Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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RECADOS DUMA OUTRA CORVADA


Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(i)
FHC, enquanto presidente e como sociólogo, foi o maior fomentador do petismo e hoje continua sendo um dos seus maiores aliados discretos.

(ii)
Poder não é um cargo que pode ser obtido numa eleição. Não. Poder são meios a serem conquistados lentamente junto a sociedade no dia a dia.

(iii)
O fato de um governante dever obrigações e satisfações a grupelhos é um sinal mais do que claro de que ele não o real titular do poder.

(iv)
Quem está diante das câmeras não é o titular do poder; é um fantoche enviado por aqueles que de fato mandam e, por isso, não querem aparecer.

(v)
Informações ocultadas que são utilizadas como um meio para colocar pessoas no bolso são muito mais eficazes que dinheiro e armas pra mandar.


(*) Professor, cronista e bebedor de café.

RECADOS DUMA CORVADA

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(i)
A histeria (depre)cívica em misto com a afobação eleitoreira são os maiores obstáculos para compreender a gravidade da situação brasileira.

(ii)
A mornidão e o bom mocismo impedem de fazermos o que é necessário por medo de magoar as sensibilidades cínicas ideologicamente deformadas.

(iii)
O relativismo cultural levou o Ocidente a adotar a postura demente de querer conquistar o afeto daqueles que nos odeiam mortalmente.

(iv)
Enquanto no Ocidente as almas se afligem com futilidades politicamente corretas o Islã avança, sem pedir licença, sobre nossa inanidade.

(v)
Se a Cristandade naufragar a democracia tornar-se-á cinzas e virá em seu lugar um ignaro mundo novo totalitário como nunca se viu antes.


(*) Professor, cronista e bebedor de café.

DOMINGUEIRAS

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(i)
Senhor, te agradeço por toda atenção que imerecidamente recebo por conta de meu ofício e te suplico para que eu me torne de fato digno dela.

(ii)
Urge que todos aqueles que se dedicam ao ensino revejam criticamente o legado de Paulo Freire pra salvar o que resta da tal educação brazuca.

(iii)
A vida urbana moderna é um convite aberto para a neurose; a cultura modernosa, com seus chiliques epidêmicos de criticidade, é a própria.

(i)
O problema do Brasil não é o tal do povo que não sabe votar; o real problema é que nossos políticos não estão à altura da posição que ocupam.

(v)
Um governante é sempre um modelo de conduta mimetizável por grande parcela da população. Nesse sentido, o mal, a corrupção gerada pelos nossos políticos e seus parceiros vai muito além, muito além mesmo, do mal uso do dinheiro público. Essa geração de facínoras, definitivamente, acabou com o que o Brasil poderia ser e que, agora, jamais será.

(vi)
Os excrementos humanos que acabaram com o Brasil bem provavelmente não pararam pra pensar que irão entrar para a história da humanidade por aquilo que são: cocôs falantes e corruptos que traíram a Pátria e envergonharam a nação por um quinhão que eles não poderão levar para a latrina de seus caixões.

(vii)
Chamar um bosta de "seu merda" não é insulto. É a deferência que lhe cabe na devida medida. Qualquer coisa fora disso, aí sim, é um insulto.

(viii)
Um direito inexistente pode ser violado? Não. Mas a mentalidade politicamente correta agem, histericamente, como se existissem. Sim, sei que isso é absurdo, mas essa gente age e pensa com base nessa absurdidade.

(xi)
Abortistas não estão preocupados com saúde pública, nem com a dignidade feminina. Eles almejam macular de modo blasfemo o santuário da vida.

(x)

Agora que isso me ocorreu: será que, nos bastidores das sombras do poder, todo o cenário do impeachment e do governo Temer não foram desenhados com a finalidade de chegarmos ao picadeiro da refundação da esquerda sob a lona duma pseudo "Diretas já"? Sim, sei que isso é apenas especulação, porém, para meu olfato, isso fede tanto quanto a realidade midiaticamente compartilhada.

