Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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UM GENERAL SEM DIVISÕES

Escrevinhação n. 1111, redigida no dia 30 de abril de 2014, dia de São Pio V e de São José Bento Cottolengo.

Por Dartagnan da Silva Zanela


Provavelmente, uma das imagens mais dolorosas do início deste milênio foi a da última aparição pública de João Paulo II quando esse, debilitado pela sua enfermidade, tentou proferir sua benção. A voz não saiu. Mas seu coração falou através dum gesto. Pouco tempo depois ele veio a descansar no Senhor.

Mas quem foi esse homem vindo de terras distantes e que peregrinou por distantes terras? Foi, ao mesmo tempo, um herói de nossa era e um Santo de todos os séculos que nos deixou através de seus escritos e atitudes uma fonte inexaurível de inspiração para lutarmos o bom combate.

Obviamente que não temos como retratar nestas mirradas linhas tudo o que ele foi e quem ele é. Porém, esse parvo escrevinhador ousa rabiscar alguns traços sobre sua pessoa.

Ele era profundamente preocupado com o padecimento das vítimas da fome, das guerras e do totalitarismo. Ele mesmo foi uma delas na Polônia dominada por nazistas e comunistas. Por isso, abriu mão dos direitos autorais de seus livros em favor das crianças da África. Quando vivo, tal gesto não era alardeado porque ele o fazia por caridade, não por publicidade.

O João de Deus não propunha a expropriação dos meios de produção e o fomento da luta de classe movida pela dureza do coração humano. Ele pregava o amor. O mesmo amor que nos foi ensinado pelo Verbo divino Encarnado e que hoje, através dos mais variados subterfúgios, muitos querem tanto silenciar quanto deturpar.

Esse homem, que teve seu coração tocado por um alfaiate que o introduziu no caminho místico de São João da Cruz, jamais carregava dinheiro. Corajosamente, apoiou a luta pela autonomia operária em sua terra natal que durante décadas sofreu sob a batuta totalitária marxista que havia transformado todo o povo de sua amada Polônia em escravos estatizados. Escravizados como em todos os países em que essa ideologia tornou-se uma razão de Estado.

Por isso dizia a todos para que não tivessem medo. Para que não temamos o mal. E por não ter medo, por ensinar ao povo de Deus a não temer os ídolos estatais, ele sofreu dois atentados contra sua vida. Um a bala, que todos conhecemos. O outro, em Fátima, logo após a recuperação do primeiro, onde foi esfaqueado ao fim da Santa Missa. Tais covardias não foram suficientes para abalar a têmpera desse peregrino vindo das terras de São Stanislaw.

Hoje, se ele estivesse entre nós, provavelmente repetiria as palavras que deram início ao seu pontificado e conclamaria a todos nós para que jamais nos esqueçamos que no centro de nossas vidas, de nossas ações, deve estar Cristo, o Filho do Deus vivo, para que Sua luz dissipe as trevas totalitárias que assombram nossos dias. Ele diria: tenhamos coragem de não nos curvarmos diante dos ídolos seculares de hoje porque, como todos os mundanismos, um dia eles passarão. A palavra do Filho do Deus Vivo, não. Não passará.

S. Ioannes Paulus PP. II, ora pro nobis
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