Isso mesmo, meu caro Watson! Como podemos tratar com gentileza pessoas que, na cara dura, nos insultam das maneiras mais desavergonhadas, como?
Neste ponto, não temos como discordar do poeta-filosofante F. Nietzsche, quando esse afirmava que para saber respeitar é preciso saber desprezar. Ora, não há possibilidade de respeitarmos, ao mesmo tempo e de modo similar, um assassino e sua vítima, um ladrão e o surrupiado, um pilantra e uma pessoa honesta.
Todavia, essa percepção obvia, dia após dia, vem se diluindo em nosso país e, naturalmente, gerando um estado de espírito perverso e cruel onde o vício mais torpe é elevado ao nível de tratamento similar de uma virtude cardinal. Obviamente que com tal gesto anódino, a virtude é destronada de sua posição natural, invertendo-se a hierarquia de valores e, consequentemente, pervertendo tudo que a alma humana mover com base nesta ordem de denegri a própria dignidade constitutiva do ser humano.
Tal fato é digno de lamento e causa-nos ojeriza, porém, continua sendo um fato ululantemente obvio.
Pax et bonum
Dartagnan da Silva Zanela,
em 16 de fevereiro de 2011,
dia de Santo Onésimo.
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