ÁGUA CHOCA DÁ DOR DE BARRIGA

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(i)
Lembre-se - como diz minha mãe - que quando você aponta o seu dedo craquento para acusar o outro, que existem outros três dedos que estão apontados pra você seu relaxado.

Vale lembrar também que tal preceito não nos convida, de modo algum, a fazermos vistas grossas frente ao mal cínico que assombra o nosso país.

Devemos perdoar o que é perdoável e a tolerar o que é tolerável, mas sermos implacáveis no combate a soberba do mal que se orgulha e se rejubila com suas pérfidas obras.

Enfim, como dizem os tongos: não confundamos alhos com bugalhos para, quem sabe, deixarmos de ser, assim, tão otários.

(ii)
O tal do sistema é corrupto, sim senhor, ninguém nega esse fato; mas corromper-se é uma escolha feita livremente e, nesse caso, ninguém admite esse triste fiasco. Ninguém sabe de nada, todo mundo é inocente e mais que rapidamente muda-se o rumo do papo.

(iii)
Todo ataque afetado de cidadanite tem seu "Q" de esquerdice.


(*) Professor, cronista e bebedor de café.

RECADOS DUM CORVO

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(i)
A destruição da imaginação moral é a base sólida da receita do insucesso da educação nacional.

(ii)
Uma imaginação moral deformada é um solo fértil para o cultivo de estereótipos estúpidos e estupidificantes.

(iii)
Muitas coisas são fáceis de serem compreendidas, porém difíceis de serem suportadas. Entender o Brasil não é o bicho da goiaba. Suportá-lo é.

(iv)
A lentidão da justiça nos dá a certeza de que estamos na casa da mãe Joana, onde os filhos da Dona tem preferência no trato e nas decisões.

(v)
O caos em que se encontra o país nada mais é que uma cortina de fumaça que encobre a ordem ditada pela corja que diz querer o nosso bem.


(*) Professor, cronista e bebedor de café.

RECADOS DUM OUTRO PASSARINHO

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(i)
O esquema do estamento burocrático é: que se danem os anéis do povo brasileiro. O que importa é que sejam salvos os seus levianos dedos.

(ii)
Suposições podem ser perigosas porque se forem devidamente exploradas em suas possibilidades podem nos ajudar a desnudar muitas mentiras.

(iii)
A grande tragédia da política nacional é que não são poucas as almas que se perdem em nome das vãs e efêmeras conquistas desse mundo.

(iv)
No jogo político, muitas vezes os conflitos internos dum partido são mais intensos e significativos que as pelejas com os demais partidos.

(v)
Uma imaginação moral limitada, deformada, é o caminho mais do que certo para a destruição total da inteligência de qualquer um. Não tem erro.

(*) Professor, cronista e bebedor de café.

RECADOS DUM PASSARINHO

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(i)
Definitivamente o Brasil é um manicômio. Uma nação formada por cidadãos esquizofrênicos, governada por psicopatas e orientada por dementes.

(ii)
O grande enrosco do Brasil é que o tal salvador da pátria diz não saber de nada e, mesmo assim, é idolatrado pelos matungos diplomados.

(iii)
Num país guiado por psicopatas é mais do que natural que a histeria, individual e coletiva, seja tida como uma de manifestação de cidadania.

(iv)
A única coisa que interessa ao estamento burocrático é conter os danos da crise pra poder salvar o esquema de toda a trupe que nos parasita.

(v)
Entenda, definitivamente, uma coisa: o fato de dois partidos brigarem aberta e publicamente não significa que eles sejam inimigos íntimos.


(*) Professor, cronista e bebedor de café.

BEBENDO ÁGUA DA MORINGA FURADA

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(i)
Existe uma diferença abissal entre aquilo que é sensual e tudo o que venha a ser uma reles manifestação rasteira de vulgaridade, como bem nos lembra o escritor Mario Vargas Llosa. Porém, com uma frequência muito maior do que seria tolerável, confunde-se facilmente a segunda com a primeira simplesmente porque muitíssimos indivíduos não sabem o que é a primeira e, por isso mesmo, acabam imaginando que o vulgar seja um sinônimo de sensual.

