Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

Pesquisar este blog

CAMINHADA

Por Dartagnan da Silva Zanela,
em 31 de janeiro de 2010.

Sigo a trilha apontada pela Palavra,
Ditada por Aquele que É Uno e Trino,
Sigo a via que foi sinalizada,
Pelo sangue inocente do Cordeiro Sacrificado.

Sigo a trilha sem dizer palavra alguma,
Imitando o passo que a muito fora ditado,
Por Aquele que amou sem limitação alguma,
Sendo morto, no Calvário, crucificado.

Caminho pela via luminosa da Boa Nova anunciada,
Que anuncia em suas curvas e linhas pedregosas,
A cura para dor alucinante que chaga,
Que atormenta o coração da alma devota.

PENSANDO BLOGICAMENTE – n. 06

(aprendendo com a Santa Doutora)

Santa Terezinha de Lisieux, Santa doutora da Igreja, é sempre desconcertante com sua pia simplicidade em nos ensinar o que devemos fazer de nosso vida, em nos apontar os caminhos que devemos trilhar em nossa caminhada por esse vale de lágrimas. Digo isso, pois, estava eu lendo uma escrevinhação de meu punho sobre educação que ponderava em algumas de suas linhas sobre a necessidade de se ter a perfeição, relativa, no aprendizado das artes (liberais e mecânicas) no horizonte educativo e, então, resolvi deitar minhas vistas na página marcada da HISTÓRIA DE UMA ALMA – MANUSCRITOS AUTOBIOGRÁFICOS que tenho em minhas mãos e eis que leio as seguintes considerações feitas pela Doctor Amoris (1998; p. 39): “[...] procurar sempre o mais perfeito e esquecer-me de mim mesma. Compreendi que havia muitos graus de perfeição e que cada alma é livre de responder aos convites de Nosso Senhor, de fazer pouco ou muito para Ele, numa palavra, de escolher entre os sacrifícios que Ele pede”. Ora, se o aprendizado dos mais sublimes ensinos exige de nós certos sacrifícios, por que o aprendizado de lições menores seriam esquivadas de tal necessidade? Toda ação humana acarreta o sacrifício de algo para realização de um objetivo. Quando falamos em educação estamos falando do sacrifício de um interesse diminuto em nome da realização de algo maior do que aquele momento. Quando fazemos isso, estamos ampliando a nossa humanidade, estamos nos tornando maior do que somos naquele instante nos fazendo menor do que somos naquela ocasião. Aí pergunto: quantas salas de aula ensinam essa lição nos dias atuais? Quantas pessoas aplicam essa lição singela em suas vidas? Provavelmente, nem mesmo os professores que deveriam ensiná-la.

Dartagnan da Silva Zanela,
em 30 de janeiro de 2010.

PENSANDO BLOGICAMENTE – n. 05

(cansado de si)

Há muitas pessoas nos dias hodiernos que vivem de maneira sorumbática. São de amargar com as suas queixas miúdas que apenas reflete muito mais a miséria de suas almas do que as circunstâncias em que estão vivendo. Dos queixumes, o que mais impressiona, tanto pelo dito quanto pela freqüência que é enunciado, é o afirma: “estou cansado de fazer nada”. Espere aí, isso é motivo para uma queixa melodramática? Aliás, isso é motivo para lamentação, para solicitar socorro a um terceiro? Ora raios! A alma desses senhores está tomada de tal maneira pela desídia existencial, advinda de uma vida sem sentido, presa unicamente em suas sensações, em suas mais baixas sensações. Não é por menos que essas pessoas conseguem se cansar com o nada, pois a futilidade toma conta de seus dias. Dias convertidos em tédio similar ao de sua própria existência.

Dartagnan da Silva Zanela,
em 27 de janeiro de 2010.

COMENTÁRIOS - RÁDIO CULTURA


No dia 02 de fevereiro, dia da Festa de Nossa Senhora de Belém e da apresentação de Nosso Senhor no Templo, estaremos retornando, após o período de recesso, a realizar os comentários diários para a programação da Rádio Cultura AM/FM. Se tudo correr bem, iremos disponibilizar os referidos comentários em nosso site.

Atenciosamente,
Dartagnan da Silva Zanela

MISTÉRIOS QUE REVELAM A VERDADE – parte XX

Escrevinhação n. 807, redigido em 26 de janeiro de 2010, dia de São Timóteo, São Tito e Santa Paula Romana.

Por Dartagnan da Silva Zanela

“A vossa missão é aceitar a paz divina e difundi-la, não com palavras, mas com a vida”.
(Mensagem de Nossa Senhora – Medjugorje)

- - - - - - - + - - - - - - -

Seguindo o marcado passo, ditado pelas contas, humilde e lentamente dedilhadas do Santo Rosário, chega à contemplação do vigésimo mistério, o quinto glorioso, que é a coroação da Santíssima Virgem no Céu (Apo XII; 1-4). Bem, poderão alguns sinceramente (outros maliciosamente) indagar por que Santa Maria foi coroada rainha do céu e da terra. Tal pergunta é justa e, por isso, uma resposta, mesmo que simplória apresentada por um indigno missivista, torna-se necessária.

A Santíssima Virgem é a mãe do Verbo Encarnado, do Rei Divino. Ela é rainha por sua maternidade e, consequentemente, por participar na obra de redenção, por ter sido predestinada para esta pia empreitada, com nos ensina o CATECISMO DE NOSSA SENHORA. Ou você acha que o Logos Divino teria vindo ao mundo pelo ventre de qualquer mulher?

Por ser predestinada o seu santo nome, Maria, que significa estrela do mar, Senhora, soberana e luz brilhante, fora revelado por Deus para São Joaquim e Santa Ana, seus pais. Aliás, o que significa o nome dos pais da Virgem? O pai é aquele que Deus elevou e a mãe, a graciosa, cheia de graça, de compaixão e clemência. Ou seja: aquele que Deus elevou junto com aquele que é graciosa trouxeram ao mundo aquela que é soberana para dar a luz ao Filho de Deus, logo, rainha do céu e da terra.

