Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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A CARROÇA ENGUIÇOU

Por Dartagnan da Silva Zanela

MAIORES DE DEZOITO - Um claro sinal de criancice em idade "madura" é quando o sujeito despreza a diferença abissal que há entre o que seja uma negociação razoável e uma chantagem descarada. Se o caiçara não sabe a diferença, não tente explicar; é perda de tempo. No final das contas ele não vai entender e, ainda, irá te chantagear.

VIDA SUÍNA - É muito mais fácil culpar os outros do que tentar entender e assumir a nossa cota de responsabilidade. É muitíssimo mais cômodo criar um bode expiatório para nos limpar de nossas imundices. E limpamo-nos, muitas vezes, em nossa própria sujeira para continuarmos sendo o mesmo tonto de sempre. Outras vezes conseguimos a façanha de nos tornar piores, bem piores, após esse tipo de lambança.

RESUMINDO O ENTREVERO - Ensina-nos Anatole France que todas, todinhas, as nossas verdadeiras misérias são íntimas. Muitas vezes procuramos ludibriar a nós mesmos creditando ao mundo a origem do fardo que temos de carregar sobre nossos ombros, mas não tem jeito não; formamos nossas tristes indigências dentro de nós com a nossa própria substância. Ou, falando em português bem claro: o mundo pode até ser uma merda, mas nós não passamos de uns bostas.

PROBLEMAS E PROBLEMAS - Uns tem dificuldade para escrever, outros tantos se sentem melindrados para falar em público e, há ainda aqueles que enfrentam de modo varonil, ambas as dificuldades. Porém, há muitos, muito mais do que se imagina, que não sabem do que estão escrevendo e muito menos o que estão falando e, pra piorar o quadro, não estão nem um pouquinho interessados em superar a sua gritante dificuldade. Ou, nesse caso, deveríamos chamar de leviandade?

VERSO E REVERSO - Na sociedade atual, quando algo é noticiado, a versão dos fatos sempre tem um apelo maior que os próprios fatos. No final, a versão acaba sempre tomando o lugar da realidade sonegada. E assim o é, porque tal qual o noticiário, dum modo geral há, perambulando pelas ruas, mais versões de terceira mão de cidadãos do que cidadãos de fato.

PROFUNDIDADES ABISSAIS - O mundo está cheio de cabeças ocas, mas eles não são iguaizinhos entre si não. Há aqueles que são superficiais, como dum modo geral são todos os cabeças de vento. Porém, há aqueles que querem parecer profundos, muito profundos, mas não tem jeito; eles são o que são. Aliás, nesse pífio esforço eles conseguem ser mais superficiais do que a média geral dos tontos, entregando-se a um papelão tão ridículo que até as moscas coram de vergonha, tamanha a profundidade abissal da esterqueira mental desses sujeitos.

CRITÉRIOS - Para a maioria dos intelectuloides com duas mãos canhotas, os fatos, a tal da lógica e dos procedimentos científicos, não tem grande valia. Para esses sujeitos, tudo isso é ideologicamente determinado e impregnado de elementos subjetivos. Tudo, para eles é socialmente construído, por isso, relativo.

Ora, quando se despreza a primazia dos fatos, dos procedimentos e, principalmente, a procura sincera pela verdade, o que resta como critério de credibilidade para qualquer conhecimento é o consenso grupal que, por sua deixa, além de ser algo muito importante para um adolescente sentir-se seguro de si também é um trem indispensável para um intelectuloide militante não cair no vexame de sua execrável condição.

A PALHAÇADA É TODA ESSA - Um dos grandes problemas dos sujeitinhos “pensantes”, com duas mãos canhotas e um grande limbo entre as orelhas, é que eles confundem postura e capacidade crítica com atitude e impostura dramática.

No fundo, bem lá no fundo, eles nunca pararam pra analisar seriamente os assuntos que tomam o centro de suas parlações; muito menos questionaram os pressupostos que norteiam os seus pontos de vista. Isso dá trabalho, leva tempo e, principalmente, fazendo isso correm o risco de ter de negar tudo o que eles acreditam. E isso, para essa gente, é dureza meu amigo.

Por isso eles carregam nas tintas pra dramatizar a apresentação de suas convicções pra contrabalançar a falta de fundamentos das mesmas. Dão chilique, batem o pezinho, esmurram o peito arrotando indignação, fazem manifesto, protesto, ato público, enfim, capricham na pose de bom-mocinho revoltado já que estudar seriamente dá um trabalho miserável. 

Resumindo o entrevero: quanto maior a dramaticidade da exposição dum ponto de vista, menor será sua alegada criticidade. Lamento.

DE “A” ATÉ “Z” - A sociedade brasileira não tem um “Q” de insanidade. Ela, em seu conjunto, é o alfabeto completo de demência.

FANTOCHES A GRANEL - O analfabeto nato tem uma relativa vantagem sobre o analfabeto funcional. O lato sabe que está privado de certas informações e, por isso, prudentemente fica sempre com o pé à trás com relação a tudo que lhe dizem. Sente-se ressabiado toda vez que lhe apresentam algo que contrarie tudo aquilo que ele aprendeu como sendo correto.

O analfabeto funcional não. Esse, ao contrário do primeiro, tem a ilusão de que está sempre muito bem informado. Nunca lhe ocorre que tudo o que ele supostamente sabe pode ter sido concebido para ele ter apenas essa sensação de suposta superioridade; sensação essa advinda do fato dele repetir continuamente um amontoado de slogans e palavras de ordem que são bem vistas pelos seus iguais e que lhe dá o status de gente sabida (crítica, como eles gostam de dizer).

Resumindo: é muito mais fácil manipular um analfabeto funcional presunçoso e diplomado do que um ignorante de pedra.

SENTA QUE O LEÃO É MANSO - Um dos muitos males que intoxica a alma do brasileiro é essa mania covarde de fingir que não está vendo um problema, principalmente quando a responsabilidade primeira por ele é do próprio dissimulado. E no fingir que não vê, inventam-se mil e um malabarismos para justificar ou minimizar a tragédia que está sendo encenada diante de sua fuça. Que coisa feia. Por essas e outras que vovó dizia que tapar o sol com uma desculpa não faz chover no sertão. Fazer isso apenas agrava mais e mais a situação.

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