Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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DESDITOSAS LETRAS

Escrevinhação n. 1102, redigida entre os dias 06 de março de 2014, dia de Santo Olegário e de Santa Rosa de Viterbo, e 11 de março de 2014, dia do Beato João Batista de Fabriano, de São Ramiro e de São Constantino.

Por Dartagnan da Silva Zanela


1. 
O tempo é uma joia preciosa. Uma joia preciosa que, por incrível que possa parecer, não é nem um pouco rara. Aliás, ela existe em abundância, com jazidas que transbordam, aos borbotões, os seus encantos.

E, como tudo o que existe em abundância, o tempo é desperdiçado. Gasto vilmente nas ocupações mais tolas pensáveis e todos esses desperdícios são feitos em nome da satisfação dos desejos mais levianos e fugidios.

Paradoxalmente, o imediatismo que nos agrilhoa consome uma porção significativa de tempo, do nosso tempo, dando-nos a sensação de que ele é escasso e que facilmente se esvai por entre os dedos.

Essa vã ilusão que nos carcome, que nos agonia, apenas encontra acolhida em nosso coração porque esse, em boa parte do tempo, encontra-se fora de centro, fora de nós, agrilhoado aos momentos fugazes que nos afastam sorrateiramente de tudo o que é eterno levando-nos a crer que tudo seja passageiro, mesmo que nosso coração, silenciosamente, grite o contrário de nossos epidérmicos desejos.

2.
Ensina-nos Bento XVI que “diferentemente do que tinha acontecido com a torre de Babel (Jo 11, 1-9), quando os homens, intencionados a construir com as suas mãos um caminho para o céu, tinham acabado por destruir a sua própria capacidade de se compreenderem reciprocamente, no Pentecostes o Espírito, com o dom das línguas, mostra que a sua presença une e transforma a confusão em comunhão”.

Quando fechamos nossa alma para a dimensão transcendente da realidade, caímos nas mais rasteiras formas de idolatria. Idolatria da (pseudo)ciência, das ideologias, do dinheiro, do hedonismo e tudo isso muito bem embalado pelo ídolo mor, o relativismo, todo soberbo e orgulhoso. A Torre de Babel dos dias atuais. E, não nos esqueçamos que: “o orgulho e o egoísmo do homem geram sempre divisões, erguem muros de indiferença, de ódio e de violência”, como nos ensina o Papa Emérito.

Por fim, o que nos falta, e muito, é que abramos nosso coração ao Espírito Santo que, ao contrário das ideologias mundanas, “torna os corações capazes de compreender as línguas de todos, porque restabelece a ponte da comunicação autêntica entre a Terra e o Céu. O Espírito Santo é Amor. [...] O Espírito Santo ilumina o espírito humano e, revelando Cristo crucificado e ressuscitado, indica o caminho para se tornar mais semelhantes a Ele, isto é, ser expressão e instrumento do amor que d'Ele promana”.

Pax et bonum
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