Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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NADA PARA DECLARAR

Escrevinhação n. 1062, redigida entre os dias 29 de outubro de 2013, dia de São Narciso, de Santa Ermelinda e da Beata Chiara Luce Badano, e 03 de novembro de 2013, dia de São Martinho de Porres.

Por Dartagnan da Silva Zanela


1. Não são poucos os olhos que estão arregalados com os violentos ares que pairam sobre nossa sociedade, ares esses que animam muitas almas a tomarem atitudes tão belicosas quanto covardes. Não são poucas as vozes, muitas delas cheias de diplomas, títulos e louros midiáticos a jubilarem-se com os mandos e desmandos da rapaziada fantasiada de guerrilheiro urbano que, de maneira irresponsável, creem que tais movimentos representam as vozes duma nova Era que, francamente, eles não têm a menor ideia do que seja. E até lá a galera vai se divertindo brincando de menino mal que luta pelo bem para alegria de seus ensinadores que tanto se emocionam com o desempenho de seus vândalos pupilos.

2. Uma mera observação: em cultos pagãos, como o que era praticado pelos astecas, eram realizados sacrifícios humanos para alimentar as divindades que deram o seu sangue para criar o mundo onde estamos e, inclusive, a nós mesmos. No Cristianismo, por sua deixa, vemos algo diametralmente diferente. Sim, Deus tudo criou, mas não apenas isso. O Verbo Divino encarna-se na forma humana e entrega-se em sacrifício para nossa salvação. Trocando por miúdos: diferente dos cultos pagãos, no Cristianismo, Deus oferece-se em sacrifício para que seu sangue anime nossa pálida e anêmica alma, como bem nos lembra Jackson de Figueiredo em sua correspondência trocada com Alceu Amoroso Lima. Cristo cura-nos da palidez espiritual agravada pelo mundanismo que afeta nosso ser infundindo-nos Vida, na plenitude de seu sentido, através de seu amoroso sacrifício no maneiro da Santa Cruz.

3. Sou apenas um professor. Hoje, a grossos traços, é tudo o que sou. Obviamente que em minha mocidade quis ser mais do que o indivíduo que me tornei. Não que o moço seja maior que o homem maduro, saturado pelos ares vividos. Não creio nisso. Os moços, dum modo geral, são ébrios de sonhos, o que lhes destoa o olhar. Penso sim que, o moço, tinha a ilusão avantajada a subjugar as vias e caminhos apontados pela razão e, talvez, por isso, hoje eu seja o que sou: apenas um professor. A receita é simples, bem simples: um bom tanto de ilusões sepultadas, uma medida razoável de senso de realidade, tudo junto e bem batido pela experiência com uma leve pitada de convicção e pronto! Eis o que sou: apenas um professor.

4. Devemos sempre agradecer aos Céus por todas as dores e angústias que assaltam o nosso coração. Tais padecimentos são dons derramados diretamente da inefável fonte de Graças celestiais. Sim, sei que tal consideração soa absurda aos nossos ouvidos indisciplinados pelas crendices modernas com toda ordem de ondas hedonistas e materialistas que compõem o cenário societal atual, mas é, gostemos ou não, a mais pura verdade. Por isso acolhamos esses flagelos que açoitam o nosso coração como uma misericordiosa lição que nos é ministrada pelas mãos do Sumo Pedagogo. Deus, em sua infinita sabedoria, sabe que muitas das vezes estamos tão imersos em nossa vaidade e soberba que apenas um sopapo bem dado pode nos despertar de nosso torpor mundano. Ele adentra nosso coração da mesma forma que adentrou o Templo com o acoite em mãos para expulsar os vendilhões. Nosso coração é templo do Senhor e, com muita freqüência, vê-se tomado por toda ordem de mercadores e fanfarrões que devem ser expulsos com gritos e bofetões, com as angustias e sofrimentos que apertam nosso peito. Tendo isso em vista, podemos reagir de duas formas: acolhendo essa graça e limpando a morada de Deus de tudo que o insulta, ou conspirando contra ele, rejeitando-o em nome de nossa suma vaidade.

Pax et bonum
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