Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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DIÁRIO DE CLASSE – parte VII

Por Dartagnan da Silva Zanela

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[i] Cansei-me das palavras que não se cansam de  ficar circulando aqui e acolá, porque os atos que transitam pelos mesmos caminhos já me disseram tudo o que eu preciso saber.

[ii] Não são necessárias palavras para reconhecermos um canalha e sabermos se ele está mentindo ou não. Basta apenas que observemos atentamente o olhar do biltre, ou a maneira como o mesmo esquiva-o, para que ele nos conte tudo o que precisamos saber sobre o seu caráter sem que, necessariamente, ele abra a boca para dizer uma única mentira.

[iii] Dizer que está na luta soa bonito. Dá aquele ar de destemor estilo Clint Eastwood. Bacana mesmo, porém, toda a belezura descamba quando associa-se a dita luta com a figura dum psicopata como o Che Guevara, pois, das duas uma: ou você é um estúpido facilmente influenciável sendo utilizado como massa de manobra por aqueles que idolatram esse monstro, ou você é um desses idólatras. Infelizmente, não há meio termo.

[iv] Militonto é uma criaturinha engraçada mesmo. Os fulanos odeiam visceralmente tudo o que os seus coleguinhas (e 'mestres') dizem que deve ser odiado e, por odiarem com fidelidade as suas ilusões ideológicas, e com uma obediência canina aos seus pares que incansavelmente repetem a mesma patacoada ideológica, eles acreditam piamente que sabem tudo, tudinho, a respeito de seus 'adversários'.

Por isso, torna-se compreensível porque eles são tão obtusos. Ora, quando recomenda-se a esses indivíduos desindividualizados que, para eles saberem algo sobre esse ou aquele autor, ou sobre certos problemas, eles deveria ler determinados livros, os caiporas, rapidamente, dizem: “eu não preciso ler essas coisas pra saber que ele é um direitista, neoliberal, reacionário, retrógrado, preconceituoso, conservador e o caramba à quatro”. E falam isso com aquela empáfia pseudointelectual que chega azedar o cheque do leite.

Pois é, cabeça de militonto é assim mesmo, não importa a idade: imaginam que odiar quem o mestre e o amiguinhos mandam seja sinônimo de conhecer. De conhecimento crítico. Não é à toa que o Brasil está do jeito que está.

[v] Quer saber duma coisa: que cada um defenda a causa que bem entender. A manifestação da vontade é da responsabilidade de cada um. O juízo de consciência também. Porém, lembre-se: nunca, nunca mesmo, coloque suas convicções políticas e ideológicas acima da verdade porque isso, queira ou não, é estupidez pura e simples. E o é não porque estou dizendo. São as consequências dessa inversão que não se cansam de dizer, mesmo que nos recusemos a ouvi-las e, principalmente, a reconhecê-las como fruto de nossas escolhas.

[vi] Uma fala recorrente em todos os corredores e cantos, vielas e becos, é a de que vivemos atarantados, sem tempo pra nada, que estamos sendo sufocados, sádica e lentamente, pela sociedade hodierna. Que triste. Tudo culpa do sistema.

Pois é, pode até ser, porém, se assim vivemos é, em boa parte, porque desperdiçamos o nosso tempo com futilidades sem valor. E como desperdiçamos.

Calma! Não entremos em pânico que eu já me explico. Vamos supor que viveremos até os oitenta anos de idade (considerando a possível margem de erro). Bem, dos vinte aos oitenta teremos 530.000 horas de vida. Até nos aposentarmos teremos trabalhado, aproximadamente, de setenta a oitenta mil horas (mais ou menos mil e setecentas, duas mil horas por ano). Vamos supor que nós necessitemos de dez horas por dia para dormirmos e cuidarmos daquelas coisinhas básicas. Desse modo, teremos utilizado nisso algo em torno de duzentas e trinta mil horas e, no frigir dos ovos, ainda nos sobram duzentas e trinta mil horas ociosas que, inevitavelmente, são gastas em algo, mas em que?

Detalhe: dos oito anos de idade até os vinte nós tivemos ao nosso dispor cento e cinco mil horas. E essas horas, cara pálida, foram bem ou mal vividas?

Enfim, hoje, mais do que em qualquer outra época, tempo é questão de gosto, gostemos ou não de ouvir isso.

@dartagnanzanela
http://zanela.blogspot.com/

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