O CONVERSA QUIXOTESCA é um podcast ocasional, sem a menor periodicidade, publicado sem edição alguma em nosso blog onde apresentamos, sem nenhuma pretensão e de maneira sucinta, nosso ponto de vista caipira sobre os mais variados assuntos.
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CONVERSA QUIXOTESCA - entre a grandeza e a miséria humana
O CONVERSA QUIXOTESCA é um podcast ocasional, sem a menor periodicidade, publicado sem edição alguma em nosso blog onde apresentamos, sem nenhuma pretensão e de maneira sucinta, nosso ponto de vista caipira sobre os mais variados assuntos.
AS ÚLTIMAS NOTAS DUMA ÓPERA BUFA
A imposição duma ambição pessoal, autocrática, não é sinônimo de
liderança. Seria apenas uma forma sórdida de manipulação. A imposição dum
projeto coletivista, totalitário, não é sinônimo de democratização. É apenas e
tão somente outra forma vil de manipulação.
(ii)
Em segunda instância, por unanimidade, Lula foi condenado. Não
foi waza-ari. Foi ippon. Já sei. Já sei. Foi mais um golpe. Um gorpi. Já
estamos carecas de saber. Mas, um golpe duro no projeto criminoso de poder.
Porém, a briga ainda não acabou. Então, que siga a peleja.
(iii)
Pela primeira vez o Grammy não tem homens brancos entre os
indicados a disco do ano? E daí? Branco ou negro, o que interessa é que a
música seja boa. Só isso. Todo resto não passa de um monte de bobagens que
gente deformada pelo politicamente correto gosta de colocar à frente da arte.
(iv)
Como dialogar com alguém que, com malabarismos retóricos, tenta
justificar o injustificável, que, sem corar de vergonha, tenta justificar
"filosoficamente" a prática dum assalto? Como? É esse tipo de sandice
que passa a ser defendida por pessoas que se colocam acima do bem e do mal.
(v)
Toda ação, vultosa ou discreta, deveria ser precedida por uma
prece. Por uma oração. Não existe boa ação que não seja antecedida por um bom
conselho. Se colocássemos isso em prática, com certeza, não teríamos tantas
absurdidades defendidas com tamanho orgulho e soberba hoje em dia.
(vi)
Uma palavra, justa e pia, se bem ouvida, liberta. Uma palavra,
leviana e sedutora, mesmo mal escutada, pode nos escravizar. E como nos
escraviza.
(vii)
A vida segue seu rumo, mesmo que meio fora de prumo. Mas segue
sem parar pra dar atenção aos gritos irritadiços que são dados por aqueles que,
por não saberem viver, querem controlar a vida de todos e moldá-las à imagem e
semelhança de sua deformada alma. Sebosas almas que imaginam que o mundo deve
ser um reflexo de seus delírios ideológicos. Delírios patológicos esses que, em
regra, são mais turvos que as sombras da realidade e mais plúmbeos que os ares
regulares que sopram pelos descaminhos da vida.
(viii)
Com todo o respeito, Marina Silva não é uma alternativa para os
cidadãos moderados. Ela é o plano B esquerdista para engrupir os indivíduos,
sem nenhuma convicção ideológica, que são avessos ao lulismo. Outras figuras
similares surgirão como "alternativa" para o Brasil sem o ser.
(ix)
Não sei qual seria a alternativa para nosso país. Sei apenas que
devemos trabalhar em nosso dia a dia com o que temos para, quem sabe,
construirmos um Brasil paralelo a essa indecência institucionalizada, sem
nutrir esperanças vãs duma grande mudança em larga escala e em curso prazo.
(*) Apenas um caipira bebedor de café.
A ESTRELA QUE NÃO BRILHA MAIS TANTO
Lula, sobre sua condenação, diz: "Não tenho razão para
respeitar a decisão". Essas são as palavras do homem, segundo ele mesmo,
sem pecados; da viva alma mais honesta do Brasil, segundo ele, de novo; do
maior símbolo da democracia Brasileira, segundo os seus fiéis acólitos. Pois é.
(ii)
Se Lula espera cativar a população com seus chiliques
megalomaníacos ele está enganado. O seu séquito, com certeza, o aplaude em pé. Faça
o que fizer, eles vão continuar idolatrando-o. Porém, algo me diz que o grosso
da população apenas terá mais e mais repulsa por sua pessoa. E só.
(iii)
Aquela pose de "intilictual" fica incompleta se o
caboclo não estiver usando um cachecol e te olhando com aquela cara de peixe
morto.
(iv)
Preciso confessar uma coisa: ontem, enquanto via pelo youtube
o final do julgamento do recurso de Lula, peguei uma garrafa de coca-cola,
servi um copo e, eis que vejo, o retrato do Pabllo Vittar. Isso mesmo. Do
Pabllo. Bem, no mesmo instante, pensei: é Lula, "vai passar
maaaalll".
(v)
Lula compara-se a Jesus Cristo. O finado Hugo Chávez também
fazia dessas. Eles adoram fazer isso. Como gostam. Imagino que muita gente veja
o ex-presidente dessa forma. Bem, cada um com o Cristo que merece. Que cada um
abrace o Jesus que melhor corresponda aos anseios de sua alma.
(vi)
Não confunda a imagem dum mártir com a dum sociopata covarde
e acuado. O mártir cai com honradez, entregando-se em sacrifício por aquilo que
ele acredita ser maior que sua própria vida. O covarde não. Esse quer
preservar-se a qualquer custo por imaginar que ele é maior que tudo.
