Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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PÃO E UM POUCO DE VINHO BARATO




Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(i)
A CADA SEMANA QUE PASSA, Brasília amplia mais e mais o seu picadeiro espetaculoso, daquele vil cirquinho sem a menor graça; e faz isso enquanto o Brasil afunda-se, cada vez mais, em sua desgovernada tragédia que, a muito, deixou para traz o cadinho de comicidade que havia em sua histórica desventura. Enfim, o bicho está tão feio que nem dá vontade de fazer piada.

(ii)
LIBERDADE É APENAS UMA PALAVRA que pode, mui facilmente, ganhar um significado com um conteúdo contrário ao seu sentido original. Aliás, essa é uma imagem bem corriqueira e que ilustra perfeitamente os dias atuais. Qualquer lugar onde vemos multidões em cena, vemo-las clamando pela liberação de todos os limites morais para a libertação de todos os nossos instintos, principalmente dos mais baixos, como se tal clamor fosse a quintessência da liberdade, da realização da plenitude humana. Porém, o que tais multidões não se flagram é que, com tais clamores e bandeiras, a única coisa que estão galgando para si, e para todos, são os pesados grilhões da mais vil e ignóbil escravidão totalitária.

(iii)
QUANDO TUDO PASSA A SER balizado pelo relativismo moral, é apenas uma questão de tempo para que a insanidade, travestida de sofisticação, passe a ser o novo critério de razoabilidade e decência.

(iv)
NÃO HÁ, NO HORIZONTE DE CURTO e médio prazo, a menor possibilidade de encontrarmos uma solução política para os problemas que estão a assombrar o nosso triste país. Essa é a mais macambúzia verdade. Ponto. E se não somos capazes de reconhecer, mesmo com pesar, essa infame obviedade é porque, definitivamente, não há, em curto ou longo prazo, remédio para a nossa indigência intelectual e moral.

(v)
CRISTO NÃO É, COMO NOS LEMBRA Joseph Ratzinger, o Messias esperado. Ele é, por definição, o Messias inesperado. Porém, ainda hoje, muitíssimo mais que em outras épocas, cada um de nós, cada qual ao seu modo, continua acalentando essa ou aquela expectativa em relação a Ele na vã intensão de moldá-Lo de acordo com nossa soberba vontade.

Aliás, quem nunca ouviu uma pergunta similar a essa: se Cristo estivesse vivo, hoje, o que Ele diria a respeito da vida que Fulano e Sicrano levam? Pois é. Pergunta tão tola quanto maliciosa. Isso mesmo! Bem maliciosa. E o é por duas razões: primeiramente não é se Ele estivesse vivo. Ele está vivo. Em segundo lugar, ao invés de perguntar-se o que Nosso Senhor diria a respeito da forma como os outros vivem as suas vidinhas, pergunte-se o que Ele falaria a respeito de nossa pessoinha.

Tornou-se mais do que banal na modernidade a ideia de que Cristo aprovaria esse ou aquele comportamento pelas razões mais disparatadas possíveis. Ora, carambolas! Quem de nós não seria reprovado por Ele? Quem? Pois é, a vaidade, como sempre, aí está a nos cegar para as mais patentes obviedades e a abrir caminha para a nossa perdição.


(*) Professor, caipira, cronista e bebedor de café.

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