Por isso quando abrimos as Sagradas páginas lemos que apareceu no céu um grande sinal, uma mulher vestida de Sol (Apo XII; 1). Ela está vestida de Sol porque traz em seu ventre o Logos encarnado e por carregar este Bendito Fruto, toda ela se reveste de luz, como nos explica o filósofo Mário Ferreira dos Santos em seu livro O APOCALIPSE DE SÃO JOÃO. A lua em baixo de seus pés representada o seu papel, daquela que irá refletir a luz do Astro Rei na noite de pecado que toma conta do mundo. Nosso Senhor é o centro solar da vida espiritual e a Santíssima Virgem o meio pelo qual essa luz vem para esse mundo tomado pelas sombras do pecado.

E como nos ensina São Luís Maria Grignion de Montfort, em seu TRATADO DA VERDADEIRA DEVOÇÃO À SANTÍSSIMA VIRGEM muitos foram os que pediram pelo Salvador do mundo, mas foi apenas através da humilde serva que Ele veio. Esse era o seu destino, através dela o Senhor mostraria o seu esplendor. Ainda, o mesmo Sábio Santo, em sua obra O GRANDE SEGREGO PARA SE CHEGAR A SANTIDADE, nos lembra que a Graça Divina é concedida a todos nós. Para uns em maior grau e para outros em menor, mas o é concedida para todos. Por isso: “O preço e a excelência da graça, dada por Deus e correspondida pela alma, fazem o preço e a excelência de nossas ações”. Ora, existe graça maior do que dar a luz, criar, educar e acompanhar os passos do Salvador? Qualquer um de nós poderia fazer isso? Digo: qualquer um de nós está qualificado para uma obra desta monta? Por isso ela é rainha, nossa Mãe Maria.

E ela estava grávida, com dor, aflita para dar a luz (Apo XII; 2). Nesta imagem, podemos ver o drama humano. Todos nós estamos prenhes de nossa conversão. Conversão não no sentido superficial, da mera troca de uma religião por outra. Todos nós temos em nossa alma uma profunda tensão espiritual exigindo de nós uma profunda transformação, para que nos tornemos pessoas melhores, dignas das promessas de Nosso Senhor, conforme nos ensina Nossa Senhora em mensagem revelada em Medjugorje em 07 de dezembro de 1985. Permitir esse nascimento em nossa alma significa que a aceitação do Logos como agente transformador de nosso ser naquilo que devemos ser. E, por medo do mundo, da opinião dos outros, etc., gritamos interiormente de dor e aflição, porque não é fácil crescer na estrada da perfeição em meio a essa noite escura, como diria São João da Cruz. Mas devemos caminhar para não definharmos na escuridão da noite do erro.

Pois bem, e eis que surge no céu o dragão vermelho que para diante da mulher querendo devorar a Criança que está para nascer. O dragão é Satanás, cioso para destruir a Obra de redenção e que está diante de nossa alma movendo os mais variados ardis para evitar a nossa conversão, para que possamos ser mais um entre aqueles que estarão entre as estrelas derrubadas pela sua calda. Nosso Senhor está em nós e a Santíssima Virgem clama por nossa conversão para que aceitemos plenamente o seu Filho como centro de nosso vida. Mas o dragão vermelho, que é a representação do que há de inferior em nossa alma, com suas sete cabeças, deseja nos corromper através dos sete vícios que nos atormentam. A avareza, a gula, a luxuria, a cólera, a inveja, a preguiça e, por fim, o orgulho. O orgulho, o vício diametralmente oposto à santa virtude da humildade, virtude essa que a Santíssima Virgem tem em abundancia e que nós, miseravelmente carecemos.

Nunca houve na história da humanidade uma sociedade como a nossa, uma sociedade que tenha tão orgulhosamente virado as costas para Deus, para a Verdade. Acreditamos que podemos explicar tudo, mesmo sem compreender nada. Sem compreender quem somos, sem saber o que devíamos ser e muito menos ser entender porque não realizamos o propósito primeiro de nossa vida. Para quem já está com a alma carcomida pelo doloso vício, tais indagações parecem pífias e até mesmo infantis. Todavia, ousaria perguntar então: tais questões são pífias ou sua alma é tão pacóvia que é incapaz de meditar sobre a sua própria condição? Qual o fundamento de sua existência?

Creio eu que outro ponto importante a destacar neste mistério é uma das muitas Verdades que não deveriam em momento algum ser esquecida por nós, mas que, o mundo moderno com a sua mentalidade materialista, hedonista e relativista, nos convida incessantemente a esquecer. Tal verdade é que nós estamos no meio de uma guerra, de um conflito entre a luz e as trevas, como nos ensina C. S. Lewis em seu belíssimo livro CRISTIANISMO PURO E SIMPLES. O campo de batalha desta guerra é a nossa alma. Essa verdade deveria ser lembrada por nós todas as manhãs, para bem nos posicionar em nós mesmos neste conflito. Porém, como vivemos em uma sociedade em que o “não vai dar nada” toma conta dos gestos, palavras e ações desencadeadas por nós, tal lembrete torna-se muitas vezes um grito no meio do deserto, do vazio espiritual que toma conta da sociedade contemporânea.

Por fim, não é à toa que na sociedade moderna são auferidos tantos ataques contra a Rainha do Céu. O dragão vermelho, mestre da mentira em suas múltiplas facetas, ataca a Virgem através dos mais variados meios convidando a todos para que desdenhem a Rainha do Céu e da Terra que triunfou através da humildade. Desdenha-la para que nos abracemos à nossa prepotência, à nossa suposta auto-suficiência em relação a Deus, nos estufando de orgulho e, de quebra, nos maculando com todos os outros vícios capitais.

Vivemos hoje em uma sociedade que se ufana de ser a mais avançada de todas as épocas, de vivermos no cume da Era das Luzes da Razão. Todavia, ao mesmo tempo em que nos vangloriamos com as mais variadas palavras de efeito e frases vazias de significado, somos incapazes de educar nossos jovens, vemo-nos impossibilitados de compreender as mais elementares verdades. Crianças escolarizadas e analfabetas. Pessoas diplomadas ao mesmo tempo em que são desprovidas das prerrogativas apresentadas em seus canudos. Almas superficiais que se entregam vilmente a um consolo sentimental que as proteja de sua impotência. Isso é o retrato de nossos dias, de uma época que virou as costas para a Verdade, que acredita que pode melhorar tudo sem melhorar a sim mesmo e, por isso, tanto ataca aquela que literalmente é o contrário do espírito que tomou conta do século passado e deste também.

