Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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Homenagem do Colégio Estadual Izabel F. Siqueira ao professor Adiel Teixeira do Nascimento

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O Colégio está menor. Não precisamos nem dizer por quê. Basta ver. Ver e perceber que aquele riso extrovertido não mais invade os átrios e corredores do Izabel Siqueira. O silêncio tomou conta dos lábios e nos olhos verteu a saudade embalada pela brisa da despedida.

Poderíamos aqui dizer muitíssimas palavras gentis sobre a pessoa do Seu Teixeira do Nascimento e sobre a sua maneira de ser Adiel. Todavia, tais palavras seriam redundantes e mesmo dispensáveis. Não que ele não as mereça. Não mesmo. Mas assim elas seriam porque suas obras e seus gestos falam por si só na lembrança de todos nós, lembranças estas que tornam toda e qualquer palavra pequenina.

Entretanto, como cá estamos para render uma modesta homenagem ao capitão desta Nau da Educação, nos permitam contar um segredo que, certa feita, ele havia nos confidenciado. Perguntávamos a ele, por que ele veio do Rio de Janeiro para o interior do Paraná? E ele, com seu bom humor fluminense nos revelou essa verdade nos seguintes termos: “Sabe...eu estava indo visitar o meu pai em Francisco Beltrão e, quando me aproximei da referida cidade me apaixonei. Apaixonei-me por aquela paisagem formada por casas de madeira com chaminés que, em meio à neblina, de maneira moleca desenhavam figuras singelas no Céu, imagens de uma infância que já naquela altura se fazia distante. Deixei o Rio, para viver próximo de um rio”.

Casas de madeira com chaminés de fogão à lenha. Essa foi a imagem que o envolveu, juntamente com o carinho da gente que junto das labaredas do velho mobiliário tomam as suas longas cuias de chimarrão regadas ao tom de uma boa conversa temperada com animados causos.

Se o Paraná o adotou ou não, não temos como saber. Mas é certo, aliás, é mais do que certo, ele se entregou a este chão e a essa gente com toda alegria de seu coração. Chão este que recebe as marcas de um homem público que não temia os desafios do dia à dia. Chão este pisado por pessoas que o terão sempre vivo em suas memórias pela sua dedicação a educação e pelas conversas descontraídas que ele gostava tanto de manter com todos em qualquer ocasião.

ECCE HOMO. Esse é homem. Homem que surpreendeu a gente destas terras com sua chegada, que nos surpreendia todos os dias com sua espirituosa presença e que, agora, também, nos surpreende com a sua partida.

E, neste momento, ele deve estar caminhando em direção da Pátria Celeste, junto ao encalço do Criador e em sua chegada deve estar vendo, aquela mesma imagem que o trouxe certa feita para essas paragens do sertão do Paraná. Deve ele estar se aproximando de uma vila formosa, de casas delicadas de madeira adornadas com chaminés e, em uma delas, lá estará, Seu Dionísio, seu sábio pai, para recebê-lo em seu lar eterno.

Quanto a nós, do Colégio Izabel, cá ficamos. Menores com sua partida, com saudades de sua presença que tanto marcou as nossas vidas.

Descanse em paz professor Adiel.

Reserva do Iguaçu, 22 de março de 2010, dia de Santa Léia, 5ª. Semana do Tempo da Quaresma.

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