Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
(1)
Parlar sobre aborto, do
assassinato dum inocente, como se fosse um direito humano fundamental é
simplesmente uma leviandade satânica. Ponto.
(2)
Na cabeça distorcida de algumas
almas perturbadas, matar um inocente abortaria todos os males da humanidade.
Todos, menos o mal que concebeu uma ideia sinistra como essa.
(3)
Um idiota confunde com uma
facilidade abissal as esferas morais, jurídicas e políticas, pervertendo
completamente a sua inteligência e, por fazer isso, sai contando vantagem.
(4)
Quando mais coerente um caipora
quer parecer, mais idiota ele se apresenta com suas flagrantes contradições.
(5)
Se uma pessoa, até o momento,
nunca tinha ouvido falar no caso Celso Daniel, com toda franqueza, deveria
silenciar os lábios e parar de opinar sobre os rumos de país e, principalmente,
parar de fazer aquela típica pose afetada de superioridade.
(6)
Exigir um respeito devido apenas
a um Deus; ficar lutadinho por isso como se fosse um novíssimo direito
fundamental é um claro sinal de que necessita-se urgentemente recobrar o senso
de realidade. Só isso.
(7)
Quem declara que prisão é um
retrocesso o diz por que mora num apartamento seguro e, por isso, jamais cogita
o fato de que quem mais sofre com a impunidade são justamente os mais humildes
que os defensores do fim da cana imaginam estar protegendo.
Sim, todos os defensores desse
trem fuçado são pessoas bem intencionadas que, na melhor das hipóteses apenas
conhecem a pobreza através de uma e outra obra de caridade e, na pior, apenas
através de uma foto compartilhada numa postagem do facebook.
Porém, como todos sabem, aquele
lugar desesperançado está cheio de boas intenções tanto quanto os bairros mais
pobres padecem frente à crescente criminalidade que prospera de vento em popa
em nosso país, muito bem abrigada pelo discurso politicamente correto que
afirma soberbamente que punir não é um bom remédio.
(8)
Quem ignora o fato ululante do
aumento monstruoso dos homicídios e estupros em nosso país e, ao mesmo tempo,
afirma que esses biltres não devem ser encarcerados por tal atitude parecer aos
seus olhinhos ilustrados um retrocesso, deveria, por coerência intelectual e
moral, transformar sua casa num educandário para homicidas e estupradores e
dispor-se, caritativamente, junto com os seus familiares, para recuperar essas
cândidas alminhas injustiçadas pela sociedade malvada.
(9)
Um trem que parece, a meu ver, no
mínimo esquisito é que as pessoas boazinhas, quando se veem diante de um
meliante enquadrado pela polícia, sempre tratam com uma cretina desconfiança os
agentes da lei e uma benevolência cínica o agente transgressor.
É incrível! A impressão que dá,
francamente, é que para essa gente, um criminoso é uma espécie de mocinho mal
compreendido e o policial sempre um malvadão dissimulado.
Enfim, cada cabeça uma sentença.
Sei disso. Por isso, se você pensa assim, lembre-se: na hora do apuro, não
chame os “homi” não. Chame o ladrão. Porque esse é um mocinho mal compreendido
e o outro apenas um representante frio do sistema malvadão.
(10)
Heteronormatividade compulsória
não é um conceito científico. É apenas uma figura de linguagem dentro dum
cínico jogo linguístico.
(11)
Ideologia de gênero é uma
perversão intelectual que, com base num bom-mocismo artificioso, nos leva a
ignorar o óbvio em favor do absurdo.
(12)
Você se lembra o que é um imbecil
coletivo identificado pelo professor Olavo de Carvalho em sua obra célebre?
Não? Não sabe o que é isso? Então vamos
lá: imbecil coletivo é um grupo pessoas de inteligência mediana e, em muitos
casos, até mesmo de inteligência elevada, que se reúnem prazerosamente para
imbecilizar-se mutuamente. Entendeu?
(13)
Toda vez que ouço esse trelelê de
ideologia de gênero e demais absurdidades do bom-mocismo politicamente correto,
lembro-me da frase de Leon Bloy que diz que todo homem que não é santo – que
não almeja e mesmo desdenha a santidade - é um porco. Pois é, atualmente, mais
do que nunca, não há limites pra negação da santidade enquanto possibilidade e
faz-se isso em nome de toda e qualquer imundice que bem apeteça aos vaidosos
egos modernosos.
(14)
Para uma alma, carcomida pelo
politicamente correto, o delírio torna-se a faixa média de percepção da
realidade. A única em seu horizonte.
(*)
professor e cronista.
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