Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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CHORUMELAS PEDAGÓGICAS

Por Dartagnan da Silva Zanela

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Há uma palavra que é vista, pelo pedagogismo reinante, como um sinal de grande mau agouro. Reprovar é a palavra. Isso, muito se deve, a infecção marxista do vocabulário utilizado na seara educacional de nosso país que transfigurou a reprovação de alguém em sinônimo de “exclusão social”.

Sei que ela não é a única, mas fiquemos, por hora, apenas com ela.

Vendo a educação por esse viés turvo, o professor acaba sendo reduzido a uma espécie de agente, inconsciente e alienado, do sistema CAPETALISTA e ali estaria para impedir que ele, o educando, obtenha o diploma que almeja e, se possível for, destruir a autoestima do infante.

Porém, é claro que há os educadores bonzinhos que, de acordo com essa cartilha pedagogesca, são conscientes e críticos e, por isso, não se prestam a esse hediondo papel de agentes da exclusão social. O aluno pode até não aprender nada, mas é aprovado ao final de tudo.

Mas não nos iludamos com esse canto de sereia porque não é bem assim que a banda da vida toca. Hoje, mais do que nunca, urge lembrarmos as palavras de Santo Agostinho que admoesta-nos para que sempre prefiramos aqueles que nos criticam, porque nos corrigem, do que aqueles que nos bajulam, porque nos corrompem.

Por isso, digo e repito: reprovar, algo ou alguém, é uma dádiva, não um ato de exclusão. Aliás, não é nem mesmo um castigo.

Se nos atermos a etimologia da própria palavra, compreenderemos que quando reprovamos estamos tendo uma segunda oportunidade de provarmos que podemos fazer por merecer; uma chance de re-provar que somos capazes de realizar isso ou aquilo sem ficarmos devendo favores para alhures e, principalmente, sem depositarmos a responsabilidade por nossos erros no tal do sistema ou nas costas de outrem.

Reprovando temos uma outra chance para provarmos o nosso valor. Porém, se somos aprovados a revelia, com base em ilações vitimistas, recebemos apenas um atestado de coitadismo que nos habilita a sermos usados indefinidamente por qualquer um que diga ser nosso protetor, a sermos manipulados por qualquer pilantra populista que afirme que irá nos ajudar.

Por fim, é por essas e outras que toda tentativa de desmerecer o mérito não passa duma mal disfarçada canalhice pedagógica. Apenas isso, nada mais do que isso.

@dartagnanzanela
http://zanela.blogspot.com

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