(vii)
Lula não é mártir. Nem líder. É um símbolo unificante duma
seita política. Por isso tantos e tantos o defendem com unhas, dentes e sabe lá
com o que mais. Se o símbolo é desmitificado a seita e seu séquito ficam
desorientados e desequilibrados por perderem a pedra angular deles.
(viii)
Levantar a voz para defender os Cristãos perseguidos na
Bolívia e o Bispo ameaçado pelo governo Venezuelano a CNBB do B não faz, fica,
silente, bem quietinha, mas para defender Lula, condenado em segunda instância
pelo TRF4 ela o faz sem pestanejar, sem perder um segundo sequer.
(ix)
Não são poucas as pessoas que ficam sem compreender porque
ainda há pessoas que continuam a idolatrar o senhor Lula. Nesses casos sugiro a
leitura do livro PONEROLOGIA - PSICOPATAS NO PODER, de A. Lobaczewsk. Em
resumo: histéricos precisam estar na órbita dum psicopata pra viver.
(x)
O histérico considera apenas como real a imagem que é
invocada pelas palavras de seu senhor que, em regra, é um psicopata, de alto ou
baixo gabarito. Pouco importa a realidade dos fatos. O que interessa para o
histérico é aquilo que seu amo idolatrado diz e isso é o real pra ele.
(xi)
Uma coisa é provar algo para alguém, outra bem diferente é
esse admitir a veracidade do que lhe foi apresentado. Por mais gritante que
sejam as ditas provas, o sujeito pode dizer que não vê veracidade alguma nelas.
Enfim, todo canalha procede assim pra engambelar os desatentos. Todos.
(xii)
Mesmo não mais estando na Presidência, Dilma continua nos
atormentando com seus desconjuntados discursos. Como sempre suas preleções são
alucinantes e alucinadas. O trem é tão medonho que precisa de legenda e notas
de rodapé para que o troço torne-se mais ou menos inelegível.
(xiii)
Os esquerdistas sinceros deveriam, penso eu, fazer uma
profunda autocrítica. Porém, lembremos: autocrítica não pode ser entendida como
sinônimo de jogar a responsabilidade pelos seus erros nas costa dos outros, mas
sim, reconhecendo as suas culpas - que não são poucas.
(xiv)
Ser crítico de tudo e de todos sem praticar uma boa dose de
autocrítica é molecagem.
(xv)
Se declarar uma pessoinha crítica, sem uma dose cavalar de
autocrítica, é algo que não merece a menor respeitabilidade.
(xvi)
A realidade é sempre maior que qualquer recorte disciplinar
imposto a ela por nós. Sim, através dessa prática podemos ter uma compreensão
mais clara a respeito de algo, porém, esse não é um entendimento mais profundo
sobre tudo e, por isso, escudar-se com um diploma é bobagem.
(xvii)
É cômica a imagem de esquerdistas e pró-esquerdistas que,
antes dum bom dia, ou de falar qualquer coisa, diziam: "primeiramente,
fora Temer". Não tenho o menor apreço pelo vampirão, mas, sejamos francos:
que coisa tosca. Porém, como dizia meu avô, o que é do gosto é regalo da vida.
(*) Apenas um caipira
bebedor de café.
QUANDO O FINGIMENTO É A REGRA
Sabe o FHC, aquele que a esquerda chamava de neoliberal? O homem
de direita da esquerda? Pois é, ele está com Lula e não abre. Na verdade,
sempre esteve. Sempre estará. Talvez você não percebesse isso porque não
entendia e, quem sabe, ainda não entenda o joguinho porco dessa gente.
(ii)
Todo lazarento que quer calar seus opositores, que
sorrateiramente planeja implantar uma vil ditadura o faz em nome do povo, do
bem dele e contra o ódio, o tal do discurso de ódio. Enfim, por isso que todo
esse papo de discurso de "tolerância" não passa duma embromação do
capeta.
(iii)
Socialismo é o que é, jamais aquilo que os socialistas dizem
ser.
(iv)
Muito cidadão que se proclama esclarecido e crítico confunde
competência política com o uso duma linguagem afável num ambiente hostil. Se
conhecesse, de fato, os grandes estadistas do século XX, não avaliaria a arena
política atual por meio desse tipo de estereótipo midiático oco.
(v)
Às vezes a história se repete. Em contexto novo, num cenário
diferente, com outros atores, mas o enredo em muitos casos é o mesmíssimo. Porém,
de vez enquanto há quem resolva improvisar e rascar o script deixando todos
atônitos. Enlouquecidos. Esses são os sujeitos que fazem a história.
(vi)
O dia 24 de janeiro deste ano de 2018 será uma data histórica.
Um grande dia, ou um dia miserável. De um jeito ou de outro será um novo Dia do
Cumpre-se. A questão é o que será decidido, o que deverá ser cumprido a partir
dessa data. A nação toda aguarda. O seus inimigos também.
(vii)
Não sou caipora não. Apenas, e tão somente, um caipira. E isso
já é mais do que suficiente pra incomodar toda e qualquer alma sebosa. Não que
eu queira ser um incômodo. Longe de mim. O problema é que um caipira está
sempre fora de lugar, mesmo estando largado e quieto no seu canto.
(viii)
Lula disse que ele está mais Maduro. Mais Maduro. E tem gente
boa que ainda quer convencer outras pessoas de que Lula é boa gente e que seus
pares são uns docinhos de coco que apenas querem defender a democracia e o tal
do povo.