Pax et bonum
Site: http://dartagnanzanela.k6.com.br
Blog: http://zanela.blogspot.com

Programa Ave Maria - 25 de janeiro de 2010.


O Programa Ave Maria é o Programa radiofônico da Paróquia Nossa Senhora de Belém e vai ao ar de segunda à sexta das 18h00 às 18h20. Nas quintas a apresentação do mesmo é feita por Dartagnan da Silva Zanela. Extraordinariamente, apresentado nesta segunda-feira.


PENSANDO BLOGICAMENTE – n. 04

(os anos passam – parte II)


Repitamos: tempo é questão de gosto. Se o que dissemos é válido para as pessoas adultas (em termos biológicos, não no sentido moral e intelectual, é claro), o que dizer então dos nossos jovens que dedicam unicamente suas vidas aos estudos. Quer dizer, nominalmente fazem isso, não de fato. Sem mais rodeios, vamos ao ponto do conto: temos 200 dias letivos por ano. Nove anos no Ensino Fundamental e mais três anos no Ensino Médio, correto? Por ano seriam aproximadamente 1.500 horas de aula e, no correr dos 12 anos teríamos um total de 18.000 horas. Bem, 12 anos correspondem há 105.120 horas. Menos as horas escolares, temos 87.120. Deste total vamos subtrair metade que seriam destinadas aos cuidados de si (dormir, banhar-se, se bobear, essas coisas), o que nos deixaria 43.560 horas livres para fazer o que desse na telha. Bem, o que nós fizemos com esse tempo em nossa meninice? O que nossos filhos tem feito com esse tempo livre? O bom uso desse tempo pode ser o diferencial na formação de uma pessoa. Diferencial para o bem ou para o mal e esse diferencial está, queiramos ou não, em nossas escolhas bem feitas, ou feitas igual ao nosso nariz.

Dartagnan da Silva Zanela,
em 22 de janeiro de 2010.

DO PORTO SEGURO AO MAR TENEBROSO – UM MODESTO TRIBUTO AOS PAIS

Escrevinhação n. 806, redigida em 18 de janeiro de 2010, dia de Santa Margarida da Hungria, para ser lida na solenidade de Formatura do Curso de Agronomia da UTFPR – Pato Branco.

Por Dartagnan da Silva Zanela

- - - - - - - + - - - - - - -

O ventre de uma mãe e seu afago. O braço forte de um pai e seu conselho. Eis aí duas imagens que se fazem universal no horizonte humano, mesmo com o passar dos anos que vão, em passos soturnos, maculando a nossa inocência primeira. Inocência essa que deveria, para o nosso bem, ser perdida, pois, essa inocência, não é a mesma que impera nos ares da celeste morada.

É pai e mãe, aqui estou. Aqui estamos. Não mais, aquele ser que em tudo dependia de seu conselho; não mais se faz presente aquela criança travessa ciosa por correção e muito menos aquela alma adolescente autoconfiante em seu vigor juvenil ao mesmo tempo em que era carente de substância que, tolamente, em algumas ocasiões, os desafiava. Estas imagens listadas, não mais se fazem presentes, porque vocês se fizeram presentes junto delas nos momentos mais graves. Amparando, corrigindo, punindo, guiando para que, neste momento, estivéssemos aqui, e não em outro lugar, para homenageá-los.

Digo. Para iniciar uma procissão de honrarias que esperamos findar quando Aquele que É levar-nos deste vale. Isso mesmo. Nesta ocasião não desejamos apenas proferir palavras doces e elevadas e expressar nossa gratidão para com vocês. Não mesmo. O bom filho, de piedosa alma, entalha nos átrios de seu coração as palavras do quinto mandamento do Decálogo (Êxodo XX; 12): HONORA PATREM TUUM ET MATREM TUAM (Honra teu pai e tua mãe).

Ora, sabemos que este é um momento jubiloso e que seus corações estão transbordando de contento, que seus olhos estão sinuosamente marejando em lágrimas festivas. Entretanto, por termos entalhado essas divinas palavras no pulsar que há entre nossas costelas, desejamos fazer deste momento não apenas uma ocasião singela para apresentar nossa gratidão. Não. Desejamos, sinceramente, pronunciar aqui, nesta solenidade, um voto de contrição, um pedido de perdão por todas as vezes que não realizamos plenamente aquilo que deveríamos ter feito e, por um misto de teimosia e ímpeto juvenil, não realizamos.

Por isso proclamamos, em alto e bom som, que se agora seus lábios estão adocicados com palavras efusivas de orgulho por aqui estarmos, lhes garantimos que não faltarão nos dias que estão por vir momentos para vocês, risonhos, falarem, um para outro: “olha, é nossa criança...!” É o que desejamos. É o que faremos. Faremos porque assim devemos; foi assim que vocês nos ensinaram e assim nos tornamos. Por pouco mérito de nossa parte, por uma imensurável dívida de gratidão a vocês, pai e mãe.

Muito obrigado.

PENSANDO BLOGICAMENTE – n. 03

(os anos passam)

Uma queixa muito freqüente nos dias atuais, digo, uma das justificativas mais corriqueiras para os fracassos e frustrações pessoais dos indivíduos na atualidade é a tal da falta de tempo. Eita desculpinha mais chinfrim. Olha, os populares a muito resolveram essa questão através do brocardo que nos ensina que tempo é meramente uma questão de gosto, de preferência e nada mais. Porém, mesmo assim, nos permita o luxo de uma breve (mas breve mesmo) masturbação intelectuloide. Segundo o sociólogo Domenico de Masi, o ditado está mais do que correto. Aliás, ele é verdadeiro. Não? Então vejamos: a vida “útil” (dos 20 aos 60 anos de idade) de um ser humano hoje é de cerca de 530.000 horas. Deste tempo, em média, 80.000 são dedicadas ao trabalho (jornadas de 40 horas semanais) e 220.000 horas são destinadas ao sono e aos cuidados consigo. Ora, nos restam apenas entre os 20 e 60 anos de idade 220.000 horas que podem muito bem ser utilizadas para nos tornarmos pessoas melhores ou para afundarmos mais e mais em nossa latrina existencial. Tudo depende do como e em que estamos aproveitando o nosso precioso tempo. Tudo depende do tipo de ser humano que almejamos nos tornar até o fim de nossos dias.

