Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
(i)
Quando as almas se encontram
carcomidas pelo rancor e pela cobiça, qualquer forma de competição, mesmo que
com o intuito de irmanar os participantes, acaba, sem querer querendo, semeando
a cizânia.
Agora, se essa disputa é
orquestrada, desde o princípio, com a finalidade de fomentar a discórdia, pra
dividir mais e mais as pessoas que já se encontram apartadas, à possibilidade
de que o tiro acabe saindo pela culatra. A possibilidade é pequena, mas existe.
(ii)
Toda pessoa que diz ser portadora
do tal pensamento crítico, em regra cultiva uma visão monolítica sobre a
realidade. Normalmente é uma perspectiva que tem uma alta dose de veneno
ideológico e de sentimentalismo tóxico e, por essa razão, sua forma de encarar
a vida é puerilmente limitada, incapaz de levar em consideração a complexidade
de qualquer coisa, mesmo que o carniça esteja sempre com a tal “complexidade”
na boca.
(iii)
Para a galerinha esquerdopática,
apenas são dignos de respeito aqueles que são militantes de sua causa doentia
ou simpáticos a ela.
Não? Então vejamos: o que essa
camarilha ideologicamente perturbada diz sobre os sofrimentos impingidos pelo
governo venezuelano ao seu povo? O que mesmo? Pois é.
O que as alminhas ditas
progressistas dizem a respeito dos inocentes que são mortos por terem cometido
o hediondo “crime de consciência” de oporem-se as barbáries do biltre herdeiro
do totalitarismo chavista? O que mesmo? Pois é.
Enfim, por essas e muitas outras
razões que essa turma, vermelhinha até o último fio de cabelo - vermelhinhos
declarados, enrustidos ou dissimulados - tem uma noção extremamente seletiva e
canalha do que seja o sofrimento e, obviamente, do que seja a tal da dignidade
humana. Basta ouvi-los para constatar essa obviedade ululante.
Simplificando: para essa gente,
tudo necessariamente passa pelo crivo de suas crendices ideológicas. Tudo.
Inclusive o direito de existir.
(iv)
Essa galerinha que fala, fala,
fala - e como fala - a respeito dos tais direitos humanos e dos manos... Essa
turminha fica “P” da vida quando alguém emite uma e outra opinião politicamente
incorreta e, mais "P" ainda quando alguém usa uma e outra palavra que
o “ministério da verdade” orwelliano proíbe. Porém, quando salta a vista de
todos os absurdos cometidos pelo governo venezuelano contra o povo da
Venezuela, eles ficam silentes.
(*) Professor, cronista
e bebedor de café.
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