Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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DIRETO DO MUNDO DA LUA – PARTE X

Por Dartagnan da Silva Zanela

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[I] Quando garoto gostava muito de ir ao circo. Achava o maior barato! Admirava a coragem dos trapezistas,  a desenvoltura dos malabaristas, o destemor dos domadores de feras e, principalmente, a graça inocente dos palhaços que desjeitosamente invadiam o picadeiro com suas travessuras.

Nesses idos, sempre ouvia um e outro dizer que o palhaço era uma figura triste, que o sorriso do jocoso homem maquiado e de nariz vermelho era melancólico. Quando menino, confesso, não entendia a razão de declarações como essa. Hoje, após sentir os golpes de Cronos em minha carne, compreendo a melancolia do homem que se fantasia de louco para diversão da patuleia. E como compreendo.

[II] Levar qualquer coisa a sério num país onde praticamente nada é encarado por esse viés é uma tarefa inglória. Num país onde quase todo mundo quer se dar bem ou, ao menos, não ser mal visto por outrem, ousar agir de maneira descente não é apenas um esquisitice. É uma ofensa. Enfim, numa terra onde, dum modo geral, as pessoas informam-se apenas para ter assunto pra prosear e não para realmente conhecer, qualquer um que tenha a petulância de realizar a segunda opção estará pedindo para ser condenando ao dissabor do ostracismo em meio a multidão.

[III] Ter opinião sobre tudo é um claro sinal de que não se sabe patavina de nada. Ter opinião sobre praticamente nada é uma demonstração dum sincero desejo de querer saber algo sobre alguma coisa. Agora, manter-se sempre calado apenas denuncia um medo inconfesso de ser tachado de louco pelos insanos que vivem fazendo posse de esclarecido e que, na real, não sabem nada.

[IV] Estamos todos em franca decadência. Só não percebe isso quem já realizou-se plenamente em sua decrepitude.

[V] Tenho calafrios quando ouço alguém falar em “cultura”, sobre sua importância. Tais irritações ocorrem-me porque, em regra, quem muito fala nela, na tal da “cultura”, não sabe o que isso, não tem o menor interesse nela e morre de raiva de todo aquele que realmente tenha amor por ela.

@dartagnanzanela
http://zanela.blogspot.com

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