(ix)
A defesa de Lula pede absolvição alegando que os seus crimes
prescreveram. É o fim da rosca mesmo. Não que a defesa não possa pedir isso,
mas, sejamos francos, não convém, não é bonito e, imagino, deixa os anônimos
devotos do lulismo com cara de tacho. Isso não se faz companheiro.
(x)
O marxismo, em todas as suas versões e variantes acaba sendo
sempre uma sórdida expressão de revolta contra Deus. Um delírio interpretativo.
Às vezes de modo exasperado, noutras de maneira dissimulada, mas sempre, em
suas linhas e entrelinhas, uma revolta metafísica contra Deus.
(xi)
Se fôssemos realmente sinceros reconheceríamos, sem medo ou
raiva, que o marxismo é, do princípio ao fim, uma espécie de teologia
anticristã. Em algumas variantes, bem sofisticada; em outras, bem piegas, mas
sempre, uma tranqueira anticristã.
(xii)
Já defendi, no passado, muitas coisas das quais, hoje, me
arrependo. Aliás, qualquer pessoa minimamente sensata tem que ser capaz de
olhar pra traz e reconhecer as suas idiotias e, principalmente, combatê-las.
(xiii)
Desconfio sempre de qualquer alminha que, velhinho como eu,
continue defendendo as mesmíssimas ideias de sua mocidade, achando isso uma
lindeza. Por traz desse tipo de bom-mocismo há sempre um baita canalha.
(xvi)
O mundo está se brasilianizando com o que há de pior em nosso
país, da mesma forma que nós estamos nos mundializando com o que há de pior na
era da globalização.
(xv)
Quando escrevinho algo, não o faço procurando consentimento. Não
penso em possíveis concordâncias ou discordâncias. Também não escrevo pra
provocar cizânias. Rabisco palavras apenas pra compartilhar [imprecisas]
impressões e, se possível for, suscitar uma e outra reflexão.
(xvi)
Se Lula, ao invés de ficar gritando bravatas, espumando e
instilando ódio em todos os cantos de nossa triste nação, apenas declarasse que
confia em Deus e que, com serenidade, acatará a sua sentença por respeitar as
instituições democráticas, ele daria um exemplo digno de estadista.
(xvii)
Verdade seja dita: Lula tem razão quando diz que nossa elite é
perversa. Sim, ela é. Perversa por algumas das razões indicadas por ele em seu
discurso azedo. Algumas. Não todas. Pior! Ela é perversa principalmente por
outras razões que ele não indicou. Detalhe: ele faz parte dela.
(xviii)
Cenas de incesto, ou insinuando-o, na edição desse ano do
famigerado BBB? Não vi, não vou ver e tenho raiva de quem assiste um trem
deste. Isso mesmo. Ou vão-me dizer que esperavam ver algo de bom nisso? Até
quando haverá gente ligando sua TV na esperança de ver algo de bom vindo dessa
tranqueira?
(xix)
Para um condenado ser chamado de apenado ele deve sentir-se e
agir como um penitente. Para que o sujeito seja um penitente ele deve sentir-se
profundamente arrependido de seus atos e estar consciente da necessidade da
punição recebida. Sem isso, não há recuperação do indivíduo.
(xx)
A vida moderna estimula a ilusão de sermos uma espécie de
semideuses. De sermos deuses. Não? Ora, não é ensinado por aí que podemos ser o
que quisermos? Pois é. Mas, na real, podemos ser apenas o que realmente somos.
Só isso. E essa é toda a realidade. Negá-la é pura demência.
(*) Apenas um caipira bebedor de café.
PROCURANDO CHIFRE NA CABEÇA DUM CAVALO
Não sei o que deve ser feito para arrumar o mundo, nem como
tornar o Brasil um país respeitável. Pra falar a verdade, não sei nem mesmo o
que fazer para que minha cidade seja melhor. Porém, sou capaz de pensar algo
que pode nos tornar uma pessoa melhor. Mas só um pouquinho melhor.
(ii)
Verdade seja dita: cachorro que ladra não morde, mas intimida.
Intimida até certa altura. Depois disso, bem, depois disso cada um sabe o que
fazer para que o ladrar vire um vagido acuado.
(iii)
As imagens midiáticas, não são o retrato da sociedade atual. Nem
os espetáculos, supostamente, da vida. A sociedade é formada por pessoas que se
relacionam através da mediação de imagens que são construídas a partir das
mídias que espetacularizam a vida em pequena e grande escala.
(iii)
Na sociedade atual, tudo passa pelo crivo da espetacularização e
a vida é reduzida a um conjunto efêmero de imagens. O aparente e o superficial
tomam o lugar antes reservado ao substancial. Hoje, o essencial tornou-se viver
o momento projetado para esvaziar-nos de nossa humanidade.
(iv)
A espetacularização da vida é a negação da mesma.
(v)
Quando consideramos algo bom simplesmente pela sua aparência
agradável, e midiaticamente apresentável, é porque as imagens espetacularizadas
já envenenaram nossa alma de tal forma que substituímos os critérios de beleza,
bondade e verdade pelos de aparência, afeição e sedução.
(vi)
A realidade já foi, praticamente toda ela, fotografada, filmada,
digitalizada. O que resta agora é que a mídia devolva a realidade para ela
mesma. E ela está fazendo isso de maneira sumamente deturpada e depravada,
piorando significativamente aquilo que, em si, já era bem ruim.
(vii)
No fundo, na sociedade contemporânea, não existem mais cidadãos.
