Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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MEROS RESPINGOS DE TINTA – parte IV

Escrevinhação n. 1044, redigida entre os dias 10 de setembro de 2013, dia de São Bruno Tolentino, e 13 de setembro de 2013, dia de São João Crisóstomo.

Por Dartagnan da Silva Zanela

1. Há muitas coisas desconcertantes no magistério. Uma das mais difíceis de engolir é ver o uso da cadeira professoral como palanque político-ideológico. E quando aponto isso, não refiro-me a expressão duma ou doutra opinião do professor sobre isso ou aquilo. Não é disso que estou falando.  Refiro-me sim ao descaramento de muitos sujeitos que literalmente transformam a sua disciplina numa plataforma para a intoxicação das almas com a substituição do conteúdo específico da disciplina que está sob sua tutela por uma repetição canalha duma doutrina ideológica. Esse tipo de impostura, hoje, em nosso país, recebe o nome de processo de formação dum pensamento crítico. Parece sacanagem, mas é a mais desavergonhada realidade.

2. Diz-nos São Josemaría Escrivá de Balaguer: “Não gosto de tanto eufemismo: à covardia chamais prudência. - E a vossa “prudência” é ocasião para que os inimigos de Deus, com o cérebro vazio de ideias, tomem ares de sábios e ascendam a postos a que nunca deviam ascender”. E como somos covardes. Não dizemos que somos prudentes, frequentemente, mas sim, damos de ombros e declaramos que não nos importamos. Em casos piores, justificamos esse desdém frente aos insultos e ataques contra a Fé com declarações que rezam: “azar o dele!”. Ora, Nosso Senhor lembra-nos que nosso sim deve ser sim e nosso não, não. Entretanto, insistimos em agir com uma língua dupla. Por isso, imposturas como essa não são prudência. E, como o mesmo Santo homem nos ensina: “Não te esquives ao dever. - Cumpre-o em toda a linha, ainda que outros deixem de cumpri-lo”. E somente assim o mundo o desprezará como desprezou Nosso Senhor.

3. Como uma folha atirada ao vento estava eu, perambulando pelas vias cinzentas duma jovem cidade, com o sapato a apertar meu pé que reduzia meu passo a um tímido mancar. Chego, com minha esposa, a uma capela para rezarmos e ver o tempo passar. Para nossa surpresa, muitos ali se encontravam, numa só voz, a rezar o Terço. Não apenas isso. Lá estava o Santíssimo exposto para que O pudéssemos contemplar. Com as contas entre meus dedos, e a récita das preces nos lábios, ficava a mirar diretamente a majestade de Deus que tudo criou e que, num gesto delicadamente poético, apresenta-se a todos na simplicidade dum pequeno pedaço de Pão. Neste momento, meus olhos tornaram-se janelas infantis. Discretamente aguaram minha face que permitiu-se sorrir com o júbilo da alma embevecida por estar diante da simplicidade Daquele que simplesmente é.
4. Não é por menos que não compreendamos a Santa Vontade de Deus. Nosso coração vê-se, na maioria das vezes, com todos os átrios e ventrículos inundados pela soberba. A soberba nossa de cada dia que vê-se, as vezes, confrontada com a simplicidade do Santíssimo Sacramento que nos revela a bestialidade de nossos empedernidos pecados que nos cegam para a simplicidade do Amor e da Verdade que tão tolamente recusamos.

5. Eis as palavras do senhor Celso de Mello, Ministro do Supremo, que entraram para nossa vergonhosa história: "Tenho mais de 44 anos de atuação na área jurídica, como integrante do Ministério Público de São Paulo e como ministro do Supremo Tribunal Federal. Nunca presenciei um caso em que o delito de quadrilha se apresentasse tão nitidamente caracterizado [...] Esse processo revela um dos episódios mais vergonhosos da história política do nosso País. Os elementos probatórios do Ministério Público expõem, aos olhos da nação estarrecida, perplexa e envergonhada, um grupo de delinquentes que detratou a atividade política transformando-a em plataforma de ações criminosas. [...] O que vejo nesse processo, emergindo das provas, são homens que desconhecem a República, pessoas que ultrajaram suas instituições e que, atraídos por uma perversa vocação para o controle do poder, vilipendiaram os signos do Estado Democrático de Direito e desonraram com gestos ilícitos e ações marginais a ideia que signa o republicanismo da nossa Constituição".

Pax et bonum
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