(ii)
Podemos ter uma clara noção da gravidade em que se encontra nossa alma frente às pelejas contemporâneas apenas levando em consideração o profundo desdém que se nutre pelo silêncio e pelos preciosos momentos solitários.

Uma sociedade que não fomenta nem uma coisa, nem propicia a outra está fadada a se degradar. Os indivíduos que não procuram cultivar, nem defender esses tesouros espirituais são sujeitos condenados a cair numa ignóbil e lenta decomposição moral.

(iii)
As alminhas politicamente corretíssimas facilmente se impressionam e dão seus espetáculos de moralismo de meia pataca quando um cidadão reage de modo agressivo por estar farto de ser feito de otário pelo sistema, de ser ludibriado por aqueles que sempre contam com a leniência do dito cujo.

(Nossa [!], dizem as alminhas, como ele pôde ousar fazer isso e blábláblá).

Porém, todavia e, entretanto, essas mesmas alminhas jamais param pra cogitar no quanto esses cidadãos, anônimos até estourarem em seu dia de fúria, tiveram de aguentar até aquele momento de ira da camarilha que se locupleta com a cultura da impunidade que impera em nosso país.

E não pensam nisso porque o cidadão comum, que procura, na medida do possível, viver de modo correto, não se enquadra nos estereótipos de vítima do tal sistema que são consagrados pela grande mídia e pelo establishment.

Enfim, seja como for, são justamente essas alminhas, que tanto falam em alteridade, em procurar compreender o outro que são incapazes de compadecer-se dessas pessoas que, até então, apenas desejavam viver suas vidas em paz até que as estereotipadas vítimas do tal sistema resolveram vacilar e, de mãos dadas com as potestades estatais, afrontar a sua paciência.

Aí, meu caro Watson, não adianta protestar contra o leite derramado.

(iv)
A afirmação da busca pelo prazer como se fosse sinônimo da busca pela felicidade não é, de modo algum, como prega a mentalidade contemporânea, a mais excelsa forma de afirmação da liberdade individual. Não mesmo.

Na real, tal busca é o caminho certo para a escravização da alma humana ao que há de mais baixo em nossa natureza, tornando-nos subservientes justamente àqueles que diziam – e dizem - que tal procura hedonista seria um inalienável direito fundamental todinho nosso.

Enfim, da mesma forma que facilmente se engana uma criança com um docinho, hoje, grupelhos totalitários fazem de trouxas cidadãos que pensam que seus umbigos desejosos são ao mesmo tempo o centro do mundo e a coluna de sustentação duma tal democracia. Só que não.


(*) Professor, cronista e bebedor de café. 

TRANSMISSÃO DE PENSAÇÃO

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(i)
Ano que vem (2018) teremos eleições e, somente agora, agora, agorinha, que as contas da chapa Dilma/Temer, eleita no último pleito, estão sendo apreciadas pelo TSE. E estão sendo apreciadas dum jeito que até meus cachorros estão envergonhados, porém, os doutos apreciadores desse vexaminoso caso não estão não. Nem um pouquinho. Pois é, meus dogs que me perdoem, mas isso sim é que é uma baita cachorrada.

(ii)
O medo habita o coração de cada um de nós e suas raízes encontram-se firmemente calcadas em nosso imaginário. A força, a nossa força, também habita o âmago de nossa alma e tem as suas raízes firmadas no fértil solo de nossa imaginação moral. Por isso, sempre é bom que lembremos que podemos nos permitir ser limitados pelo medo ou controlarmos os ditos cujos impondo-lhes duros limites com a nossa força. Para tanto é imprescindível que conheçamos, que queiramos conhecer, tanto a amplitude real duma como a profundidade e a substância da outra.

(iii)
Quem nunca teve a impressão de ser uma grande farsa, por mais que viva falando da importância de tomarmos consciência disso ou daquilo, jamais tomou consciência de nada significativo sobre si mesmo, ou sobre os outros, por simplesmente ignorar a real significação de sua existência subjacente a todo o fingimento e afetação de sua suposta superioridade crítica. E põe crítica nisso.


