Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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RETALHOS DUMA COLCHA VELHA – parte III

Escrevinhação n. 1049, redigida entre os dias 23 de setembro de 2013, dia do Santo Padre Pio de Pietrelcina, e 26 de setembro de 2013, dia de São Cosme e São Damião.

Por Dartagnan da Silva Zanela


1. Uma geração inteira, praticamente toda ela, desgarrada dos laços familiares com as verdades fundamentais sobre a vida e seu sentido. Caídos neste mundo como sementes daninhas que veem-se deixadas a esmo em qualquer canto para que lá fiquem e, quem sabe, germinem. E deste germinar o que está aflorando é, no mínimo, lamentável, para não dizer aterrador. O engodo tomou o lugar da verdade, o tosco do belo, a satisfação voluptuosa faz às vezes da justiça e, em resumidas contas, ganha ares de dignidade tudo aquilo que na vacuidade do momento seja identificado com o rótulo de “legal”, pouco importando o que esteja recebendo essa alcunha. No fim, o que importa para o olhar desta turva perspectiva é que possa-se disfarçar o desespero existencial com um fashion sorriso amarelo no rosto.

2. Bom seria se todo católico lê-se e refleti-se sobre os ensinamentos do Catecismo da Igreja Católica. Este nos ensina em seu cânon 675 que: “Antes do advento de Cristo, a Igreja deve passar por uma provação final que abalar a fé de muitos crentes. A perseguição que acompanha a peregrinação dela na terra desvendará o ‘mistério de iniquidade’ sob a forma de uma impostura religiosa que há de trazer aos homens uma solução aparente a seus problemas, à custa da apostasia da verdade. A impostura religiosa suprema é a do Anticristo, isto é, a de um pseudo-messianismo em que o homem glorifica a si mesmo em lugar de Deus e de seu Messias que veio na carne”. Dito isso, pergunto: você já parou pra pensar no que essas palavras significam? Já pensou? Então pense.

3. Lembro-me que antes de ter iniciado o curso superior no qual me graduei minha mãe disse-me que certa feita tinha assistido a uma palestra com um senhor que afirmava que um bom acadêmico deveria, no correr dos quatro anos de sua formação, ler ao menos cem livros, caso contrário seu diploma seria apenas um pergaminho sem valia. Também vem à minha memória as palavras de meu pai que dizia ao menino daqueles idos, e que hoje escrevinha essas linhas, que numa especialização as pessoas eram obrigadas, em um ano e maio, a ler pelo menos setenta obras. Olha, não sei se todos agiam assim nas décadas de setenta e oitenta. Posso dizer apenas que esses causos bem contados por meus genitores muito marcaram aquele garoto vadio que não era lá aquelas coisas como leitor. Hoje, já branqueando a melena e ficando com a barba grisalha, pergunto, bem baixinho, aos meus alfarrábios: quantas das almas que passaram por um curso superior estabeleceram como meta a leitura duma centena de livros no correr de quatro primaveras? Quantas estabelecem? Penso, reflito e confesso que prefiro não cogitar resposta alguma.

4.  Quando alguns alunos visualizam sua nota, imagino eu que surge aquela dita e escarrada pergunta: "meu Deus! Como é que eu fui tirar essa nota?" Ops.! Falha nossa. A enunciação mais provável para essa indagação seria: "meu Deus! Como é que o professor foi me dar essa nota?" Bem, se deixarmos isso de lado e meditarmos de maneira séria e desapaixonada sobre o assunto, provavelmente chegaremos à conclusão de que a nota obtida (ou auferida) é uma consequência lógica inevitável dos esforços do mancebo em contraste com os do professor. Tal consideração, também nos leva a outra questiúncula: o que um estudante poderia fazer, e não o fez, para ter evitado o resultado desgostoso? Outra: o que um estudante poderá fazer para compensar o resultado indesejado que se vê impresso em seu boletim? Uma mudança de atitude frente aos estudos e perante as derrotas impingidas pela vida seria um belo começo que não custa nada tentar, diga-se de passagem.

Pax et bonum
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