Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

Pesquisar este blog

DIÁRIO DE BORDO: DATA ESTRELAR INCERTA - 005


Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(1)
Conversa fiada com pretensões inteligentes são tão degradantes quanto todo e qualquer papo furado sem pretensão alguma. Em certa medita, e nalgumas situações, o primeiro tipo de colóquio é até mais perverso porque os interlocutores creem piamente que, por estarem fazendo isso, por estarem entretidos num bate-papo cheio de pose e afetação, darão mostras dalguma superioridade intelectual ou moral; superioridade essa que, de fato, inexiste. Em termos substanciais, esse tipo de trelelê, em nada difere do segundo tipo de prosa. A diferença real está apenas na banca, na pose exigida numa e dispensável na outra.

E se digo isso não por maldade não. Não mesmo. Aponto isso porque não existe nada mais letal para inteligência humana do que fiar-se numa conversa com pretensões intelectuais sem que de fato essa seja um diálogo desse gênero. E assim o é porque todo e qualquer saber fingido, com o tempo, embota todo e qualquer conhecimento substantivo.

(2)
Falada ou escrita, a palavra é um dom gracioso de Deus e, por isso, não deveríamos nos entregar ao vil desfrute de desperdiçá-la com coisas tão levianas quanto vãs. Não deveríamos, mas o fazemos diuturnamente com uma sorumbática alegria.

(3)
Em tudo e com tudo pedir a Deus o devido e necessário discernimento.

(4)
É fundamental, indispensável, que fiemos nosso posso na contenção de nossos apetites; principalmente, dos nossos apetites por vãs glórias.

(5)
O caboclo passa, por baixo, quatro horas por dia no celular vendo sacanagem e toda ordem de bobagens; o caipora, todo dia quando chega no seu rancho, liga a televisão, ou a netflix, e fica estrebuchado até tarde da noite vendo qualquer coisa, e assim o fica simplesmente pra ocupar seu tempo ocioso; no fim de semana, de sexta a domingo, fica umas par de horas no boteco falando tranqueiras com qualquer tranqueira que apareça, ou na balada balançando as pelancas e, no frigir dos ovos, ainda tem a cara de pau de dizer que não tem tempo pra ler um bom livro. Bem, o tempo é nosso e o que fazemos com ele é o que somos, por mais que nos esforcemos em fingir o contrário nessa sociedade de dissimulados.

(6)
Silenciar, não é calar; da mesma forma que aquietar a alma não é sinônimo de nada fazer. Silenciar é predispor-se a ouvir a verdade que não cala e aquietar é estar pronto, sempre pronto, para agir a partir da silenciosa verdade ouvida.

(7)
Se, numa conversa sobre política e outros bichos similares, você for rotulado de fascista ou algo do tipo, pode ter certeza que você está diante de um perfeito idiota pretensiosamente crítico que, por sua deixa, é um bicho nem um pouquinho raro na falta brasileira, infelizmente.

Numa situação como essa você poderia recomendar ao seu interlocutor uma pilha de livros sobre o assunto para ele ver o tamanho da asneira que disse; poderia, mas, fazer isso seria uma perda de tempo se você também não leu nada sobre o assunto e não compreende claramente do que foi chamado.

Sim, você sabe que foi chamado de algo terrível, que lhe foi imputada uma ideologia horrorosa, mas, possivelmente, não sabe o que exatamente é esse algo.

Bem, nesses casos é mais do que recomendada a leitura do livro A IDEOLOGIA DO SÉCULO XX do embaixador José Osvaldo de Meira Penna que, pro meu paladar, ainda é a melhor introdução a essa cabeluda questão que é tratada, hoje em dia, de maneira tão leviana por gente diplomada e dissimuladamente inteligente. Os ditos cujos dos idiotas criticamente críticos.

Ah! E, dum jeito ou doutro, não se esqueça de deixar bem claro que fascista é a mãe.

(*) Professor, cronista e bebedor de café.


Nenhum comentário:

Postar um comentário