Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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A TRISTEZA DO JECA




Por Dartagnan da silva Zanela (*)

(i)
SEMPRE DESCONFIEI, E IREI CONTINUAR até o fim dos meus dias desconfiando, de todo aquele que se vangloria, publicamente, da caridade que fez aqui e acolá, principalmente se essa foi realizada com o chapéu do contribuinte.

Ora, o velho conselho é claríssimo: não deixa que tua mão esquerda saiba o que fez a tua direita (Matheus VI; 3). O dito é antigo e repetido a exaustão em todos os pampas, porém, o conselho bíblico é ignorado olimpicamente por todas as vivas almas que se fazem de generosas, movidas, sempre, pelos mais variados e indignos interesses de ocasião.

E o pior é que tem muito tongo de carteirinha que acha esses showzinhos patéticos a coisa mais linda do mundo. E como tem meu caro Watson! Como tem.

Bem, de minha parte, fico cá com o conselho de Coelho Neto que nos lembra, através de seus rabiscos esquecidos, que a caridade deve sempre ser tal qual a luz do sol, que generosamente tudo ilumina sem mostra-se; e similar ao aroma das flores, que perfuma o ar sem que seja preciso tocá-las. E isso é algo bem diferente do espirito caritativo que reina por essas brasílicas plagas. Bem diferem mesmo.

(ii)
DA MESMA FORMA QUE ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO dos filhos reconhecemos as virtudes, ou os vícios, dos pais, na civilidade dum povo reconhecemos a grandeza, ou a pequenez, dos governantes.

(iii)
SÓ OS MEDÍOCRES TEMEM a solidão. Somente uma alma muitíssimo tosca apega-se a companhias fúteis e entrega-se a conversar vazias e bocós por medo da solitude.

É. A solidão, com sua aspereza pode fortalecer nosso espírito; já a frequência regular em colóquios fúteis irá, com o tempo, nos corromper até o tutano da alma.

(iv)
LEMBRE-SE, HOJE E SEMPRE: este mundo, onde nos encontramos exilados, não é um mar de rosas; é um vale de lágrimas. Meditemos sobre isso e compreenderemos a real natureza da felicidade.


(*) Professor, caipira, cronista e bebedor de café.

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