Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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TUDO QUE SOBE, UM DIA IRÁ DESCER



Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(1)
Por que uma índia, ou uma aborígene dum canto qualquer do globo, pode andar com os seios à vista de todos e uma mulher no Brasil não pode? Por que tudo é uma questão de sacanagem. Só isso.

Explico-me: numa sociedade tribal todos andam desnudos, porém, seu universo cultural não é erotizado ao extremo, não celebra o sexo como sendo a coisa mais importante da existência. Já a nossa, bem, desde o mundinho escolar até as constelações do show business o prazer sexual, em si, elegante ou depravado, é celebrado – praticamente ele é deificado - como sendo o fundamento de tudo.

Por isso, numa sociedade como a nossa, nem toda nudez será castigada, mas todas serão sensualizadas e, por isso, dificilmente não serão cobiçadas com segundas intenções.

Polêmicas à parte e resumido o entrevero: não digo através dessas míseras linhas que uma dama não poderia expor a sua nudez, não. Digo apenas que não é recomendado, só isso. Como nos ensina São Paulo, tudo posso diante dos homens e de Deus, porém, nem tudo me é conveniente e, na real, grande parte do que queremos, não passa de vaidade, da mais pura e rasteira vaidade.

(2)
O sucesso midiático, que assalta algumas almas, é um companheiro de viagem perverso e mau caráter. Ele faz as almas desavisadas e presunçosas ficarem distraídas com seus superficiais encantos levando-as a se esquecer de quem elas realmente são. Faz com que se sintam invencíveis, imortais, viradas num tiguera e, sem que percebam, cedo ou tarde, o paetê cai, a folia acaba e a estupidez do famosinho torna-se pública, notória e midiaticamente ampliada. Pois é, não são poucos os que caem nesse conto infame e geralmente caem por pura e simples vaidade.

(3)
Quando converso com algumas pessoas, seja na rua ou no comércio, e essas me perguntam qual é minha profissão, respondo: professor.

Bem, de um modo geral, ao ouvirem a resposta, fazem aquela expressão de lamento – de dó mesmo - e dizem reconhecer que, realmente, é absurdo o desrespeito que muitas vezes um ensinador tem de enfrentar, calado e só, em sala de aula; que até pouco tempo atrás havia um forte sentimento de consideração arraigado na sociedade frente à figura do mestre, respeito esse que era claramente ensinado e seriamente cobrado pelas famílias lembrando que antigamente, os pais falavam: "ai se um filho meu desrespeitar um professor"! Enfim, todo mundo conhece essa parte da história e que ela praticamente acabou já faz algum tempo.

Pois é, os tempos hoje são outros. Todos sabem também disso. Porém, pergunto: a quem cabe a maior dose de responsabilidade por esse envilecimento que recai sobre o magistério? Aos próprios professores. Isso mesmo, aos professores.

Explico-me: todas as teorias pedagógicas cínicas que deram origem a essa descompostura que hoje toma conta do sistema educacional foram propostas por professores, intelectuais marxistas, em sua maioria, com toda aquela mentalidade revolucionária de boutique.

E mais! Teorias essas que são endossadas pelos próprios educadores em suas falas e na sua maneira de pensar a educação que vão no mesmo rumo apontado tanto pelos sindicatos da categoria e bem como pelas autoridades burocráticas responsáveis com suas normas saídas diretamente da pena e do tinteiro da Rainha de Copas. Enfim, uma horda de filhos de Paulo Freire que não acaba mais.

Não se pode ignorar que as ideias que hoje tanto maculam e inviabilizam o exercício do magistério são as mesmas que são defendidas com unhas e dentes, conscientes ou não disso, pelos próprios professores que, feito cego em tiroteio, se veem cada vez mais melindrados e isolados no exercício de sua profissão.

Resumindo o entrevero: a atividade professoral não parará de ser pervertida enquanto não forem removidas as teorias perversas que embasam e justificam a mutilação que foi feita no corpo da educação. Muitos sabem disso, outros sobrem com isso, mas a maioria dos professores ignora a realidade desse refrão.

(4)
Não digo que todo aquele que defende vagabundo esteja legislando em causa própria, porém, que há um sexapil mal resolvido na questão isso me parece algo inegável.

(*) professor e cronista

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