Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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Por que desarmar o cidadão de bem e armar a bandidagem?


Anos atrás o Brasil aceitou de forma passiva, quase letárgica, o desarmamento da sociedade, com promessas de redução gradual, e até exponencial de sua violência, considerando que o porte de arma do cidadão comum seria um dos grandes motivos da violência diária nas cidades do Brasil. Ledo engano, a violência aumentou, o contrabando de armas continua de forma gritante, cada vez mais os “bandidos” usam armamentos mais pesados que nossas Forças Armadas, o cidadão de bem todos os dias sofre com o estado de insegurança, crianças usam .45 quase todos os dias em vez de escolas e “carrinhos”, assim, qual a lógica do desarmamento até agora? Praticamente nenhum político consegue explicar, e poucos se atrevem em falar publicamente, principalmente em expor seu arrependimento por esta lei.

De uma forma geral a sociedade se engana com casos esporádicos, ou pontuais de pessoas de bem que utilizam armas e comentem violências caseiras, ou até por problemas mentais, como casos de mortes em família por acidentes, ou por descontrole mental, sem contar ideologias baratas que levam à violência, como no caso dos diversos atentados nos Estados Unidos, Noruega, e até mesmo no Brasil. Mas será que isto tudo se justifica para a manutenção de uma lei, que até agora na verdade só deu condições para a criminalidade crescer junto à uma sociedade amedrontada e sem defesa? Por sinal, uma das bases da lei de desarmamento estava na condição de melhoria da estrutura policial e de segurança pública, inclua sistema prisional, mas o que vemos? Nada, cada vez mais polícias sem infra-estrutura, sem condições salariais, e o pior, despreparo operacional para as ações.


E se compararmos a outros países, a questão tem um diálogo mais profundo, e não raso como foi realizado no Brasil. Por exemplo, não se discutiu a obrigatoriedade, e intensidade da preparação, além do uso técnico do armamento. No Brasil, ter acesso a um brevê de aviação, ou a uma autorização de condução de um automóvel é muito simples, e no final, os mesmos geram acidentes que mais matam do que armas de fogo. Outro ponto, nem toda sociedade quer ter uma arma, imagina se somente 20% da população civil teria autorização, sem estar nas prerrogativas profissionais que têm a devida autorização, alguns casos de criminalidade poderiam ter sido evitados. Por exemplo, lembra do caso do estuprador do coletivo no Rio de Janeiro, que rendeu o motorista, e estuprou uma passageira? Nesse mesmo coletivo, tinham 10 pessoas que ficaram atônitas no fundo do ônibus vendo toda aquela cena de terror, se pelo menos 20%, duas pessoas estivessem armadas, a história teria sido bem diferente. Hoje me pergunto, se direitos humanos e pessoas que defendem o desarmamento deram suporte para aquela cidadã que hoje amarga o terror em sua mente, sem amparo algum do Estado. Já o “bandidinho” armado tem honras de Estado. Desencontro total de valores.

O Blog EXAME Brasil no Mundo conversou com o Professor Bene Barbosa, que é bacharel em direito, especialista em segurança pública, autor de quase uma centena de artigos publicados nos principais jornais do país, fonte para centenas de reportagens e entrevistas e um dos coordenadores da campanha vitoriosa do referendo de 2005, uma campanha governamental para desarmar a população. Presidente do MVB, Movimento Viva Brasil. A visão do Movimento Viva Brasil é muito clara, defende o direito da população se armar de forma consciente, técnica e preparada, além da forma legal, e responder pelo erro que cometer no uso do armamento. Mas também é crítico ao estado de insegurança que a população foi colocada, sem amplitude de defesa, sem segurança policial, e principalmente com um estado contínuo e perverso de violência.

Brasil no Mundo: O estado de insegurança é crescente no Brasil. A violência “galopa” de forma exponencial. Na sua visão, a política de desarmamento resolveu alguma coisa?

Bene Barbosa: A política de desarmamento civil fracassou completamente. Não é nem questão de visão, basta se verificar os números. Em 2012 o Brasil ultrapassou, mais uma vez, a barreira dos 50 mil assassinatos anuais. O número de estupros ultrapassou o de homicídios, já são mais de 54 mil por ano e o Brasil tem a terceira posição dos países com as maiores taxas de roubos da América Latina, perdendo apenas para Argentina e México.

Brasil no Mundo: Por que o Governo Federal, e o próprio Congresso, insistem em desinformar a sociedade em relação ao desarmamento?

Bene Barbosa: Podemos classificar essa atitude de duas formas. A primeira é uma questão de assumir o fracasso, ou seja, prometeram que o desarmamento seria um benefício e isso não passou nem perto de acontecer, muito pelo contrário. Dificilmente chegarão e dirão: nós erramos! A segunda, e que a mais forte e dominante, é a questão ideológica. Desde que começou a ser implantada muitos sabiam que não havia no mundo um só caso onde a restrição às armas de fogo ou o desarmamento civil tenham obtido sucesso em reduzir a violência ou a criminalidade. Sendo assim, fica fácil concluir que grande parte tinha apenas e exclusivamente a meta de deixar nas mãos do Estado o monopólio da força. Quando verificamos o atual viés totalitário do governo atual que tenta inclusive controlar a imprensa e agora a internet, isso se torna cristalino.

Brasil no Mundo: Que experiências, ou modelos internacionais poderiam ser analisadas para a construção de um novo estado de segurança e de auto defesa da sociedade?

Bene Barbosa: Não existe fórmula mágica em segurança pública. Há dezenas de variáveis que precisam ser levadas em conta, mas há duas que são primordiais e funcionaram em todos os país punição e elevação do IDH. País com IDH elevado e punição exemplares e certas são os que possuem menores índices de criminalidade. Lembrando que a necessidade de se melhorar o IDH não significa que a simples distribuição de renda vai diminuir a criminalidade. No Brasil é muito comum a ideia plantada por certos sociólogos que criminalidade tem relação com pobreza. NÃO TEM!

Brasil no Mundo: Quais os grandes desafios do Movimento Viva Brasil?

Bene Barbosa: O maior de todos é, sem dúvidas, a questão política. Grande parte dos deputados aprovam e rejeitam projetos de lei baseados única e exclusivamente na sua ideologia, no que o partido determina ou em opiniões superficiais. Para se ter uma ideia, em uma pesquisa feita pelo MVB com mais de 300 parlamentares, 60% acham que possuir legalmente uma arma não é um direito do cidadão! Isso mostra a deficiência de se conhecer pelo menos a lei que vige hoje.

Brasil no Mundo: Por que a sociedade brasileira assume uma postura totalmente “passiva” sobre as questões de segurança e violência?

Bene Barbosa: Não é só nesta questão. O Brasileiro se acostumou a ser tutelado pelo Estado que ele mesmo tanto critica. A maioria das pessoas sempre esperam que alguém faça alguma coisa. Ficam sempre esperando um salvador da pátria, um messias! Enquanto houver essa passividade continuaremos a ver o agigantamento do Estado e a supressão das liberdades individuais.

Brasil no Mundo: Que propostas você faria para mudar o quadro atual?

Bene Barbosa: Revogação imediata do chamado Estatuto do Desarmamento, a modernização da legislação penal e mudança na estrutura das polícias para que haja celeridade e certeza às punições, além de investimento maciço na educação. Ou seja, deixem que o cidadão possa se defender quando o estado falha, criem a certeza de punição para aqueles que comentem crimes e deem expectativa de boa vida para aqueles que não estão no crime.

Para saber mais sobre o Movimento Viva Brasil acesse - http://www.mvb.org.br

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