Dartagnan da Silva Zanela,
em 21 de janeiro de 2010.

Programa Ave Maria - 21 de janeiro de 2010.


O Programa Ave Maria é o Programa radiofônico da Paróquia Nossa Senhora de Belém e vai ao ar de segunda à sexta das 18h00 às 18h20. Nas quintas a apresentação do mesmo é feita por Dartagnan da Silva Zanela.


SANTÍSSIMA

Por Dartagnan da Silva Zanela,
em 19 de janeiro de 2010.

Imaculada é
Aquela que foi saudada
Angelicalmente.

Imaculada é
Aquela que se fez
Serva.

Imaculada é aquela
Que se fez toda
Humildade.

Imaculada é
Maria Santíssima
Mãe de Deus.

Humilde no servir
A Vontade Daquele
Que enviou o Anjo.

E o anjo disse:
Ave Maria, cheia de graça.
O Senhor é convosco.

E nós repetimos,
E nós a saudamos
Noite e dia
Santíssima Virgem Maria.

MISTÉRIOS QUE REVELAM A VERDADE – parte XIX

Escrevinhação n. 805, redigida em 19 de janeiro de 2010, dia de Santo Odilo e de Santo Canuto IV.

Por Dartagnan da Silva Zanela

“Quando Deus vem ter com os homens não é por brincadeira, mas para dizer coisas sérias”.(Mensagem de Nossa Senhora – Medjugorje)

- - - - - - - + - - - - - - -

A jornada do Santo Rosário, através de suas luminosas contas, nos move ao encontro do quarto mistério glorioso, a assunção gloriosa da Santíssima Virgem Maria ao Céu. Esse mistério, de maneira muito especial, não se encontra exposto de maneira explícita nas letras da Sagrada Escritura. Todavia, isso não significa que não esteja presente. De mais a mais, a Tradição desde o primeiro século da Era de Nosso Senhor Jesus Cristo, nos ensina que a Virgem Maria teve uma morte suave, uma dormição, como nos ensina São Dionísio Aeropagita, e ascendeu ao Céu no terceiro dia.

São João Damasceno, grande servo de Nosso Senhor, junto à Igreja Oriental, nos instrui para não esquecermos que quando Nossa Senhora faleceu, multidões vieram prestar as suas homenagens a Mãe de Nosso Senhor. Ainda, conta-nos a Santa Tradição que quando São Tomé, três dias após a dormição da Virgem, pediu que fosse aberta a sua cripta. Feito isso, todos constataram que o seu túmulo estava vazio e que exalava uma suave flagrância celestial.

Bem, mas como interpretar esse mistério se ele não se encontra presente explicitamente nas Sacras Letras? Primeiramente, não devemos nos esquecer que a Igreja, Corpo Místico de Cristo, já existia antes da organização do Cânon Bíblico. Ou seja, a Tradição oral e escrita é anterior à organização dos livros que integram a Sagrada Escritura. Por isso é de salutar importância que procuremos meditar sobre esse mistério à luz dos outros que se encontram descritos nas Páginas Sagradas para assim permitir que a nossa alma se abra para os sinais que a Tradição da Santa Igreja nos convida a testemunhar vivamente.

Dito isso, vamos direto ao ponto. Nosso Senhor veio ao mundo através do ventre imaculado de Santa Maria, a humilde serva de Deus e foi sepultado na cripta do justo José de Arimatéia. Esta também virgem. Nosso Senhor é o Verbo Encarnado. É o verbo de Deus e é carne e sangue de Nossa Senhora. Bem, se o Cristo ascendeu ao Céu Gloriosamente por sua própria glória, por que Ele não levaria a carne de Sua carne, o sangue de Seu sangue, a sua Santa mãe para o Céu? De mais a mais, se me permitem o tom jocoso, Jesus era filho exemplar de uma mãe exemplar. Não era como eu e você. Por isso, sendo Ele um filho bom, deixaria Ele que o corpo de sua mãe fosse devorado pelos vermes e apenas restaurado no dia do Juízo Final? Creio piamente que não.

Doravante, seguindo esse mesmo raciocínio, são incontáveis os casos de Santos que tem seus corpos incorruptíveis (e olha que a lista não é nem um pouco pequena). Ora, se Deus nos dá inúmeros sinais dessa monta, através de Seu poder agente sobre a vida dessas pessoas que seguiram os ensinamentos do Cristo e o exemplo de Nossa Senhora, porque Ele não permitiria a ascensão ao Céu da Santíssima Virgem, que aceitou livremente e de boa vontade que a Vontade do Logos Divino se fizesse plenamente nela?

De mais a mais, quando deitamos nossas vistas nas páginas da Sacra Escritura, suas letras nos apresentam a Santíssima Virgem na glória celestial. Ela está "sentada à direita de seu Filho querido" (3 Reis II; 19), "revestida do sol" (Apo XII, 1), cercada de glória "como a glória do Filho único de Deus" (Jo I, 14).

O Logos se fez carne através da carne de Maria, participando assim de sua humanidade e ela, aceitando a Vontade Daquele que É participou da glória do Filho. E se após a sua dormição, uma multidão tão grande rendeu-lhe honras é justamente porque ela teve um papel basilar na formação da Igreja nascente. Se ela deu a luz e criou o Salvador, é mais do que necessário que ela auxilia-se na criação do Corpo Místico de Cristo, da Igreja que é Santa, pelos méritos infinitos do Bendito fruto do Ventre da Virgem, e pecadora por nossa parte.

Por essa razão que o finado Papa Pio IX, ensina-nos em concordância com a Santa Tradição, que o Sapientíssimo, desde o primeiro instante, “[...] fê-la alvo de tanto amor, a ponto de se comprazer nela com singularíssima benevolência. Por isto cumulou-a admiravelmente, mais do que a todos os Anjos e a todos os Santos, da abundância de todos os dons celestes, tirados do tesouro da sua Divindade”. Aliás, algo que já nos é anunciado no primeiro mistério gozoso, a anunciação do Arcanjo São Gabriel a Nossa Senhora, quando ele a saúda vivamente: “Ave Maria cheia de Graça, o Senhor é convosco”. E, como nos ensina São Tomás de Aquino, o Doutor Angélico, que nunca os anjos se referiram a nenhuma pessoa de maneira tão venerável como se referiu São Gabriel Arcanjo à Virgem. Aliás, foi a única pessoa. Por quê? A resposta está na própria saudação do anjo e nos átrios de seu coração, amigo leitor.