Nem eleitores. Os que temos são espectadores ciosos por alguma forma de
interatividade com as estrelas do reality show da vida política. Fãs, de todos
os tons e matizes, que pairam em torno do brilho de seu senhor.
(viii)
Mais dia, menos dia, esse tal de suposto será preso.
(ix)
Empoderamento é não ser autorizado pela militância, e pelo
Estado, a livremente dizer não (a discordar) pra não ferir o comportamento de
rebanho ideologicamente constituído na base do não questionamento do ideólogo
alfa que diz quem se deve odiar pra se sentir uma alma boazinha.
(x)
Tem muita gente usando fortemente a tal da força de expressão.
Estão forçando tanto que está dando pra sentir o cheiro da força no ar.
(xi)
MST invade inúmeras fazendas em atos de apoio ao Molusco mor. Perfeito.
Então esse é o Brasil que, com Lula, essa gente quer construir? Entendo.
(xii)
Fernando Haddad sugeriu que o Viagra deveria ser vermelho pra
homenagear Lula. Está certo. Após o ato pro-Lula em São Paulo isso até faz
algum sentido. Depois daquilo que foi exibido, provavelmente, haverá muita
gente que precisará, pra se motivar, dum azulzinho. Ou vermelhinho.
(*) Apenas um caipira bebedor de café.
ATIRANDO DARDOS NO ESCURO
Veja só como funciona a perversão moral reinante: cinco
menininhas tocando um homem nu é arte; Anitta é empoderada; agora funk bestial
fazendo apologia ao estupro choca os mesmos que aplaudiam as bestialidades
anteriores. Essa é uma das muitas faces da ditadura do relativismo.
(ii)
Faces da ditadura do relativismo a muito denunciada pelo Papa
Bento XVI: funk faz apologia a um estilo de vida canalha e ao estupro. Se
criticar será preconceito? E, se não criticar, será preconceito? Por essas e
outras que o relativismo moral é uma monstruosidade sem par.
(iii)
Classificar o valor dum bem cultural através dum critério
calcado na sexualidade é sinal de decadência. Por exemplo: a obra de Oscar
Wilde é valorosa não porque ele era gay, mas porque tem algo para ensinar. A de
Pabllo Vittar não é, não por ele ser trans, mas por não ter nada a dizer.
(iv)
Funk depreciando e coisificando a mulher não é novidade. Essas
aberrações, dia após dia, vêm ganhando volume e documentando de modo triste
nossa época que se abraçou insanamente com o relativismo moral imaginando, com
isso, conquistar a tal da liberdade. Bem, deu no que está dando.
(v)
A questão da participação de atletas trans em competições
femininas, a meu ver, é simples: seja trans ou não, mulher não tem próstata da
mesma forma que homem não tem útero, entre muitas outras coisas mais. Não se
trata de uma questão de homofobia, mas sim, de fisiologia. Só isso.
(vi)
Não deturparam Marx. Não tem como. O alemão é deturpado. Digo,
perturbado. Basta olhar para as fotos do coisão pra perceber isso. Se lê-lo,
concluirá o mesmo. Um perturbado com alguns lances e geniais, é claro. Mas um
perturbado de marca maior.
(vii)
Dia virá em que a lei, no Brasil, será para todos, inclusive pra
gente do naipe dos caiporas que, em princípio, gozam de imunidade.
(viii)
O sen. Lindbergh Farias, gravou, faz pouco, um vídeo pra
manifestar seu apoio a Lula e pra endossar as nervosas palavras da sen. Gleisi
Hoffmann. Se você se der ao trabalho de ver o dito cujo, verá ao fundo, junto a
uma estante, um retrato do próprio. Será que foi pincelado por ele?
(ix)
Eu sou chato, mas sou eu mesmo, sim. Muito mais chato é a
militontada com seu mimimi.
(x)
A televisão, a brasileira de modo especialíssimo, tem a
capacidade de pegar o que há de pior, trabalhar encima disso e piorar de maneira
inacreditável o que já era ruim por si e entregar de volta pra sociedade. Bem,
aí estão os reality shows que não me deixam mentir sozinho.
(xi)
Regime bolivariano no dos outros é democracia; agora, usar
palavras ríspidas contra os defensores, bem alimentados e elegantemente
vestidos, do indefensável Maduro é ditadura e dói. Como dói.
(xii)
Os Cristãos bolivianos estão sendo perseguidos por Evo Morales e
a CNBB do B continua cínica e vergonhosamente silente. Ao que parece, a mãe
d'água e o bem-estar dos aliados de Lula são mais importantes que a Igreja de
Cristo que padece nas garras comunistas desses biltres.
(xiii)
Oprimidos figurões globais, com ou sem Rouanet, que vivem toda
ordem de agruras em nosso triste país, ao invés de, à distância, ficarem
defendendo a ditadura venezuelana, poderiam dar um belo exemplo e ir pra lá
para gozarem das benesses que o povo desse país desfruta com ela.
(xiv)
Maduro, o ditador bolivariano da Venezuela, paparicado aqui
nessas terras, pela galerinha vermelha, como se fosse um democrata exemplar,
colocou-se agora a defender a prisão do Bispo que o criticou e, a CNBB do B, ao
que tudo indica, também, nesse caso, ficará vergonhosamente calada.
(xv)
Que seja dado a Cesar o que é dele. Por isso, lembre-se: brigar
com os amigos por questões políticas na atual conjuntura eleitoral seria algo
similar a ter uma crise de ciúmes estando no meio dum lupanar. Resumindo: vale
a pena, realmente, romper uma amizade por isso? Pense bem.
