Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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DOLOROSAS LETRAS

Escrevinhação n. 1100, redigida entre os dias 27 de fevereiro de 2014, dia de São Gabriel de Nossa Senhora das dores e de São Leandro, e 04 de março de 2014, dia de São Casimiro e de São Lúcio I.

Por Dartagnan da Silva Zanela


1. 
Todos acreditam serem detentores não de uma opinião, mas de muitas. E essas não seriam apenas um amontoado de palavras minguadas, no entender de seus possuidores, mas sim, fortes expressões advindas da alma dum colosso que livremente opina sobre tudo e sobre todos sem, ao menos, dar-se ao trabalho de conhecer alguma coisa, sem conhecer-se e, inevitavelmente, sem nem mesmo ter ponderado sobre as palavras que foram emitidas por seus lábios.

Sobre o vício do opinar, Machado de Assis, numa das luminosas e cáusticas páginas de sua obra “Papéis Avulsos”, diz-nos: “Se uma coisa pode existir a opinião, sem existir na realidade, e existir na realidade sem existir na opinião, a conclusão é que das duas existências paralelas a única necessária é a da opinião, não a da realidade, que é apenas conveniente”.

Não é à toa que nosso país a cada dia que passa mais e mais se assemelha com um manicômio dirigido por um bando de loucos mal disfarçados de lúcidos doutos.

2. 
Sinto-me derrotado. Uma batalha seguida da outra. Uma queda sobrepondo-se à outra. E vejo diante de mim a guerra continuar. Ouço, ao longe, o anuncio duma multitude de pelejas para serem lutadas. Pelejas essas inglórias. Todas.

Às vezes dá vontade de entregar as armas e hastear uma bandeira branca. Admito que em muitas ocasiões invada meu ser um desejo incontrolável de render-me.

Confesso que quando tal cobardia viceja meu íntimo, no mesmo instante, incendeia em meu coração uma força irascível ciosa por invadir as vistas de meus antípodas com a infantaria de verdades que eles tanto desejam silenciar em minha alma. Infantaria que jamais irão calar em meu tinteiro.

A peleja continua, porque um homem pode até ser derrotado, mas jamais destruído. Jamais.

Pax et bonum
Blog: http://zanela.blogspot.com
e-mail: dartagnanzanela@gmail.com 

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