(i)
Um país, como o Brasil, que vive mentido sobre si, através
de números artificiosos e por meio farsas historicamente construídas, jamais
terá algo verdadeiro, bom e belo como futuro.
(ii)
O silêncio é imprescindível para nos defendermos das
balburdias ideológicas e midiáticas que vicejam a nossa alma para devorá-la.
Desgostar e mesmo temer o silêncio já é, em si, um sinal de degenerescência do
caráter e de decrepitude da personalidade.
(iii)
O espírito de sacrifício é a base de uma vida honrada.
Quanto mais elevada é a posição que o indivíduo ocupa numa sociedade, maior
deve ser essa inclinação em sua alma. Sem isso, não há nobreza. Sem esse
espírito aristocrático a democracia reduz-se a uma reles oclocracia coroada
pela vilania oportunista de qualquer tirania.
(iv)
Os traidores, pouco importa quem ou o que eles sejam, de um
modo geral, não passam de tiranos vulgares. Déspotas derrotados pelas
circunstâncias que, por não poderem fazer valer a sua vontade, contentam-se
canalhamente com um papel menor, de figurante, para poder impor, mesmo que
parcialmente, os seus interesses mesquinhos.
(v)
A moral tem a mesma raiz que o sagrado. Uma com o outro são
os alicerces da vida em sociedade e sustentáculos da alma humana. Por isso, é
praticamente inevitável que quando o segundo é achincalhado a primeira venha a
entrar em franca deterioração. Consequentemente, a sociedade não tem como não
acabar mergulhando gradativamente no caos e as pessoas acabarem ficando
desamparadas, perdendo-se em meio aos entulhos, religiosos e morais, que jazem
no âmago de suas atormentadas almas que, vagarosamente, terminam por abdicar do
bom senso e da razão.
(vi)
O Brasil, definitivamente, é uma obra surreal de Salvador
Dali. Em meio ao pandemônio que assola as terras capixabas ver um caminhão
passando pelas ruas tocando “Imagine” de John Lennon é simplesmente o retrato
perfeito da mentalidade demencial da nata pensante - radical chique -
brasileira. Enfim, por hora, o melhor que podemos fazer, é rir, porque ainda é muito
cedo pra chorar.
(vii)
No Brasil, a feiura moral e a deformidade estética não são
acidentais não; são um megalomaníaco projeto político orquestrado por gerações
e gerações de pessoas desfiguradas espiritualmente.
(viii)
Os caiporas radicalmente chiques, com suas confrarias
críticas de doer, celebram a feiura e a deformidade como se essas tranqueiras
fossem a expressão da mais refinada daquilo que eles chamam de vanguarda
artística.
(ix)
O belo, o verdadeiro e o bom, no Brasil, encontram-se
artificiosamente divorciados; e se essa tríade é apresentada dessa maneira
fragmentária às tenras gerações, a apreciação da beleza, o contemplação da
verdade e a realização da bondade tornam-se uma impossibilidade.
(*) Professor, cronista
e bebedor de café.
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