(*) Apenas um caipira bebedor de café.
ALGUNS VINTÉNS FURADOS
Apenas descobrimos que, de fato, sabemos algo, quando
tentamos explicá-lo para alguém, ou quando tentamos demonstrar a funcionalidade
e/ou veracidade desse algo. Quando não somos capazes de realizar esse feito é
sinal, grave, de que devemos rever isso que temos como sabido por nós.
(ii)
Opinião é similar a um peido. Que cada um sinta-se à vontade
pra soltá-los, porém, lembre-se: nem todo lugar e hora são convenientes. E tem
outra: a liberdade de opinar e peidar depende da liberdade dos outros que podem
ignorar e desgostar do que sai de nossas profundezas cerebrinas.
(iii)
Uma opinião vale o tempo e o trabalho que dedicamos para
formulá-la. Então, vejamos: na maioria das vezes, formulamos nossas opiniões no
mesmo momento em que somos instigados a expô-las; logo, o valor [cognitivo] da
maioria delas é, no mínimo, duvidoso, pra não dizer outra coisa.
(iv)
O Sol, aqui nas bandas do sul, está se tornando um ilustre
desconhecido, uma saudosa lembrança do passado. É provável que quando volte a
apresentar sua majestade não mais o reconheçamos, da mesma forma que alguns, de
tanto mentir, não mais são capazes de distinguir a verdade do erro.
(v)
Sei lá. Hoje em dia se fala muito aqui, acolá, em toda parte,
sobre o tal do respeito, exigindo-se que devemos respeitar isso, aquilo e tudo
o mais. Está certo. Mas, nos permitam dizer o óbvio ululante: respeito não se
exige, se conquista. Se exigido for, não será respeito. Será dó.
(vi)
Antes de exigirmos o dito cujo do respeito é bom - aliás,
seria ótimo - se procurássemos nos dar um pouquinho a ele porque, se assim
procedêssemos, bem provavelmente, tudo o mais nos seria proporcionado,
inclusive o tal do respeito.
(vii)
Lula sugeriu a exoneração de todos que estão envolvidos na
Lava Jato. Lúcido e democrático, não é? Pois é. Se eleito for, isso é uma
possibilidade. E se ele for condenado? Se o for espero que Lula e todo o
projeto criminoso de poder sejam exonerados da história recente do país.
(viii)
Maduro executa oposicionistas, a senadora Gleisi Hoffmann
instiga militantes e simpatizantes a partirem para outras vias pra defender o
indefensável. Bem, quanto aos defensores de ambos, bem provavelmente, já tem na
sua algibeira uma frase prontinha pra usar na defesa dos indefensáveis.
(ix)
O mundo, a cada dia que passa, fica mais e mais transtornado.
(*) Apenas um caipira
bebedor de café.
CADA UM NO SEU QUADRADO
A defesa de Lula apresentou recibos falsificados; a carta de
Palocci abalou a República; as delações apresentaram informações aterradoras;
os magistrados do TRF4 sofreram ameaças; mas ele, Lula, continua sendo visto
por muitos como sendo a viva alma mais honesta desse triste país.
(ii)
Uma possível condenação, ou absolvição, de Lula mudará o país
porque será um acontecimento que terá um profundo enfeito nas entranhas do
estamento burocrático e na vida da sociedade brasileira. Para o bem ou para o
mal, depois do dia 24 de janeiro, o Brasil não mais será o mesmo.
(iii)
As dificuldades enfrentadas pelos tentáculos da CUT pra
mobilizar pessoas para irem às ruas defender Lula são um sinal de dupla falência.
Uma é o esvaziamento do carisma da figura do presidente sindicalista e, a
outra, o esgotamento do poder de influência do sindicalismo vigente.
(iv)
Não sou jurista, mas, permita-me dizer: creio na força do
direito, mas como ele pode ser um caminho para a paz quando autoridades (Maduro
e tutti quanti) fazem um uso vil do mesmo, reescrevendo-o ao seu bel prazer
para permanecer ad infinitum no poder? Creio que precisa-se de algo mais.
(v)
Todos aqueles que se arpoaram para defender o regime
bolivariano como sendo a mais cristalina democracia, que fique registrado: essa
gente tem sangue inocente nas mãos, da mesma forma que aqueles que defenderam e
defendem os regimes totalitários que imperaram no leste europeu.
(vi)
Cada um deve ser tratado de acordo com a dignidade que lhe é
devida. Trocando em miúdos, réu condenado deve ser tratado com o respeito que é
cabível a um réu condenado. Ponto. Tratá-lo como autoridade, como um ícone
acima do bem e do mal, é fortalecê-lo num ato de covardia moral.
(vii)
Houve um tempo em que o tal do respeito era algo que deveria
ser conquistado. Todo mundo sabia disso e compreendia isso com grande clareza.
Hoje não. O tal do respeito passou a ser algo que alguns creem que deve ser
exigido. Porém, esquecem-se que tudo o que é exigido é imerecido.
(viii)
Muitos apontam para a ineficiência do Estado Brasileiro como
sendo um dos grandes problemas da nação. E o fazem com razão. Porém, ao meu
ver, o problema não é tanto se o Estado é ou não eficiente. O grande problema, o
principal, é em que e para que o dito cujo deverá ser eficiente.
(ix)
Disse a sen. Gleisi Hoffmann: "Para prender o Lula, vai
ter que prender muita gente, mas, mais do que isso, vai ter que matar gente".
