Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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ESTRANHAS LETRAS

Escrevinhação n. 1107, redigida entre os dias 11 de abril de 2014, dia de Santa Gema Galgani, de Santo Estanislau e da Beata Elena Guerra, e 15 de abril de 2014, dia das Santas Anastácia e Basilissa.

Por Dartagnan da Silva Zanela


1. 
Dia após dia, vejo-me diante do pálido reflexo da minha imagem que me é apresentada pelo tosco espelho de meu viver. E neste reflexo, o que vejo além da imagem alva? Pouca coisa. Quase nada. Praticamente nada que valha algo.

Vejo apenas um rapaz envelhecido, de passos cambaleantes, que sepultou suas ilusões e sonhos nos distantes ermos que foram encontrados na trilha de sua caminhada.

Dia após dia, vejo-me ainda a caminhar, silencioso, por entre sombras alucinadas que me assombram com sua loucura travestida de realidade. Sombras que tentam, diariamente, convencer-me de que minha jornada é uma peregrinação sem prumo. Plúmbeas sombras que se arrastam em meu entorno com seus delírios de superioridade.

Por fim, dia após dia, enxergo com clareza, o reflexo pálido e cansado do que sou e digo, a mim mesmo: a caminhada continua. A jornada não chegou ao termo. A loucura que me circunda, também não.

2. 
A linguagem, segundo muitos, é uma ponte que interliga almas. Para outros tantos, uma muralha. Seja num caso, ou noutro, os indivíduos devem estar dispostos a percorrer a ponte ou saltar o muro para compreender o outro, o mundo e a si mesmos.

A linguagem não é, fundamentalmente, um facilitador. Nem mesmo, necessariamente, um obstáculo. Ela é, por sua natureza, um instrumento que nos permite acessar realidades.

Dum jeito ou doutro, a facilidade ou a dificuldade são apenas detalhes de pouca valia para aqueles que realmente desejam compreender o que seu interlocutor está comunicando. Quando a vontade de compreender, e de ser compreendido, faz-se ausente, inevitavelmente, a linguagem torna-se inútil. Nestes casos, bem provavelmente, o sujeito não compreenderá nada. Ninguém. Nem a si mesmo.

3. 
Thomas Jefferson, um dos pais fundadores dos Estados Unidos, afirma que: “a arte de governar é a arte de ser honesto. Procure cumprir o seu dever e a humanidade lhe dará crédito por suas falhas”.

Belíssimas palavras, porém, em nossas terras, essa excelsa fórmula ganhou outra roupagem. Aqui, a arte de governar consiste na desavergonhada malícia, no fingimento contínuo e no descumprimento de todo e qualquer dever e, tudo isso, fundado na sínica crença de que a sociedade pouco se incomodará com o resultado de seus mandos e desmandos.

Resumindo: lá eles tiveram pais fundadores da pátria e aqui tivemos e temos padrastos usurpadores do povo.

Pax et bonum
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e-mail: dartagnanzanela@gmail.com

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