Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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Aparelhos do Estado paralelo

por José Maria e Silva

A corrupção tem sido uma constante na história do Brasil. Desde as capitanias here­ditárias que a promiscuidade entre público e privado vem marcando a vida nacional. Entretanto, como não poderia deixar de ser, as formas da corrupção se transformam com o tempo, acompanhando as mudanças dos costumes e a evolução tecnológica. E uma das novas formas de desvio de dinheiro público já não se dá nas frinchas e, sim, nas franjas da máquina estatal. Ou seja, naquela nebulosa social a que se dá o nome de “organizações não governamentais”.

Prova disso é o verdadeiro caso de polícia em que se tornou o Ministério do Esporte. Cerca de três anos antes das atuais denúncias da “Veja” (que devem custar o cargo do ministro Orlando Silva), a própria revista já havia levantado suspeitas de desvio de recursos no Ministério dos Esportes. E, há oito meses, o jornal “O Estado de S. Paulo” fez uma reportagem investigativa sobre irregularidades na pasta de Orlando Silva, apresentando fortes indícios de corrupção que já deveriam ter custado a cabeça do ex-dirigente da UNE, caso a faxina da presidente Dilma Rousseff fosse mesmo para valer.

Publicada em 19 de fevereiro deste ano, a reportagem, assinada pelo jornalista Leandro Colon, mostrou que o programa Segundo Tempo, menina dos olhos do Ministério do Esporte, estava marcado por entidades de fachada e núcleos esportivos fantasmas. As entidades encarregadas de desenvolver o programa, em sua maioria, eram organizações não governamentais ligadas ao PC do B. E, somente no ano de 2010, elas foram beneficiadas com cerca de R$ 30 milhões.

A reportagem do “Estadão” percorreu os Estados de Goiás, Piauí, São Paulo e Santa Catarina, além do Distrito Federal, e desmontou os pilares do programa Segundo Tempo, que era apresentado pelo Ministério do Esporte como um programa de “inclusão social” — como se esporte para pobre não fosse quase sempre uma imersão na vadiagem. Mas isso é assunto para outro artigo. Agora, quero apenas chamar a atenção para a matéria-prima da corrupção no Ministério do Esporte — as organizações não governamentais. [continue lendo]

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