Por fim, como nos ensina São Luis Maria Grignon de Montfort em seu TRATADO DA VERDADEIRA DEVOÇÃO À SANTÍSSIMA VIRGEM, muito, mas muito mesmo temos ainda que aprender com a Santíssima Virgem, pois, muitíssimo pouco aprendemos sobre a sua grandeza que se revela em sua humildade. Quando se ensina que devemos seguir o exemplo de Maria, é para aprendermos com ela a nos fazer servos da Vontade de Deus, para aprendermos a render nossa vontade diante a majestade da Verdade.

Na atualidade, todos nos vemos profundamente tomados por um colossal amor próprio, por uma egolatria desmedida, por um desejo de sermos auto-suficientes em relação a tudo, principalmente em relação à Verdade, visto que, praticamente todos acreditam que suas supostas verdades pessoais têm alguma relevância diante da Verdade Universal. Sei que é difícil que compreendamos isso, por isso julgo basilar a meditação deste mistério para elevação de nosso ser, de nossa alma. A assunção da Santíssima Virgem é o sinal da perfeição plena que Deus espera de nós. E tal caminho, nos é apontado pela Virgem, no segundo mistério luminoso do Santo Rosário, as bodas de Canaã, quando ela dias aos servos da casa (Jo II; 5), “fazei tudo o que Ele vos disser”. Bem, quando a nós, procuramos, sinceramente, fazer isso?

Sejamos humildes. Permitamos que o nosso coração, centro irradiante de nossa vida, seja tocado pela Verdade, vitalizado por Ela. Que a Verdade purifique nossa mente de tudo aquilo que não é digno daqueles que foram feitos a imagem e semelhança de Deus, que é um Templo de Sua majestade. Contemplando o exemplo da Virgem Imaculada, aprendamos o que significa, verdadeiramente, a palavra humildade vivida humildemente de acordo com a Palavra.

Pax et bonum
Site: http://dartagnanzanela.k6.com.br/
Blog: http://zanela.blogspot.com/

PENSANDO BLOGICAMENTE – n. 02

(cinicamente falando)

O que significa, especificamente, pensar por si mesmo? O que se quer dizer, claramente, com a expressão pensamento crítico? Fico perguntando-me se as pessoas que proclamam em alto e péssimo som a necessidade grave da implantação disso, se elas mesmas são capazes de tal esclarecimento ou se apenas dizem isso porque a expressão “pensar por si mesmo” é repleta de prestígio em meio à doxa diplomada. Olha, é de encher os pacovas ter de ouvir as conversas que brotam nestas rodinhas de (de)formadores de opinião, de (des)educadores, em fim, de pessoas que se vêem como esclarecidas sem o ser. Para ser franco, é inacreditável como as pessoas, essas pessoinhas, são capazes de afirmar com tanta propriedade palavras tão desprovidas de substancialidade. Pior! Como podem elas não se flagrarem que tal nulidade advém de sua alma, imersa em seus boçais maus hábitos, como? Trocando em miúdos: como podem pessoas que literalmente não se enxergam acreditarem que são capazes de analisar e mesmo melhorar o mundo? Como? É pra acabar, não é mesmo?

Dartagnan da Silva Zanela,
em 19 de janeiro de 2010.

ESTUDAR SEM PROSA

Dartagnan da Silva Zanela,
em 18 de janeiro de 2010.

As palavras nos convidam...
Sutilmente,
O corpo, a mente...
A alma
Para que...
Com calma,
Naveguemos
Pela corrente de suas letras
Na brisa dos símbolos e signos
De seus traços
Para chegarmos...
Ao porto da realidade
Guiados...
Pelo luzir
Da verdade.
Presentes,
Sutilmente,
Nas palavras
Que nos convidam
A caminharmos por essa via.

PENSANDO BLOGICAMENTE – n. 01

(a solidão)

Se uma pessoa deseja realmente crescer interiormente ela deverá ser capaz de suportar a solidão, digo, deverá ser capaz de conviver com a solidão. Não apenas frente à companhia da solidão física, mas também e principalmente de conviver com a solidão moral. Sobre esse ponto, o filósofo B. Pascal ensina-nos já de longa data que a felicidade de um homem pode ser mensurada pela sua (in)capacidade de confraternizar-se com a solidão. Doravante, apesar de minhas rusgas com F. Nietzsche, não temos como discordar dele quando diz que há apenas duas escolhas no quesito solidão: quando nela, nos devoramos; quando nos entregamos a multidão, ela nos devora. Tudo não passaria de uma questão de escolha. Bem, a segunda situação por si só nos degenera. Todavia, se formos capazes de fazermo-nos solitários, mesmo em meio a turba moderna, estaremos temperando o aço de nossa alma na mais eficaz das forjas, como nos ensina J. Goethe quando afirma que: “O talento educa-se na calma; o caráter, no tumulto da vida”. Finalizando: trabalhar o desenvolvimento do isolamento interior é o ponto chave para obtermos a medida de equilíbrio em nossa formação se realmente desejamos ser senhores dela.

Dartagnan da silva Zanela,
em 16 de janeiro de 2010.

O VERBO E NÓS

Por Dartagnan da Silva Zanela,
em 16 de janeiro de 2010.

Misteriosa é a forma
Da palavra luminosa
Misteriosamente proclamada
Para almas que...
Misteriosamente,
Fizeram-se surdas
Para a Verdade proclamada,
Revelada...
Através do misterioso esplendor
Da luminosa Palavra
Que se fez carne
Por nós.

REFLETIR NÃO DÓI

"Lembre-se de que você mesmo é o melhor secretário de sua tarefa, o mais eficiente propagandista de seus ideais, a mais clara demonstração de seus princípios, o mais alto padrão do ensino superior que seu espírito abraça e a mensagem viva das elevadas noções que você transmite aos outros. Não se esqueça, igualmente, de que o maior inimigo de suas realizações mais nobres, a completa ou incompleta negação do idealismo sublime que você apregoa, a nota discordante da sinfonia do bem que pretende executar, o arquiteto de suas aflições e o destruidor de suas oportunidades de elevação - é você mesmo". (São Francisco Xavier)

Programa Ave Maria - 14 de janeiro de 2010


O Programa Ave Maria é o Programa radiofônico da Paróquia Nossa Senhora de Belém e vai ao ar de segunda à sexta das 18h00 às 18h20. Nas quintas a apresentação do mesmo é feita por Dartagnan da Silva Zanela.

