Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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DIÁRIO DE CLASSE – parte I

Por Dartagnan da Silva Zanela

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[i] Um novo ano letivo tem início. Como qualquer início, esse reúne antigos obstáculos com novos desafios e, como de costume, rostos, novos e antigos, cruzam-se com olhares cansados.

Mais um trecho a ser percorrido com os pés no chão, passo por passo, rumo a um horizonte mais limpo para aclarar os olhos fatigados e inspirar as faces pouco, ou muito, fustigadas pelas ásperas mãos de Cronos.

Inevitavelmente, se nos encontramos na condição de aluno, voltamos nossos olhos pra trás e logo em seguida miramos, não para os dias que ainda se fazem distantes, mas para o momento que, muitas das vezes, vê-se adornado com convites indiscretos para simplesmente aproveitarmos e curtirmos o horizonte a partir da pequenez dos folguedos da noite.

Se assim procedemos, estamos a cometer um ledo engano. Os folguedos passam. Ligeirinho como só eles e quando nos damos conta, já estamos na formatura, iniciando um novo ciclo vital, mais duro que o anterior. Aí nos flagramos que o tempo passou e nosso horizonte permaneceu diminuto, que nossos olhos estão mais cansados e o peso desse tempo perdido vê-se estampado em nosso rosto.

É isso! É justamente isso o que não temos o direito de desperdiçar. Tempo. Já diziam os antigos, com sua refinada sabedoria, que tempo é questão de gosto. Que quem afirma que não tem tempo pra nada é porque nada quer fazer com ele. Por isso, antes de qualquer coisa, aprendamos a administrá-lo, a organizar nossas atividades e, principalmente, saibamos priorizar nossas obrigações e não os nossos desejos e quereres de ocasião.

[ii] Não basta ser homem. É fundamental que se tenha coragem de ser um. Ser homem não tem nada haver com ser pegador e valentão. Isso é bobagem! Qualquer cachorro vira-latas é capaz disso. Aliás, um homem não deve ser apenas mais do que isso, porque homem, de verdade, é o contrário disso.

Ser capaz de se auto-sacrificar por aqueles que ama, isso faz dum rapaz um verdadeiro homem. Qualquer coisa fora disso não passa de gambiarra, dum fracassado existencial com complexo de macho-alfa.

A capacidade para o auto-sacrifício é que nos eleva em dignidade, realizando a plenitude de nossa humanidade. Negar-se a isso é abraçar de maneira impensada a animalidade que habita nosso coração. É realizar o contrário de nossa vocação.

[iii] Confesso: não me canso de ler e ouvir os ensinamentos do professor Olavo de Carvalho. As vezes, penso que não há mais nada que eu possa aprender com o velhinho da Virgínia e aí, vejo-me lendo um artigo de sua lavra, relendo um de seus livros, assisto uma aula, ou um vídeo, ou simplesmente passando a vista num breve post no face e aí, digo a mim mesmo: ele ainda tem muito pra ensinar. Para me ensinar.

Por isso, digo que muitos são os professores que caminham e tropicam pelas ruas e corredores, porém, poucos, pouquíssimos, são aqueles que são talhados para o magistério como o filósofo Olavo de Carvalho, um professor que sempre tem algo a nos ensinar, não porque somos obrigados a ouvi-lo, mas porque o que ele tem a dizer é digno de nossa atenção.

[iv] Não tenho partido. Não sou porta-voz de nada, nem de ninguém. Não defendo nenhuma agremiação, grupelho, quadrilha ou matilha político-ideológica. Falo apenas em meu nome e a partir do mínimo de razoabilidade que Deus me deu e confesso: espero estar fazendo bom uso disso para não causar prejuízo a verdade e nem colocar em perigo minha alma.

@dartagnanzanela
http://zanela.blogspot.com/

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