Ou seja: respeito as instituições democráticas, para essa gente, é tudo aquilo
que colabore com seu projeto totalitário de poder. O resto é golpe.
(x)
Alguns pensam que odeio Lula. Não odeio. Respeito sua
biografia, tanto que li três e um livro de sua lavra (discursos e entrevistas).
Apenas repudio seu projeto político de poder, sua visão ideológica de mundo e
seus efeitos sobre o presente e as marcas que perdurarão no futuro.
(xi)
A gurizada, peões nesse jogo sujo de xadrez, são e serão
usados como massa de manobra pra tumultuar, pra gerar factoides que serão
utilizados vilmente por gente sem caráter pra tentar favorecer o facínora que
simboliza o projeto criminoso de poder que arregaçou com esse triste país.
(xii)
Sabe o Evo Morales, que foi beneficiado por Lula, que acatou
a "expropriação" (roubo) da refinaria da Petrobras sob as bênçãos do
Foro de São Paulo? Pois é. Agora movimenta-se para impor o fim da liberdade de
expressão e religiosa. Diga-me quem defendes que eu direis o que tu és.
(*) Apenas um caipira
bebedor de café.
UM, DOIS, TRÊS, QUATRO...
Deixe-me ver se estou entendendo bem as ideias da galerinha
politicamente correta, intoxicada com as firulas dos Diretos dos manos: eles
defendem a legalização das drogas, o desarmamento civil e a criminalização da
legítima defesa para reduzir a criminalidade. É isso, não é? Pois é.
(ii)
Raul Seixas era maluco beleza, não estúpido. Quando ele
cantou que não precisava ler jornais, revistas, ver televisão pra mentir,
porque isso ele sabia fazer por conta, com certeza ele estava tendo uma visão
“profética” da profunda degradação midiática que hoje testemunhamos.
(iii)
A ideologia de gênero não existe pra defender a soberania das
mulheres, nem seus direitos. A ideologia de Gênero, em sua essência, existe
apenas para dissolver a instituição família para mais facilmente implantar uma
ordem totalitária que, francamente, não será boa pra ninguém.
(iv)
Usar palavões tornou-se, ao que tudo indica, um novo
indicador de racismo. Se a pessoa é nosso desafeto político ela será
classificada como racista. Se for "dos nossos" aí o sujeito será tido
apenas como um cara espirituoso e espalhafatoso. Já vimos um filme assim não
faz muito.
(v)
O trem é mais ou menos assim: tudo é mais complicado do que
parece, ao mesmo tempo que qualquer coisa é bem mais simples do que querem
fazer parecer.
(vi)
Quando crianças todos nós temos um toque de genialidade. Cada
um ao seu modo, mas todos são bem sabidos. Porém, com o tempo, conforme vamos
nos aproximando da tal maturidade, não sei por que cargas d’água, vamos nos
imbecilizando e, acreditem, cada vez de maneira mais precoce.
(*) Apenas um caipira
bebedor de café.
[podcast] CONVERSA QUIXOTESCA - comportamento impensado
O CONVERSA QUIXOTESCA é um podcast ocasional, sem a menor
periodicidade, publicado sem edição alguma em nosso blog onde apresentamos, sem
nenhuma pretensão e de maneira sucinta, nosso ponto de vista caipira sobre os
mais variados assuntos.
UM VERDADEIRO BALAIO DE GATOS
É lamentável, mas, faz parte da natureza humana querer
responsabilizar a sociedade, o Estado, Deus e o encardido pelas consequências
de nossas desventuradas escolhas. Pior! Hoje, não são poucos os que exigem que
tal responsabilização seja elevada à categoria de direito fundamental.
(ii)
O grande legado do tal garantismo é a condenação silente de
inumeráveis cidadãos - anônimos, de bem e sem muitos bens - a terem de viver
praticamente em uma prisão domiciliar, enquanto as delinquentes "vítimas
da sociedade" tem todas as garantias de que não serão importunadas em sua
forma alternativamente criminal de ganhar a vida. E, isso tudo, não à margem da
lei, mas sob os auspícios do hospício das leis vigentes em nosso triste país
onde impera, com toda a pompa, a bandidolatria.
(iii)
Ao que tudo indica, o grande projeto da Fôia de São Paulo é,
lentamente, tornar-se "O Planeta Diário" (Casseta Popular) do século
XXI. Porém, nessa sua versão engraçadona, ela continuará a ser o que é: um
jornal sem muita graça que, dia após dia, vem perdendo a sua credibilidade.
(iv)
Golpe, amiguinho, é termos nossas eleições uma vez mais sendo
“cuidadas” por uma empresa como a Smartmatic. Por isso, se assim o for em 2018,
não dará mais pra esconder de ninguém que o Brasil e sua democracia,
definitivamente, são uma piada sem graça e de profundo mau gosto.
(v)
Então quer dizer que o sufle de alface José Serra recebeu,
segundo Pedro Novis, delator da Odebrecht, R$ 52,4 milhões, como dizia José
Genuíno no tempo do mensalão, não contabilizados? Talvez por isso que nos
últimos dias a grande mídia esteja tão inquieta com assuntos bem menores.
(vi)
Todo mundo sabe, mas é bom lembrar: a turma que diz ser
contra o mundo "capetalista" o são desde que possa continuar com seu
celular, com uma boa conexão, um copinho bacana do Starbuck na mão,
frequentando baladas maneiras e, é claro, com um bom tênis opressor da nike nos
pés.
