Nesta semana, em que estamos retornando às atividades letivas, recomendei para um grupo de alunos um ensaio de Otto Maria Carpeaux intitulado A IDÉIA DA UNIVERSIDADE E AS IDÉIAS DAS CLASSES MÉDIAS. Ensaio esse, de uma proficuidade única e de uma beleza singular. Espero toque esse a alma dos estudantes do mesmo modo que tocou a minha quando o li pela primeira vez há 12 anos.
Em vista disso, gostaria nesta nota blógica apenas de chamar a atenção para dois trechos das luminosas laudas redigidas pelo esguio punho de Carpeaux, os quais seriam: “O abismo entre o progresso material e a cultura espiritual aumenta de dia para dia, e as armas desse progresso nas mãos dos bárbaros é fato que clama aos céus”. Meditando a partir destas palavras, não temos como não vermo-nos imersos nesse abismo que dia após dia vem se aprofundando mais e mais, não é mesmo?
O segundo trecho que elencamos e que, por sua deixa, é a lembrança da cura dessa maledicência: “A história das universidades é a história espiritual das nações”. Nós, professores e alunos, estamos escrevendo parte significativa dessa história e, por isso, penso que devemos indagar sobre a gravidade de nosso papel nesse devir. Estamos nós, trabalhando e caminhando para arrancarmo-nos desse abismo de sombras que é a sociedade de massa estupidificada em seu orgulho e vaidade ou nos dispondo volitivamente a dar continuidade e aprofundamento das sobras que ousam obstruir a flama do Espírito e da Verdade?
Eis aí, a questão que não quer e não pode ser calada.
Pax et bonum
Dartagnan da Silva Zanela,
em 12 de fevereiro de 2011,
dia de São Julião Hospedeiro, de Santa Eulália
e do Bem-aventuradoReginaldo de Orleans.
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