Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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Entrevista - Otto Maria Carpeaux (28/05/1949)

Entrevista conduzida por Homero Senna e publicada na Revista do Globo, nº 483, de 28/05/1949 e republicada em seu livro Republica das letras. 3ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996.

Apresentação:

O aparecimento, há alguns anos, de Otto Maria Carpeaux no jornalismo carioca despertou viva curiosidade. Apresentado em grande estilo, por Álvaro Lins, num rodapé do Correio da Manhã, como um scholar que muita coisa nos poderia ensinar e que, apesar de sua recente mudança para o Brasil, já estava quase em condições de escrever seus artigos diretamente em português, todo mundo quis ler e conhecer o ensaísta austríaco que escolhera o Brasil para exilar-se, depois dos tristes acontecimentos que se desenrolam em sua pátria.

E - como quase sempre acontece - não demorou que, a propósito do novo crítico, que a anexação da Áustria à Alemanha fez emigrar para o Brasil, se formassem correntes distintas. Seus artigos passaram a ser lidos então com maior interesse ainda, tanto pelos fãs como pelos que estavam ansiosos de jogar alguma água naquela fervura de citações, de idéias e nomes novos.

Depois vieram os livros, veio o processo de naturalização, e Carpeaux - que conhece hoje, melhor do que muitos, a literatura brasileira - passou a ser um elemento dessa literatura, encontradiço nas rodas literárias do Rio e – com impressionante assiduidade - nas páginas dos Suplementos.

Seus artigos, escritos de início em francês, logo passaram a ser redigidos diretamente em português, língua conforme nos confessou - já consegue pensar. E é inegável que, do ponto de vista da correção da linguagem, escreve melhor do que muita gente nossa. Nisso teve grande seu amigo Aurélio Buarque de Holanda, que o tirou de várias entaladelas e aos poucos lhe foi apontando os escolhos que era preciso evitar, nas águas nem sempre límpidas desta chamada "última flor do Lácio". [continue lendo]

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