QUANTO MAIS UM INDIVÍDUO DIZ que é um cidadão crítico e
blábláblá, mais manifesto fica a sua persistente molecagem.
Como todos sabemos, esse é mais um ano eleitoral e já
começaram a aparecer nas redes sociais, entre outras coisas, postagens com toda
aquela afetação de superioridade moral ferida, declarando que se alguém, na sua
rede de contatos (amigos), apoiar Fulano ou Beltrano, deve fazer a gentileza de
excluir-se da mesma.
Abre parêntese: tais postagens lembram-me muito aquelas falas
infantis que afirmam: “se você não gosta disso, ou daquilo, você não é mais meu
amigo. Belém! Belém! Belém! Nunca mais fico de bem”. Fecha parêntese.
Ah! E é claro que o carniça que publica algo desse tipo, e
nesse tom, o faz crendo que está defendendo os valores democráticos, exercendo
a sua consciência crítica e... e o resto vocês já sabem.
Pois é, verdade seja dita: se o cara é um xarope de galocha
que fica azucrinando-nos na rede, em nosso perfil, porque não excluí-lo? Que vá
plantar batatas no seu quintal virtual. Não no nosso, não é mesmo? Agora, dar
peti simplesmente porque ele pensa diferente, só porque ele possivelmente vote,
ou manifeste seu apoio, a Beltrano ou Outrano, com o perdão da palavra, isso
não passa dum fricote totalitário mal disfarçado. Só isso.
E tem outra: vão me dizer agora que o fato duma pessoa ter
posições políticas diferentes das nossas é algo antidemocrático, incivilizado
e, por isso, indigno de nossa amizade? É isso? Pelo visto é. E alguém que
proceda por esse viés, francamente, não entente patavina alguma de política e,
principalmente, não sabe o que é, de fato, uma amizade. Uma verdadeira amizade.
Por fim, de minha parte, como caipira que sou, estou Johnnie
Walker com Yakult pra isso tudo. Continuarei, cinicamente, me divertindo com
esse festival de bom-mocismo e afetação de superioridade. Sim senhor! Estou e continuarei
me divirto com tudo isso.
(*) Apenas um caipira
bebedor de café.
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