Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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É DE BRANQUEAR OS CABELOS

Escrevinhação n. 1106, redigida no dia 18 de março de 2014, dia de Santo Eduardo e de São Cirilo de Jerusalém.

Por Dartagnan da Silva Zanela


Nós conseguimos realizar a façanha das façanhas na história da humanidade! Nessas terras de Tupinambás, conseguimos, como nos lembra o filósofo Olavo de Carvalho, a opressão sem ordem social, o autoritarismo sem segurança, o caos sem liberdade e a indefinição sem mobilidade. Tudo junto e misturado essa é a cara escarrada de nosso grande legado para todas as gentes.

E o pior de tudo é que não são poucas as vozes que afirmam, descrentes, que isso tudo é normal, como também não são minguados lábios que festejam tal situação devido ao grande potencial de transformação social que elas vêem no referido quadro.

Confesso: não sei o que iniciou primeiro, se a desordem reinante na realidade externa à alma ou se confusão que impera nela. Talvez, uma e outra, se alimentem juntas da mesma alucinação. Quem sabe? Digo apenas que uma sociedade que acha normal o acanalhamento geral não é uma sociedade formada por pessoas interiormente equilibradas, com seu coração razoavelmente ordenado.

Sejamos francos: somos, gostemos ou não, uma sociedade adoecida pelo cancro do relativismo moral e, por isso, indiferente aos valores universais que, quando são evocados, o são em nome duma pequenez oportunista, não por adesão consciente.

Isso mesmo! Muitas vezes ouvimos uma e outra garganta gritar: “o que está acontecendo com os valores da sociedade?” Ora, de que valores estamos falando, cara pálida? Quais são os valores que cultivamos em nosso dia a dia? Quais são os tão aclamados, e inauditos, valores que norteiam a nossa vida?

Podemos dizer que, à sua maneira, o relativismo moral imperante realizou, com maestria, no coração das brasílicas almas o dito do Marquês do Paraná que reza que aos amigos deve-se garantir tudo, aos inimigos nada e aos indiferentes os rigores da lei, dos olhares e das convenções.

Bem, na falta desses rigores, passa-se a imperar a arbitrariedade da vontade umbilical dos círculos de amigos e das ideologias, para a infelicidade geral dos indiferentes, haja vista que vivemos num país onde se conseguiu ter opressão sem ordem social, o autoritarismo sem segurança, o caos sem liberdade e a indefinição sem mobilidade.

Ah! E antes que eu me esqueça, sei que muitos dirão que tudo isso depende do ponto de vista de cada um. Pontos de vista que vêem a si mesmos como sendo uma manifestação apolínea duma verdade unívoca, inconteste, velada e, inevitavelmente, de papelão, como tudo o mais que hoje reina em nosso país que se entregou de corpo e alma a esse relativismo tosco que tão bem reflete a loucura reinante. Já estou sabendo. Já estou branqueando os cabelos de saber.

Pax et bonum
Blog: http://zanela.blogspot.com
e-mail: dartagnanzanela@gmail.com

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