Escrevinhação n. 800, redigida em 23 de dezembro de 2009, dia de São João Câncio.
Por Dartagnan da Silva Zanela
"A vida da vida mortal é a esperança da vida imortal."
(Sto. Agostinho)
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O homem é aquilo que está em seu centro ontológico. Somos, através de nossos passos, gestos, palavras, pensamentos e conflitos (internos e externos), a irradiação do que habita em nosso centro vital. Visualizamos com grande clareza a imagem impostada no centro de nossa alma em uma época como esta: o Santo Natal.
Nesta época do ano, o tempo todo se fala do Natal, sobre os preparativos para essa festa, mas em que medida, digo, de que forma nos preparamos e comemoramos essa Santa data? Eis aí uma pergunta simples e impertinente que deverá ser respondida unicamente por você no silêncio de sua alma, em uma visitação discreta ao centro do seu ser e verificar o que está sendo festejado intimamente com o nome de Natal e constatar com as meninas de seus olhos se realmente, esse jubilar, é um festejo Santo.
O mundo moderno, a todo o momento, labuta para mais e mais fragmentar a nossa alma e nos tirar do centro natural que é o Logos Divino, visto que, é apenas Ele que nos liberta dos tentáculos mundanos que tanto trabalham em prol de nossa escravidão. Não é por menos que justamente em datas Santas como essa que essas terrificantes forças intensificam a sua atuação para desviar a nossa atenção daquilo que realmente é central e que deve ser celebrado por nós no vigésimo quinto dia de dezembro: o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Logos Divino Encarnado, o nosso Redentor.
O brilho da Luz que brilha e que nos guia por essa noite de plúmbeos ares é a alegria que não pode ser esquecida e que deve ser lembrada e vivida no correr de todas as alvoradas e crepúsculos de nossa vida, pois é essa Luz, que deve ocupar o centro, tornando-nos pessoas homogêneas e integras sendo guiados pela Boa Nova que se anuncia a partir de Belém.
Assim, creio eu, o Natal é Santo e é feliz porque renova em nós aquele desejo de nos fazermos infantes para entrar no Reino do Céu e o ano vindouro fazer-se abençoado por aceitarmos que através dos átrios de nosso coração o Reino seja proclamado ao mundo e vivido diariamente através de nossos pensamentos, palavras, gestos e conflitos internos e externos.
Esse é o centro a ser cultivado por nós. É isso que devemos celebrar em nosso coração, mesmo que o mundo esforce-se em nos afastar da Luz que nos faz ver quem nós somos e, como a um farol salvífico, nos aponta o caminho a ser seguido para tornarmo-nos a pessoa que devemos ser.
Pax et bonum
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