Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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COM QUANTOS NERVOS SE FAZ UM ESTADISTA

Por Dartagnan da Silva Zanela

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Há quem diga, por liberalidade de suas luzes, ou por puro espírito propagandístico, que os pacotes de maldades anunciados pelos subalternos imediatos do governo do senhor Richa e pelos serviçais de primeira escalão da senhora Rousseff, seriam um sinal indelével de que ambos, cada qual no seu quadrado, seriam estadistas de primeira grandeza.

Quem deseja crer nisso, sinta-se a vontade. Quem sou eu para questionar as crendices de alguém? De minha parte, tenho lá as minhas. Todavia, vale lembrar que, sim, estadistas de grande envergadura, muitas vezes viram-se obrigados a tomar medidas impopulares em curto prazo para o bem da sociedade em longo prazo, porém, nenhum chefe de Estado diligente sacrificou os cidadãos, ludibriando-os com o objetivo de simplesmente garantir uma vitória eleitoral, fazendo-os cair numa ingrata arapuca. Aliás, uma visão de tamanha estreiteza, como a dos governantes citados, está a léguas de distância do que se espera dum estadista.

Um Estadista jamais realizaria uma campanha eleitoral mitômana. Jamais praticaria um estelionato eleitoreiro para garantir a sua permanência num cargo que não pode, e nem deve, ser colocado acima dos interesses da sociedade.

E não apenas isso. Um governante responsável e corajoso não fica esquivando-se da impressa livre sem dar uma clara e satisfatória explicação ao povo. De modo algum se esconderia atrás de seus secretários ou ministros para não ter de explicar que o seu discurso de campanha não passava duma fantasia psicodélica de ocasião.

Se ambos, Beto e Dilma, fossem Estadista de distinta cepa, teriam feito, em horário nobre, logo no início de sua segunda governança, um claro comunicado a população e tratariam os cidadãos como pessoas maduras e responsáveis. Apresentariam a real situação das  finanças, os acerto e erros cometidos por sua gestão, explicariam as medidas que seriam adotadas e, acima de tudo, desculpar-se-iam pelos malfeitos na campanha eleitoral.

Mas eles não fizeram isso e nem estão dando sinais de que pretendem agir dessa maneira. Aliás, já é tarde pra isso. O fiasco foi dado. Ambos deixaram para seus subalternos imediatos a espinhosa tarefa de entregar os pacotes, com a ressalva de não  reconhecer o óbvio ululante: que as palavras e imagens apresentadas em campanha foram, e estão sendo, sistematicamente desmitificadas pela crua realidade até então negada e/ou ocultada.

Detalhe: ambos dizem que isso não está acontecendo. Trocando por miúdos: continuam a desrespeitar a inteligência das pessoas. E assim procedem porque, definitivamente, agem como políticos profissionais, preocupando-se apenas com a manutenção do poder em suas mãos, e não como estadistas, que forjam seus atos pensando no bem comum e no futuro da sociedade. Tanto um quanto o outro estão a léguas de distancia de agir com magnanimidade.

Enfim, as notícias não param de chegar até nós e todas elas apenas confirmam o óbvio ululante que fora, certa feita, apontado por Humberto de Campos: No Brasil, os políticos são tal qual nossa fauna: não há gigantes. Por isso, para a infelicidade geral da nação, carecemos tanto de estadistas ao mesmo tempo em que abundam os políticos profissionais devidamente fantasiados com toda ordem de marketismo. Dum jeito ou doutro, a história um dia irá julgar os atos desses indivíduos investidos de autoridade e sentencia-los-á com a pena mortal de revelar a verdadeira face de sua (des)governança.

@dartagnanzanela
http://zanela.blogspot.com/

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