silva Zanela ao programa Boas Notícias
no dia 01 de julho de 2009.

Dartagnan da Silva Zanela - NÓS SOMOS O MUNDO

Comentério realizado por Dartagnan da Silva Zanela ao programa Boas Notícias
no dia 02 de julho de 2009.

Dartagnan da Silva Zanela - SERENIDADE

Comentério realizado por Dartagnan da Silva Zanela ao programa Boas Notícias no dia 03 de julho de 2009.

Dartagnan da Silva Zanela - PAZ CONSIGO

O DELÍRIO DE DAWKINS EXPOSTO

Nestes vídeos, o filósofo Dr William Lane Craig expõe de maneira límpida e cristalina a falha completa e irrecuperável do argumento central do livro “Deus, um Delírio”, escrito por Richard Dawkins.



Fonte: http://www.apologia.com.br/