Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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ABORTAR NÃO É A QUESTÃO

Escrevinhação n. 942, redigido em 16 de abril de 2012, dia de Santa Bernadete de Soubirous e de São Bento José Labre.

Por Dartagnan da Silva Zanela


O que caracteriza, fundamentalmente, o ser humano? Sim, essa é uma questão de antropologia filosófica cuja resposta necessariamente pode colocar nossa visão no foco apropriado para compreendermos o destino de nosso caminhar por esse vale de lágrimas ou, definitivamente, turvar nossa vista e reduzir nosso entendimento a um nível bestial.

Dito isso, creio que antes de responder-se, definitivamente, o que o ser humano é em sua essência, deve-se procurar coletar notas do que é natural ao ser humano e, também, do que é tido como infra-humano e que, mesmo assim, faz-se presente entre nós e, muitas das vezes, em nós.

Sim, isso mesmo! É um péssimo hábito cognitivo presente nestes plúmbeos tempos hodiernos, raciocinar sempre a partir de definições rasas, de esteriótipos ocos, sem nunca sequer procurar referi-los a uma experiência concreta. Resumindo: conjectura-se sobre muita coisa sem referir-se a nada.

Lembro-me ainda de uma conversa que tive certa feita com o confrade de ofício que palestrava para mim sobre as complicações do ascetismo à luz da filosofia de F. Nietzsche. Após ter ouvido a sua exposição sobre o tema (breve, graças a Deus), pedi-lhe que me cita-se, pelo menos, o nome de cinco ascetas, cristãos ou não. Bem, ao invés de responder a pergunta este veio, outra vez, com um amontoado de definições tão prontas quanto esvaziadas de conteúdo humano. Ou seja: sem nunca ter conhecido a vida de um asceta, esse julgava e parlava sobre o ascetismo.

E essa, meu caro, é apenas uma pequena amostra de um bestiário que raia aos limites da sanidade. E isso, sem falar no fenômeno similar a esse onde o indivíduo eleva a sua miserável experiência cotidiana ao nível de um tipo ideal, impondo-o como se este fosse uma coluna normativa para a explicação de toda a realidade, mesmo que ele nunca tenha conseguido elevar a sua vista numa altura superior a de seu umbigo.

Bem, quanto o assunto é o aborto, estamos diante de um caso similar a este que fora descrito linhas acima. Não estamos diante de uma reles questão de ordem jurídica. Estamos diante de uma questão antropológica fundamental e que, sua discussão terá, necessariamente, consequências civilizacionais imensuráveis às mentes umbilicais e aos sábios de midiático glossário parvo.

Sim, a decisão do Supremo Tribunal Federal, foi um absurdo antropológico que terá consequências civilizacionais trágicas em médio prazo. Consequências essas que, provavelmente, os idiotas úteis que defendem, como eles dizem, o “adiantamento terapêutico do parto” (assassinato de um inocente indefeso), não são capazes de mensurar, visto o fato de a realidade da questão ser muito maior que a abrangência de suas pacóvias definições.

Exagero de minha parte? Então pergunte a si mesmo: o que é o ser humano? Ele resume-se apenas ao seu cérebro? Será que nossa condição é tão mesquinha assim frente à Realidade? Eis aí a questão que não pode ser calada.

Pax et bonum
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