(*) Professor, cronista e bebedor de café.

QUASE POESIA, n. 131 (sobre o dia D)

Jovens soldados morreram
Mães angustiadas choraram
Para podermos com alegria
Ainda falar em democracia.

QUASE POESIA, n. 130 (sobre o dia D)

Lembremos sempre desses homens
Dos inúmeros soldados sem nome
Que se sacrificaram em tenra idade
Para defender a nossa liberdade.

TUDO GUARDADO NA VELHA GUAIACA

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(i)
Quando partimos dum pressuposto errado, tudo o que fizermos será equivocado, por mais bem intencionadas que sejam nossas intenções.

(ii)
Pois é, dizem que havia (e há) um projeto globalista, anticristão, antidemocrático, neopagão e totalitário que, até o momento, se fantasiava com as rotas vestes das tais preocupações ecológicas, maquiado com as tintas do dito cujo aquecimento global antropogênico e, tudo isso, capitaneado pelos Organismos internacionais que foram concebidos com o firme propósito de tornar esse projeto uma realidade.

Bem, lá pelas tantas, vem um tal de Trump e chuta o pau da barraca e deixa a elite globalista perdida e irritadíssima. Não só ela como os seus tentáculos que estão espalhados pela grande mídia e junto aos seus serviçais no universo acadêmico.

Putz! O presidente da cabeleira laranja rasgou a fantasia globalista e agora só não vê o óbvio totalitário e ululante quem não quer.

(iii)
No Brasil, o tal estatuto do desarmamento, é mais ou menos assim: imagina-se que a segurança pública será garantida mantendo a população - que procura viver de acordo com as leis - desarmada enquanto a bandigem pode manter-se armada até os dentes com brinquedinhos que vão muito além de faca, faquinha e facão.

(iv)
Há pessoas que não são capazes de compreender que elas não são o centro de tudo. Querem ser referência de tudo e para todos sem ao menos terem feito algo que seja significativo para alguma coisa.

Pior! São justamente essas almas que bradam aos quatro ventos que não devemos ser egocêntricos e egolátricos, que afirmam que seria imprescindível colocarmos o coletivo em primeiro lugar que apenas fazem isso se, é claro, eles estiverem à frente do dito cujo do tal coletivo e, principalmente, que sejam paparicadas como sendo o suprassumo do pancadão.

(v)
A regra é simples: se o caipora diz que sente muito orgulho de ser quem ele é, isso apenas indica que em sua vida pouco ou nada tem algum significado distintivo; por isso a necessidade premente de bater no peito, como se ele fosse um tambor, para gabar-se daquilo que não é e não se sentir reduzido aos limites de sua nulidade existencial.


(*) Professor, cronista e bebedor de café.

QUASE POESIA, n. 129

Uma vida barulhenta
E agitada
Oculta uma alma triste
e angustiada.

ISSO É IMPRESSIONANTE... SÓ QUE NÃO

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(i)
Qual é porção de atenção que nossas palavras merecem? De cinco a dez por cento do tempo que foi dispendido por nós para elaborar isso ou aquilo que pretendemos que seja ouvido por nossos semelhantes.

Por isso que, sinceramente, considero uma baita sacanagem quando um sujeito pede nossa total atenção para algo que ele nunca havia pensado até o momento em que resolveu abrir a sua boca.

Tal atitude seria similar a do sujeito que soltou uma flatulência e quer que os outros cheirem na marra aquele troço que foi gerado sem um mínimo de esforço e que, como todos sabem, não tem valor algum.

Enfim, assim o são todas as opiniões emitidas sem um mínimo de consideração pelo conhecimento que necessariamente deveria fundamentá-las. Ponto.

(ii)
Com muita facilidade a covardia moral confunde-se com a virtude cardinal da prudência. Não se engane! A prudência, enquanto mãe de todas as virtudes, é a conquista da sabedoria; já a covardia moral, fantasiada da referida virtude, nos avilta e nos estupidifica sem a menor cerimônia em nome de nossa cobardia fundamental. Enfim, por essas e outras que, definitivamente, autoengano maior que esse não há.