Errata: Falha nossa - Medjugorje é na Iugoslávia, não na França.

MISTÉRIOS QUE REVELAM A VERDADE – parte XVIII

Escrevinhação n. 804, redigido em 12 de janeiro de 2010, dia de Santo Antônio Maria Pucci.

Por Dartagnan da Silva Zanela

“Somos bons na medida em que somos”.
(Sto. Agostinho)

- - - - - - - + - - - - - - -

Terceiro mistério Glorioso do Santo Rosário: Descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos e sobre a Santíssima Virgem Maria no Cenáculo (At II; 1-13). Lá estava a Virgem e os Apóstolos no cenáculo quanto e eis que o Espírito Santo desceu sobre suas cabeças. Mas, por que no cenáculo? Não poderia ser em um outro lugar? Bem, podemos ponderar sobre a função de um cenáculo que nada mais é do que uma sala para realização de jantares e ceias. É onde nos alimentamos. Muito apropriado para a decida daquele que age na alma e a vivifica.

Nunca é demais lembrarmos que quando as Letras Sagradas estão nos falando de alimentação, de comida, estas estão nos falando de conhecimento, da ação e dos efeitos do conhecimento em nossa vida. Ora, um bom alimento para o corpo torna-o mais sadio e apto para determinadas atividades. A ausência deste pode até mesmo nos impossibilitar de algumas atividades, podendo até mesmo nos deixar seqüelas insanáveis. Bem, se assim ocorre com o corpo, quem o diga com a alma.

Todos nós sabemos o que nutri nossa alma. O que alimenta de maneira apropriada e inapropriada. Porém adotamos algum critério para nos deleitarmos sobre os manjares espirituais? É, e nesse ponto vemos com grande clareza o quando que nós e nossa sociedade estamos degradados. Se voltarmos nossas vistas para a vida cotidiana, para a nossa vida diária, perceberemos com vergonha (se tivermos, é claro) que temos uma infinidade de não me toque para os alimentos da carne, uma infinidade de restrições e práticas ditas saudáveis para preservar ao máximo o seu corpo. Come-se isso, porque tem aquilo, não se come esse porque tem aquela propriedade e por aí vai. Tudo bem, mas e quanto aos critérios para selecionarmos os manjares que irão nutrir a nossa alma, onde estão? Onde está a lista pessoal de fontes de conhecimento (livros, revistas, músicas, filmes, etc.) que integram a nossa, digamos assim, dieta espiritual? Provavelmente você, como boa parte das pessoas que integram a sociedade hodierna, neste quesito, comem qualquer coisa e, em regra, apenas fast-food espiritual, quando muito.

Bem, como temos a infantil postura de sempre procurarmos uma justificativa para as nossas faltas, mudemos a nossa observação. Quando o assunto é comida e nos perguntam por que comemos isso ou aquilo somos capazes de dar mil e uma explicações sobre as propriedades benéficas do dito quitute. Todavia, se nos perguntarem por que não meditamos sobre os ensinos da Sagrada Escritura, porque não estudamos a vida e a obra dos Santos ou porque não rezamos diuturnamente o Terço o que dizemos? Se nos perguntarem porque entregamos nossas vistas a entretenimentos fúteis e vazios, a única justificativa que encontraremos, será uma sórdida explicação, um mero “porque eu gosto e gosto não se discute”.

Literalmente dedica-se nos dias atuais uma atenção imensuravelmente maior à carne do que para os assuntos da alma. Edificou-se praticamente uma pseudo-religião do comer em nossa sociedade que ocupa um lugar central na vida dos indivíduos, para preservar o que a atualidade considera o bem mais importante: o corpo. A carne.

Doravante, se voltarmos nossos olhos para o mistério glorioso em pauta, podemos nos perguntar: com que os Santos Apóstolos e a Santíssima Virgem alimentavam a sua alma quando estavam aqui neste mundo? Qual a atenção que eles atribuíam para a nutrição do corpo? Por isso, meu caro, o Espírito Santo desceu sobre eles. Por isso que o Espírito Santo agiu e age na vida dos Santos e Santas e, pela razão inversa, que o espírito do mundo age sobre a vida e sobre a alma do homem moderno.

Quando às línguas de fogo desceram sobre suas cabeças eles começaram a falar em línguas. Muito bem, por que sobre suas cabeças? Simbolicamente, o coração sempre representa o que somos (não o que sentimos) e a cabeça o que nós pensamos. O que pensamos é um reflexo do que nós somos, não o contrário. Muitas das vezes esquecemos quem nós somos, ou mesmo somos ludibriados por forças externas e, por isso, pensamos tantas tolices. Porém, basta que alguém ou algo lembre o que há no âmago de nosso ser, que nos lembre quem somos que mais do que depressa começamos a questionar os nossos pensamentos.

No caso dos Santos Apóstolos e da Virgem, seus pensamentos (cabeça) estavam em sintonia perfeita com quem eles são (coração). Quanto a nós, creio que devemos procurar reencontrar essa tensão espiritual para que nos movamos à purificação dos nossos pensamentos (fruto de nossa vontade) e reencontrarmos com o nosso ser (com a vontade de Deus). Obviamente que tal empreitada não é fácil, porém, é sumamente necessária.

E eles começaram a falar em línguas (At II; 4). Em línguas que eles mesmos desconheciam, mas que todos a sua volta compreendiam mesmo que fossem das mais diferentes nações (At II; 9-11). Ouviam as maravilhas de Deus como se estivessem sendo ditas em suas próprias línguas. Bem, nações, neste contexto, são as mais variadas confissões religiosas que existiam naquele tempo. As nações fundavam-se em torno de uma tradição, de uma revelação particular. Porém, naquele momento, o Espírito Santo fala a todos os homens de todas as nações através da Santíssima Virgem e dos Apóstolos, pois o Cristo é a pedra angular do arco triunfal da criação (Mt XXI; 42, Mc XII; 10 e Lc XX; 17). A Boa Nova é a mensagem universal para o homem universal, não para uma nação particular (Mt XXVIII; 19,20), tal qual nos ensina o filósofo brasileiro Mário Ferreira dos Santos em seu livro CRISTIANISMO – A RELIGIÃO DO HOMEM.

