Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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PEDAGOGIA MEFISTOFÉLICA


Escrevinhação n. 950, redigido em 10 de junho de 2012, dia dos Bem-aventurados Eduardo Pope e João Dominici.

Por Dartagnan da Silva Zanela


Nos lembra Otto Maria Carpeaux que as vozes do passado, as vozes proféticas do passado, quando evocadas nos ensinam a interpretar a nossa vida, nos julgam e em muito nos auxiliam na feitura de um bom exame de consciência. Mas, e quem está interessado nisso, não é mesmo? Que se dane o preço da banha.

Ora, e é por isso mesmo que a questão urge. Para tanto, recorro a uma voz não tão distante de nossa época para que nos auxilie neste momento tão breve quanto inútil, recorro às luzes de C. S. Lewis, homem que com suas palavras alumia os dias plúmbeos em que vivemos.

Em sua obra “A abolição do homem”, o referido autor nos admoesta para o fato de que na modernidade a educação não mais inicia as tenras almas no conhecimento da verdade e no cultivo do bom discernimento entre o bem e o mal. O que se têm é apenas um condicionamento do aluno a propósitos que seriam ilustres desconhecidos tanto do aluno como do professor, diga-se de passagem. A antiga educação, conforme nos lembra o criador de Nárnia, era uma espécie de propagação onde homens transmitiam a Humanidade para outros homens. Já a atual, é apenas propaganda.

Já faz muito que essa obra foi escrita e, como todos os escritos proféticos, suas palavras continuam atualíssimas. Elas têm muito a nos ensinar se desejarmos realmente aprender algo. Se tomarmos em mãos o que se ensina atualmente, se prestarmos a devida atenção aos valores que perpassam a maioria acachapante dos temas pedagogescamente selecionados, veremos o quanto que este livreto tem a nos ensinar.

De mais a mais, o que assusta no cenário que vivemos na atualidade é que literalmente não escandalize a praticamente ninguém o fato de a educação estar reduzida ao reles exercício imitativo de vocábulos e trejeitos politicamente corretos e à repetição de cacoetes ideologicamente viciados, como se essa massaroca pseudo-epistêmica toda fosse o suprassumo da compreensão do real.

Aliás, a maioria acha tudo isso lindo ao mesmo tempo em que são incapazes de avaliar as consequências mais patentes advindas da propaganda dos valores por eles defendidos. Entre todas as absurdidades hoje “ensinadas” uma que perpassa praticamente todas é o relativismo moral que advoga o falso princípio de que não há valores morais universais inerentes e presentes na pessoa humana.

Não é por menos que hoje em dia as pessoas, jovens e “maduras”, não mais avaliam a realidade, e bem como as suas vidas, a partir de critérios morais razoáveis. Tudo, literalmente tudo, avalia-se pelo que aparente ser “legal” ou “bobo”. Lembrando que, por esses critérios, não devemos julgar ninguém moralmente, porque todos têm direito a opiniões pessoais. Que medo! Mas, com base em que se afirma um descalabro deste, relativizado tudo e virando as costas para a dimensão eterna da alma humana? É isso que, de fato, ensina-se hoje. Não? Então preste mais atenção naquilo que você diz e pensa meu caro Watson.

Pax et bonum
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