(iii)
Bom mocismo não passa de malícia em misto com uma covardia moral sensibilíssima. Isso tudo bem juntinho, misturado e mal disfarçado de virtude é o tal do bom mocismo. E põe mal disfarçado nisso.


(*) Professor, cronista e bebedor de café.

QUASE POESIA, N. 128

O domingo, todos sabem, é dia do Senhor
Dia em que muitíssimas famílias brasileiras
Ao invés de render aos Céus o devido louvor
Preferem se entregar à TV com suas asneiras.

DIZEM QUE O DEGA SUSTENTA

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(i)
Cabeça de esquedopata radical chique é mais ou menos assim: feminazis podem introduzir crucifixos e rosários nos seus orifícios anais? Podem sim. Fazer isso seria apenas um protesto e uma manifestação estética. Fantasiar-se de Papa Bento XXIV e usar no lugar da Eucaristia uma camisinha pode? Pode sim. Isso seria apenas uma manifestação de diversidade cultural. Cuspir e defecar na fotografia de desafetos parlamentares numa via pública e convidar os transeuntes a fazer o mesmo pode? Claro que pode! Isso seria apenas um legítimo e salutar exercício de cidadania. Invadir prédios públicos e atear fogo neles pode?  Claro! Tal prática seria uma forma legítima de lutar contra um governo golpista. Receber grana de empreiteira pode? Pode sim. É uma forma discreta de lutar contra o “capetal” usando o próprio "capetal". Agora, um cidadão pode esculachar, num ato de desobediência civil, um parlamentar que quis melindrá-lo com uma notificação por causa de um e outro twitter de sua autoria? Ah! Aí não pode não. Isso aí é fascismo do bravo.

(ii)
Um dos grandes problemas do Brasil é que os comediantes são levados a sério, quando não deveriam, haja vista que eles são o que são. Por sua deixa, muitas de nossas autoridades não sabem agir de modo sério, quando deveriam, haja vista que essas não são o que deveriam ser.

(iii)
É sempre importante lembrar que no Brasil atual a hipocrisia não é um problema não porque, o que realmente impera entre nós a o cinismo rasteiro e calhorda que não se envergonha em num pouco do mal que faz a nação e que, inclusive, se ufana de assim proceder.

(iv)
Lembram do Salman Rushdie autor do livro Os versos Satânicos? Pois é, na época o Aiatolá Khomeini o transformou no alvo duma fatwa, nos seguintes termos: “[...] informo o orgulhoso povo muçulmano do mundo inteiro que o autor do livro Versos Satânicos, que é contrário ao Islã, ao Profeta e ao Corão, assim como todos os implicados em sua publicação e que conhecem seu conteúdo são condenados à morte".

Resumindo o entrevero, o escritor foi jurado de morte porque os brios islâmicos foram ofendidos com a dita cuja obra literária.

Por essas e outras que eu não tenho muito dó de gente ofendidinha não, principalmente se seus brios são politicamente corretos. O que eu tenho dessa gente é medo, pois, seja para os ultrajados de antanho, seja para magoados modernosos, não há limites para eles se sentirem agravados e pedirem a cabeça dos seus desafetos ao mesmo tempo que posam de vestais da tal democracia.

Sobre esse ponto, vale lembrar o que certa feita fora declarado pela Corte Europeia de Direitos do Homem. Diz ela que “a liberdade de expressão vale não apenas para as informações ou ideias acolhidas com favor, mas também para aquelas que ferem, chocam ou inquietam o Estado ou uma fração qualquer da população. Assim o querem o pluralismo, a tolerância e o espírito de abertura, sem o qual não existe sociedade democrática”.

Enfim, seja como for, penso eu que os ofendidos deveriam deixar essa sua sanha totalitária de lado e aprender o mais rápido possível a serem mais espirituosos se quiserem continuar a posar perante todos com essa sua velha e surrada imagem de alminhas democráticas porque, desse jeito, ninguém mais engole esse trololó não.

(*) Professor, cronista e bebedor de café.