Por fim, muitos se espantaram. Uns se perguntavam qual o significado do que eles testemunhavam. Outros apenas zombavam (At II; 13). Ora, a Santa Madre Igreja e todos os Santos e Santas são a continuação viva desta cena. A todo o momento o Espírito Santo nos dá sinais de sua ação em nós, de sua atuação no mundo. Quanto a nós, qual a nossa reação em relação a isso, à perene ação do Espírito Santo em nossa vida? Perguntamos sobre o significado disso tudo? Zombamos como se tudo isso não passassem de uma bobagem? Ou nem somos capazes de perceber o que realmente está ocorrendo em nossa volta? Bem, inevitavelmente, muito dessa reação depende do tipo de alimento que você anda servindo para a sua alma.

Pax et bonum
Site: http://dartagnanzanela.k6.com.br
Blog: http://zanela.blogspot.com

Programa Ave Maria - informa


Nesta quinta-feira, dia 14 de janeiro de 2010 da Era de Nosso Senhor Jesus Cristo, dia do Bem-aventurado Pedro Donders, estaremos retornando a apresentar o programa Ave Maria – o programa da Paróquia Nossa Senhora de Belém – que é transmitido pela Rádio Iguaçu FM das 18h00 as 18h20 e retransmitido através de nosso site.

O AMOR É SIMPLES, MESMO QUE DIGAM O CONTRÁRIO

Escrevinhação n. 803, redigida em 08 de janeiro de 2009, dia de Santo Severino, lido no casamento de sr. Élcio e da sra. Gisiéli realizado no dia 09 de janeiro de 2010.

Por Dartagnan da Silva Zanela

- - - - - - - + - - - - - - -

Casamento. Muitos sonham com essa celebração. Outros correm dela. Mas ambos o fazem pela mesma razão, mesmo que por motivações contrárias uma à outra. Casamento é compromisso. Comprometimento não simplesmente de uma pessoa para com a outra. É obrigação firmada e aceita de livre e espontânea vontade de duas pessoas para com Deus. Esse é o sentido da união conjugal, de pessoas que se amam e afirmam esse amor em frente ao altar e diante da comunidade.

Desta união nasce uma família. Uma nova família. Esta, para ser família de fato, deverá honrar a filiação que todos temos e que devemos nos esforçar para nunca esquecer: somos filhos de Deus e celebramos, com alegria, este momento que por meio dos ensinamentos de Nosso Senhor, fez-se Sacramento.

Mediante esse gesto, não se santifica apenas a união deste jovem casal. Através de cada casamento celebrado no altar e vivido imerso no amor, santifica-se a vida como um todo. Através de cada novo casamento realizado, todos nós, aqui presentes, renovamos as nossas promessas diante do mesmo altar.

O amor! Ah! O amor. O amor não é afeto, não é caricia. O amor é uma ação de devoção, é sacrifício gracioso feito de uma pessoa por outra em nome de algo imensuravelmente maior que as forças físicas da carne e que está, necessariamente, para além da nossa compreensão. Quem ama nada espera além da realização plena do que há de bom na alma amada. Amar é permitir-se sorrir por participar ativa e passivamente da felicidade daqueles que amamos, daqueles por quem somos capazes de sacrificar a nossa própria vida.

Por isso é fundamental que não confundamos a santidade do amor com o culto das reles paixões, com as pífias e fugidias atrações carnais, com prazer mundano e tutti quanti como com tanta freqüência ocorre em nossa sociedade. O amor conjugal é um gesto de cumplicidade de um homem para com uma mulher na realização da vontade de Deus. Isso, e apenas isso, torna essa união abençoada. Isso é amor. O resto é conversa fiada para consultoria psicológica. É colóquio flácido para acompanhar copo de desocupado que ocupa boteco.

Sem mais delongas, o amor dá frutos. O amor deve dar frutos para ser amor. O amor, como já havia dito, é uma ação, um gesto de partilha e, por isso, essa felicidade testemunhada por nós dará bons frutos que, um dia, também desejarão partilhar essa felicidade herdada com outra pessoa nascida de outra partilha amorosa similar onde, vocês, com a graça divina, poderão testemunhar, como nós, a realização e continuação das promessas do Pai através da união de dois olhares enamorados, Sacramentados, por meio dos votos proferidos diante do altar.

Sejam felizes. Não. Sejam muito felizes e dêem ao mundo um testemunho vivo do amor de vocês, do amor que aprendemos com a Sagrada família. Esse gesto, essa ação, a felicidade nascida deste amor será o testemunho vivo e radiante do amor de vocês por todos nós que aqui estamos para nunca esquecermos da singularidade deste momento, da essência vida, da verdade do amor.

Pax et bonum
Site: http://dartagnanzanela.k6.com.br
Blog: http://zanela.blogspot.com

MISTÉRIOS QUE REVELAM A VERDADE – parte XVII

Escrevinhação n. 802, redigida em 06 de janeiro de 2010, dia de Reis e da Epifania de Nosso Senhor.

Por Dartagnan da Silva Zanela

“Deus quer que as suas misérias sejam o trono da Sua misericórdia”. (Sto. Padre Pio)

- - - - - - - + - - - - - - -

A ascensão gloriosa de Nosso Senhor Jesus Cristo ao Céu (Lc XXIV; 50-53). Para alguns este mistério seria apenas uma continuação do primeiro. De minha parte, creio que não. Afirmamos isso, pois, a Sacra Escritura não é um Livro escrito por um homem, mas sim, uma Mensagem divina revelada a todos os homens. Devido a essa natureza intrínseca da Bíblia, nós nunca apreendemos a totalidade do que está nos sendo dito, mas apenas o que nossa capacidade cognitiva e nossa fé nos permitem apreender.

Como muito bem nos chama a atenção o filósofo Olavo de Carvalho, a leitura de um texto sagrado como a Bíblia não é uma leitura que deva ser feito no sentido de interpretá-la, mas sim de compreendê-la. A interpretação, como o mesmo nos ensina, é uma técnica muito apropriada para análise de textos meramente humanos. Entretanto, o que está diante de nossas vistas não é um reles texto de um ser humano Mané como esse que vos escreve, mas sim diante de uma mensagem viva apresentada pelo Criador para Suas criaturas feitas à Sua imagem e semelhança.