(vii)
A hipocrisia não é o grande problema do Brasil de hoje. Infelizmente.
Essa sabe o que é o bem e, por vergonha, ou por outra razão qualquer, tenta
parecer bom. O grande problema, hoje, é o cinismo descarado, a idealização do
mal, que vem tomando conta de praticamente toda a sociedade.
(viii)
Que lindeza é a esquerdalha com suas imposturas democráticas.
No TRF4 estão ameaçando magistrados e seus familiares. Na cabeça dessa gente,
estimulada por lideranças cínicas, somente a realização de seu projeto
totalitário de poder seria algo respeitável e institucionalmente cabível.
(ix)
A mentira é a arma primeira da canalhada ideologizada. Sempre
foi. Por isso quando vejo essa gente envenenada até a medula com a peçonha
totalitária usando descaradamente os mais vis e baixos engodos, confesso que
não fico surpreso não. Na real, não esperava nada diferente disso.
(x)
A unanimidade, em si, é burra, como ensina-nos o grande
Nelson Rodrigues. Agora, quando procura-se forjar uma imagem postiça de
unanimidade encima duma farsa, político-partidária e/ou midiática, não se trada
de burrada não. É canalhice pura e simples. Só isso e olhe lá.
(xi)
Não é digno lamentarmos o cenário eleitoral de 2018. Sim, ele
é lamentável. Mas não só ele. Nosso país está feio na fita e nós, enquanto
sociedade, não somos lá essas coisas. Piadas à parte, penso que urge começarmos
a matutar no que podemos fazer com o que temos e com o que somos.
(xii)
Enquanto o militante comuna brasileiro, com seu celular
opressor e um fast-food imperialista e opulento na mão não mede esforços, na
escala de histeria engajada, pra defender Nicolás Maduro, lá, inúmeros venezuelanos,
estão tendo de comer comida de cachorro pra não morrer de fome.
(xiii)
Segundo o autor do livro BANDIDOLATRIA E DEMOCÍDIO, num país
onde se denuncia menos de 10% dos sessenta mil homicídios registrados por ano,
punitivismo e balelas do gênero não passam de piadas sem graça e de mau gosto,
verdadeiros atos de desrespeito pelos familiares das vítimas.
(xiv)
Domingo é dia pra ficarmos com a família e com os amigos,
porque é dia do Senhor. Domingo é dia de churrasco, de almoço caprichado,
porque é dia do Senhor. Domingo é dia pra andar de bike, pra jogar bola, porque
é dia do Senhor. Domingo é dia de Santa Missa, porque é dia do Senhor.
(xvi)
A leitura diária da Sagrada Escritura, junto com a récita,
também diária, do Santo Rosário, são alimentos da alma. Indispensáveis. Ler as
palavras das Sagradas Páginas é abrir nossa alma para o Reino de Deus. Recitar
o Santo Rosário é juntarmo-nos às vozes do Coro Celeste.
(*) Apenas um caipira que
bebe muito café.
VAMOS CONTAR ATÉ DEZ
A grande mídia, juntamente com a turma do show business e com
a intelectuária mainstream, todos canhoteiros dos quatro membros, já a muito
haviam perdido o senso das proporções; agora, de vez, perderam totalmente a
noção do ridículo. Definitivamente, perderam a vergonha na cara.
(ii)
A mentira, por si só é feia. Agora, quando ela é maquinada
pela grande mídia, de mãos dadas com a elite, esquerdista e globalista, e com o
que há de pior no estamento burocrático nativo, a feiura e o ridículo não tem
limites. Nenhum limite.
(iii)
Não é vergonhoso odiar algo, ou alguém, se estamos fazendo
isso em favor da verdade, a procura dela e com base nela. Churchill procedeu
assim contra Hitler e isso fez dele quem ele é. Agora, odiar alguém com base na
mentira é coisa de psicopata politicamente bem intencionado.
(iv)
Enquanto a maledicência destrói o que somos aparentemente
perante o mundo, a oração fortalece o que realmente somos, interiormente,
independente da gritaria que exista em nosso em torno.
(v)
Não devemos nos orgulhar de nada. Nem do que temos, de quem
somos, ou daquilo que fazemos. Orgulho, disso ou daquilo, manifesto de maneira
individual ou coletiva, é coisa de gente substantivamente vazia. Oca. Bem,
talvez, seja daí que venha toda essa histeria identitária reinante.
(vi)
O caipira, o Jeca de raiz, com toda a sua falta de jeito e
originalidade, talvez seja o representante mais cristalino do que significa ser
verdadeiramente alguém de carne, ossos e personalidade.
(vii)
Toda vez que alguém vem com aquele papo sobre sexo,
sexualidade e identidade, mais do que depressa escudo-me com as palavras de
Pirandello que, laconicamente, dizia que isso não é coisa séria. E complemento:
se uma pessoa leva isso a sério sou forçado a duvidar da sua seriedade.
(viii)
Perdemos totalmente o senso da realidade quando não mais
somos capazes de organizar uma hierarquia de importância e de valores para nos
orientar na vida. Quando não mais somos capazes disso, passamos a levar a sério
questões de segunda ordem e a menosprezar as de primeira grandeza.
(ix)
Se estamos demasiadamente preocupados com nossa identidade
isso é um claro sinal de que estamos demasiadamente preocupados com a nossa
imagem perante os outros. Extremamente necessitados com a aprovação. E isso
nunca foi, e nunca será, um bom sinal.
