Escrevinhação n. 1087, redigida no dia 14 de janeiro de 2014, dia do Bem-aventurado Pedro Donders.
Por Dartagnan da Silva Zanela
J. O. de Meira Penna em seu livro “A ideologia do século XX” nos ensina que para compreender a atuação dum grupo político deve-se observar atentamente três dimensões: a ideológica, as discussões internas e as ligações externas.
Antes de qualquer coisa, jamais percamos de vista que o objetivo dum grupo desse gênero é a obtenção do poder. Dito isso, sigamos com o andor. Por dimensão ideológica entendamos o conjunto de valores que justifica a luta pelo poder e que modela a forma de seus membros encararem a realidade.
O segundo quesito são os debates realizados e as deliberações tomadas pelos membros do partido nos seus mais variados escalões. Atas, boletins internos, revistas, jornais do partido são documentos basilares para entendermos, razoavelmente, qual é a agenda do mesmo. Detalhe importante: sempre que se fala com os seus, as palavras são sempre mais verazes e espontâneas do que aquelas que são ditas para o público em geral.
Por fim, temos as ligações externas que se resumem no mapeamento dos grupos (políticos ou não), indivíduos, empresas e, em alguns casos, organizações criminosas e para-militares com as quais um partido tenha ligações discretas e/ou alianças estratégicas.
Resumindo o entrevero: se perguntamos a um indivíduo (ou partido) qual é sua escala de valores, o que e como ele pretende realizar como metas de médio e longo prazo e quais seriam os parceiros dessa tarefa, iremos saber com quem estamos lidando.
Dito isso, vejamos o seguinte: o que podemos dizer de um partido que fundou uma organização continental, em parceria com Fidel Castro, reunindo praticamente todos os partidos marxistas da América Latina, as FARC, MIR e demais organizações desta estirpe? Aliás, essa organização declarou que pretende recuperar na América Latina o que foi perdido no Leste Europeu. Mas, o que foi perdido?
Meu caro Watson, essa organização, fundada no início dos anos noventa, é o Foro de São Paulo. O partido é o que hegemonicamente nos governa. O que sentimos em relação a ele, pouco importa. O que interessa são suas ações, objetivos e parceiros para ficarmos cônscios do rumo que está sendo dado ao nosso país, independente do nosso [des]afeto, voto ou veto.
Pax et bonum
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