Se lermos a Bíblia com esses olhos é mais do que obvio que em nosso intento de interpretação acabaremos por não compreender nada do que está nos sendo ensinado. Não está claro? Então sejamos mais diretos: quem somos nós para analisar, desconstruir um texto divinamente revelado? Quem é você para fazer isso? Agora, o que é o texto sacro para compreender você? Percebeu a diferença? No primeiro caso é o verme explicando a constituição de seu hospedeiro. No segundo é um Pai amoroso que aconselha o seu filho revolto.

Por isso vemos com grande pesar toda tentativa de explicar a Escritura Sagrada como se Ela fosse um texto histórico, ou literário, e como se os fatos descritos fossem meros acontecimentos políticos e sociais, como muitos fazem, infelizmente. Não percebem em sua insanidade espiritual que a Bíblia não está diante de nossos olhos para ser explicada, interpretada ou para explicar a humanidade, mas sim, para Ela compreendê-lo, para que assim você amplie sua compreensão sobre você através dos desígnios de Deus para a sua vida.

Por essa razão que para nossa mísera alma, o segundo mistério glorioso é um mistério singular, como todos os outros dezenove. Ou vão me dizer que ascensão gloriosa de Nosso Senhor é apenas um mero acontecimento dentro da História Sacra? Para aqueles que não lêem a Bíblia com os olhos da carne, fica mais do que obvio o significado deste fato.

Antes de ascender, o Cristo impôs suas mãos sobre os discípulos e os abençoou. Estavam todos em Betânia, na casa do meu Deus misericordioso (eis o significado do nome em questão). A ascensão de Nosso Senhor é um sinal inefável da misericórdia Daquele que É por todos nós. É esse o caminho que é apontado por todos os Seus ensinos ministrados através de gestos e palavras. Após testemunharem a misericórdia de Deus os discípulos partiram para Jerusalém, rumo à integridade e perfeição (que é o que significa o nome da cidade), onde permaneceram continuamente no Templo bendizendo a Deus (Lc XXIV; 53).

Mas, em qual Templo? O nosso corpo é o Templo de Deus, por isso devemos viver continuamente bendizendo a Deus em nossa vida, pois nossa morada neste mundo nos foi dada por Deus: nosso corpo, nossa vida, nossa inteligência são um sinal Divino. E assim devemos proceder. E assim devemos viver nossos dias: bendizendo a Deus em verdade e espírito.

E aí, eis que vem a pergunta simples e direta: de que modo nós bendizemos a Deus? Na Santa Missa, nas novenas? O tempo todo? Isso mesmo! Devemos dar testemunho Dele a todo o momento, pois estamos o tempo todo no Templo de Deus, principalmente nos momentos em que estamos sós entre aqueles que desperdiçam suas vidas para insultar e atacar a Deus. Doravante, se devemos a todo o momento bendizer a Deus, devemos, necessariamente, dar testemunho Dele. Não? Engraçado. Se uma pessoa insulta a sua pessoa, a sua “dignidade”, você fica todo nervosinho, se insultam o seu “time de futebol” ou seu partido fica todo machinho, porém, se insultam o Criador, a Santíssima Virgem e a memória Santa de todos aqueles que deram suas vidas pelo Cristo você não fala nada? Bem, coisas da vida moderna, da pusilanimidade hodierna.

Uma forma de dar testemunho de Nosso Senhor, é proclamar a Boa Nova por toda parte (Mc XVI; 20). Após testemunharem a ascensão os discípulos foram cumprir a Missão que lhes foi confiada: levar a palavra de Deus a todos. Quanto a nós, quantas vezes nós fizemos isso? Quantas vezes levamos a palavra de Deus, quantas vezes nos portamos como testemunhas da Verdade revelada? Não responda ainda, pois, como o amigo leitor sabe, gostamos de tratar todas as questões, primeiramente, de maneira íntima. Então, repitamos: Quantas vezes você leva a palavra do Sapientíssimo para alimentar a sua alma? Você lê a Bíblia diariamente, procura conhecer a vida dos santos e santas? Você alguma vez em sua vida estudou um e outro escrito de um Santo? Putz! Como então podemos falar da precisão de se levar a palavra de Deus para o mundo, de dar testemunho Dela, se não nos nutrirmos com a Luz da Verdade?

Você amigo Cristão, é a imagem da Cristandade. É membro vivo do Corpo Místico de Cristo. E se assim o é como podemos continuar nos portando de maneira mundana? Como podemos continuar a pensar o mundo, a vida, a nós e mesmo o próprio Deus de acordo com os critérios mundanos e ainda imaginarmos que estamos dando testemunho da Verdade? Como levar ao mundo a Verdade sendo que não permitimos que Ela tome posse de nosso ser? Bem, eis aí a questão que não deve calar. Que não deve calar em nós.

A consciência, como nos ensina o Cardeal John Henry Newman, têm direitos porque tem deveres. Os deveres da consciência são para com da Verdade. A consciência é um espelho pelo qual podemos vislumbrar a luz divina que habita em nós e que, diuturnamente, nós colaboramos, voluntariamente, para sua ocultação em nós. Mas apenas em nós. Gostemos ou não, a Verdade é imensuravelmente maior do que nossa vã existência presunçosa. O Logos Encarnado venceu a morte e ascendeu ao Céu. Nós, de nossa parte, não vencemos a morte e não somos capazes de ascender ao Céu. Aliás, não somos nem mesmo capazes de dizer com honestidade quem e o que somos. Sem Ele nada somos.

Por fim, se desejamos ser respeitados em nossa liberdade de consciência, respeitemos os deveres desta perante os direitos da Verdade, principalmente, sobre a Verdade que tudo nos revela em Sua ascensão aceitando que nossa inteligência molde-se à forma da Verdade e não o contrário, que a Verdade seja distorcida de acordo com a nossa malícia. Esta, a malícia, não vence a sabedoria, mas é suficientemente capaz para nos desviar do caminho Dela se não nos alimentar corretamente da Palavra e dos exemplos e ensinamentos altivos que podem nos guiar pelo caminho Daquele que ascendeu ao Céu.

Pax et bonum
Site: http://dartagnanzanela.k6.com.br
Blog: http://zanela.blogspot.com