(x)
Se estamos demasiadamente preocupados com a nossa identidade,
isso é um sinal inquietante de que estamos excessivamente preocupados com a
imagem que apresentamos aos outros, de que carecemos da aprovação alheia para
sentirmo-nos alguém. E isso não é e nunca será uma boa coisa.
(*) Professor, caipira,
cronista e bebedor inveterado de café.
TRÊS OBSERVAÇÕES RASCUNHADAS
Para uma pessoa que vive à toa, sem eira, nem beira, tudo
restringe-se a ação e inação desprovida de qualquer propósito maior, vendo a si
mesmo como princípio e fim tudo. Para uma alma, de fato, religiosa não. Para
esse tipo de indivíduo, todo ato deve ser vivido em ação de graças,
reconhecendo ou, ao menos, esforça-se piamente para aprender que não é, nem que
queira, uma criatura autossuficiente. Que, antes de qualquer coisa, ele é fundamentalmente
um devedor ingrato do Senhor como qualquer um.
(ii)
O oração, para todo cristão, é o pão de cada dia de sua fé.
(iii)
Toda a noite, com a família, é boa. Muito boa. Mas, uma
noite, ao som duma suave chuvinha que se derrama, preguiçosa, cantando ao cair
na calçada, é uma dádiva que não podemos desprezar. Que devemos saber apreciar.
Só isso. E com isso, tudo o mais.
(*) Professor, caipira,
escrevinhador e bebedor inveterado de café.
LIBERDADE OFFLINE
Apure! Apure logo! Essa, talvez, seja a expressão mais
presente na boca de muitos. Queremos que tudo chegue até nós rapidinho, na
velocidade dum clique, tal qual os brinquedinhos eletrônicos que, hoje, fazem
parte da paisagem contemporânea. Inclusive o entendimento e a compreensão de
tudo o que nos cerca.
Seja na cidade ou no campo; nas ruas, restaurantes ou
lanchonetes; mesmo numa modesta casinha, coberta ou não com sapé, lá
encontraremos uma ou mais pessoas virtual e supostamente acompanhadas e, ao
mesmo tempo, substantivamente sós. Bem solitas com a mesmice de suas vidas.
Pois é, pois é, pois é. Poderíamos, nessas breves linhas,
listar todos os potenciais benefícios e os possíveis malefícios que as mídias
eletrônicas podem nos oferecer. Poderíamos, mas não o faremos. Não, porque isso
seria um desperdício de tempo e ele, o tal do tempo, é um ativo muito precioso
para desperdiça-lo com assuntos que serão sumamente desprezados por aqueles
que, de fato, deveriam por eles interessar-se e, não o fazem, por preferirem
desperdiçar o referido ativo que, pessoalmente, procuro tanto valorizar.
Se assim o querem, que o façam; mas não com o meu. Não mesmo.
E lhes digo o porquê. Na medida de minhas limitações procuro valorizar o meu
minguado tempo. Desde menino, lembro-me do dito de Abraham Lincoln, ensinado a
mim por meu pai, onde esse aconselha-nos dizendo que apenas os desocupados não
tem tempo pra nada. Por isso, com a medida que me foi dada, procuro achar tempo
pra tudo. Pra tudo mesmo.
Hoje, com as madeixas e barba um tanto esbranquiçadas,
mantenho estampada na parede de minha biblioteca uma máxima de Goethe, que diz:
“quando você não sabe o que fazer, faça o que é do seu dever”. Simples assim. E
mantenho-a bem diante dos meus olhos para não esquecer o ensinamento a tanto
tempo dado a mim por meu pai e que hoje repasso aos meus pequenos.
E, como todos nós bem sabemos, dum modo geral, celulares e
redes sócias normalmente não casam muito bem com a ideia de senso de dever,
apesar da possibilidade existir.
Geralmente, nossas quinquilharias eletrônicas de cada dia nos
convidam, hoje e sempre, para a excitação efêmera de nossos sentidos,
tornando-nos incapazes de compreender qualquer coisa em profundidade, de
pararmos para ouvir devidamente uns aos outros. Não por culpa delas em si, não
mesmo, mas sim e principalmente, por causa de nossa leviandade nada original.
Aquela doçura, que nos verdes anos de minha vida, acompanhava
sempre o vagaroso e atento aprendizado das coisas, que andava de mãos dadas com
o vagar das conversas despretensiosas, mesmo que acaloradas, ao que tudo
indica, não mais faz parte dos verdejantes anos da atual mocidade e, muito
menos, daqueles que, pelo avançar da idade, maduraram sem ter, com o devido uso
do tempo, amadurecido.
Prefere-se, hoje, que a vida seja composta apenas por um
punhado de cliques fugazes, sem sentido, arrolados de modo efêmero para que o
eu não seja nada além de um ego inchado de si para si, todo empavonado com
clichês politicamente corretos pra melhor encobrir a falsa existencial.
E antes que, através da lonjura das letras, ecoe aquele
mimimi na forma dum “apure”, dum “termine logo essa choça”, lembremos e, se
possível, não esqueçamos, que tudo aquilo que imploramos pra findar logo,
acaba, muito mais rapidamente, terminando com o pouco que resta de nós em nós
mesmos.
Pronto. Acabei. Já estou offline. Agora, se quiser, pode
voltar para a monotonia ansiosa duma vida embalada pelas ondas dum wifi que não
procura, não encontra e não quer ter tempo pra nada.
(*) Professor, caipira,
escrevinhador e bebedor inveterado de café.
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