Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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DOUTAS BOBAGENS E NADA MAIS

Escrevinhação n. 883, redigido em 19 de abril de 2011, dia de Santo Expedito, São Leão IX e Santa Ema da Saxônia.

Por Dartagnan da Silva Zanela

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Este mundinho chamado Brasil tá cheio de tipos que repete um monte de jargões para posar de “gente fina e inteligente” (que nojo). Muitos dos ecos desta néscia impostura pseudo-erudita nos vêm daquelas discussões tolas de bodega, mas que, infelizmente, ocorre com muito mais freqüência em salas de aula e nos programas televisivos ditos educativos.

Essa lengalenga todos já conhecemos de outros enfadonhos carnavais, mas uma, ao menos, cabe ser lembrada nesta missiva. Citamos o suposto caso que Nosso Senhor Jesus Cristo teve com Santa Maria Madalena. Sim, concordo, é de estourar os pacovas essa propaganda anti-cristã que se traveste de pretensa criticidade, mas, fazer o que? Se a questão está posta e os dejetos foram lançados aos quatro ventos, é nosso dever refletir sobre o estrago.

Esse tipo de afirmação, em regra, é feita por picaretas de marca nanica. Falando o português bem claro, por pessoas que nunca se dedicaram profundamente ao estudo da História Sacra, entretanto, por terem assistido o filme “O código Da Vinci” (porque ler o livro, pra eles, é demais) concluem com ares de douta ignorância que Nosso Senhor teria tido, como se diz, um lance, com a Santa de Magdala.

Lembro tal fato, pois, dias atrás, um ex-aluno perguntou-me isso em vista do que sua professora havia dito, de que o Evangelho de São Tomé afirmaria que teria ocorrido um caso entre o Verbo Divino encarnado e ela e por isso a Igreja o excluiu. Que coisa em?

O jovem que me inquiriu é honesto e sincero no que pergunta. Todavia, não podemos dizer o mesmo no que tange a sua mestra e dizemos isso por uma razão muito simples: não é isso que consta nas linhas do Evangelho de São Tomé. Aliás, se ela, a mestra, realmente tivesse lido o referido Evangelho Apócrifo saberia que o nome de Maria é citado apenas duas vezes (versículos XXI e CXIV) e onde o é, nota-se um desconforto dos apóstolos com sua presença (em especial São Pedro). Por isso nosso Senhor diz que seria bom que ela ficasse. Não porque Ele tivesse um amor “maior” por ela (amor carnal), mas sim, porque as mulheres deveriam ser como homens (viris como um homem). Na dúvida, consulte a fonte pra não falar bobagem (vide: O QUINTO EVAGELHO: a mensagem de Jesus segundo São Tomé. Tradução de Humberto Rohden).

Em segundo lugar: os Evangelhos apócrifos não foram escondidos pela Santa Madre Igreja. Só um néscio crê nisso. Tanto não o é que estes são publicados por editoras Católicas. Mas, por que eles não integram o Cânon? Aliás, como o Cânon foi organizado? Por que em? Até o século IV não havia uma lista oficial dos Livros Sacros, da Bíblia. Havia apenas uma multidão de padres, bispos e fiéis que davam um testemunho vivo da verdade que lhes foi revelada por Deus através de Sua Palavra Viva, Jesus Cristo.

Isso mesmo! O livro mais antigo do Novo Testamento data de, aproximadamente, do ano 53 d.C., que é a Epístola de São Paulo aos Filipenses. Ou seja: antes de existir a Bíblia, já existia a Igreja de Cristo. E será essa Igreja, Santa e pecadora, que séculos mais tarde organizou o Cânon em um Concílio regional, o de Roma de 384, convocado pelo Papa Damásio I. Após uma fecunda discussão entre os padres conciliares (bispos) foi emitido o Decretum Gelasianum que estabelecia a lista do Cânon.

De mais a mais, como jocosamente nos lembra o Padre Paulo Ricardo, a Bíblia não caiu do céu com capinha de couro e zíper. Ela foi escrita por Cristãos Católicos que já a praticamente quatro centúrias comungavam da fé em Cristo ensinada por aquela que é MATER ET MAGISTRA. E foi essa Igreja, inspirada pelo Espírito Santo, que em um Concílio, legou-nos esse dom que é a Sagrada Escritura.

Observação: fica um tanto complicado afirmar ter fé na Letra da Sacra Escritura sem ter fé na Igreja.

Voltando: mas, qual o por que dessa escolha? Porque já nos primórdios de sua história, o Corpo Místico de Cristo já sofria com os ataques de toda ordem de inimigos, internos e externos, que não mediam esforços em destruí-lo. Isso mesmo, meu caro. Desde que Cristo Jesus manifestou-se entre nós o mundo, a carne e o encardido não o receberam de braços abertos, muito pelo contrário! O que mais se têm escutado pelos séculos é o eco do grito que clama: Crucifica-o! Crucifica-o! E a organização do Cânon foi uma resposta aos inúmeros ataques que a ECLESIA DEI vinha sofrendo de uma horda de gnósticos, nestorianos, arianos, pelagianos e tutti quanti (tudo isso, e muito mais, é assunto para outra prosa).

Em fim, tal lista não foi organizada para esconder a verdade, como dizem os idiotas úteis nas mãos do príncipe deste mundo, mas sim, para preservar a Verdade que estava, e está até os dias atuais, sendo atacada por uma lavra de almas sebosas. A única diferença é que nos primórdios da Cristandade havia muitas almas embebidas de coragem apostólica para combater os inimigos e hoje, abunda o número de covardes e pusilânimes que temem mais desagradar à opinião pública do que ser infiel a Deus.

Estou exagerado? Então vejamos: recentemente o antropólogo Luiz Mott, professor da Universidade Federal da Bahia e presidente do Grupo Gay da Bahia declarou que Nosso Senhor teria tendência gay. Isso mesmo! Segundo ele o Verbo Divino encarnado: “[...] É forte candidato. Ele era delicado com as crianças, sensível aos lírios do campo e nunca se casou”, [...] “Parece até que tinha um caso com João Evangelista”. É mole ou quer mais?

Diante do exposto, indagamos: quem irá responder a esse insulto? Quem? Ou teremos apenas mais um silêncio canalha com algumas respostinhas acanhadas e discretas como nos inúmeros outros casos similares ao citado no início neste opúsculo?

Pois é, feliz era o tempo em que tínhamos entre nós almas corajosas como Santo Agostinho e São Gregório de Nazianzo que preferiam desagradar ao mundo proclamando a Verdade que ofender a Deus com um silêncio cúmplice. Infeliz é o tempo, o nosso, em que a covardia traveste-se de prudência e a ignorância de serenidade.

Pax et bonum
http://dartagnanzanela.tk

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