Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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ENCONTRO MARCADO COM OS FATOS

Escrevinhação n. 1048, redigida no dia 24 de setembro de 2013, dia de São Geraldo.

Por Dartagnan da Silva Zanela


Fórmula infalível dum bobo alegre mui crítico: apegar-se a uma teoriazinha bem simplória, materialista e cheinha de chavões para decorar rapidinho e falar bonitinho nas rodas de sociologia de botequim (que, necessariamente, não precisa ser neste ébrio ambiente). Deste modo, poder-se-á palpitar sobre qualquer assunto sempre empregando simiescamente rótulos em tudo aquilo que não se compreende para continuar não compreendendo.

Vale lembrar que é de fundamental importância que se exclua todo o qualquer fato que fuja a seu parvo esquematismo. E não se preocupe! Fazer isso não exige um estratagema complicado. Basta dizer ao seu interlocutor que isso ou aquilo não é cientificamente comprovado, aja vista que o interlocutor do sujeito mui crítico e o próprio apenas cultivam um fetiche ridículo em torno da palavra ciência, não o estudo duma.

E se o assunto for milagres? Bem, aí esse rótulo não pega e os cabeças feitas e cheias de meleca piram. Por exemplo: as ciências já tentaram explicar das mais variadas formas possíveis como uma menina cega, sem pupilas, foi curada instantaneamente através duma oração do Santo Padre Pio de Pietrelcina e nada obtiveram. E a menina hoje é uma mulher e continua enxergando sem as meninas dos olhos.

Mas espere! Não criemos pânico! Às vezes pode-se recorrer aos ensinos do senhor Dawkins (um dos 4 jumentos do apocalipse) e dizer que, por hora, a ciência não o explica, mas que, em breve, será explicado como muitos outros fatos que até então não eram e que, atualmente, são iluminados pelas luzes dos investigadores científicos. Viu só! Cataploft! Mais um rótulo bocó para excluir o inexplicável deste minúsculo universo recalcado.

Pois é, mas descolar esse grude pseudo-epistêmico não é difícil. Basta que saibamos um pouquinho das lides reais das ciências. Ora, um milagre pode ser tranquilamente explicado quanto ao processo de desencadeamento de sua manifestação e continuará sendo o que é: um milagre. O que os cientistas, dum modo geral, não conseguem explicar é o nexo causal que há entre a manifestação dum fenômeno miraculoso e a sua causa eficiente. Resumindo: sim, um dia poder-se-á descrever os mecanismos naturais que levaram uma menina sem pupilas voltar a enxergar, porém, o que torna-se bem mais complicado é explicar porque isso ocorreu, instantaneamente, justamente após o pedido feito por um frei Capuchinho (Padre Pio) à Nosso Senhor Jesus Cristo.

Detalhe: esse é apenas um entre milhares de milagres atribuídos a intercessão de um entre muitos homens santos. Por isso, a prudência e a decência recomendam que tais fatos, tão presentes na vida, sejam colocados no centro da realidade e devidamente meditados para compreendermos o nosso real lugar dentro da criação. Ou então, podemos continuar agindo de modo indecente, desprezando o estudo destes e continuarmos a idolatrar a palavra ciência para disfarçar nossa pusilânime e diplomada estultice-crítica.

Pax et bonum
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e-mail: dartagnanzanela@gmail.com

Um comentário:

  1. Este texto me lembrou de um ensaio de Montaigne, "Que é preciso prudência para se meter a julgar os decretos divinos", que termina assim:

    "Deus quer ensinar-nos que os bons têm outra coisa a esperar e os maus outra coisa a temer além das fortunas e dos infortúnios deste mundo, e maneja-os e aplica-os segundo suas intenções ocultas; e retira-nos o meio de, tolamente, tirarmos proveito deles. E enganam-se os que querem prevalecer-se disso pela razão humana. Pois jamais dão uma estocada sem que recebam duas. Santo Agostinho dá uma bela prova disso contra seus adversários. É um conflito que se decide pelas armas da memória, mais que pelas da razão. Devemos nos contentar com a luz que o sol se apraz de nos comunicar por seus raios, e quem erguer os olhos para receber uma luz maior em seu próprio corpo, que não ache estranho se, como castigo de sua petulância, perder a razão. Qual é o homem que pode conhecer os desígnios de Deus? Ou quem poderá penetrar o querer de Deus?"

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