Por Carlos Ramalhete
Dias atrás, tive a alegria de receber uma carta de leitora, enviada por dona Irena, de 90 anos de idade. Ela nasceu num mundo sem antibióticos, sem telefones – que dirá celulares! –, sem computadores. Era já uma mulher adulta quando nossos pracinhas foram à guerra na Itália. Já uma senhora quando o sangue de brasileiros lutando contra brasileiros foi derramado, nas convulsões dos anos 70. E, eu, reverente diante de tanta experiência, alegro-me por ter tido a honra de não só ser lido por ela, mas por ter ela me escrito uma carta. Na carta, ela aponta algumas razões que percebe, com a vantagem de quem viveu num mundo muito diferente, para a violência sem sentido que se expressa nas chacinas de desconhecidos. Aponta-nos como razões a educação sem Deus; a violência extremada apresentada como diversão nos filmes; e a cultura da celebridade, que faz com que o sonho de muitos seja a fama, ou a infâmia. [continue lendo]