Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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DIÁRIO DE BORDO: DATA ESTRELAR 160904

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(1)
Que a galhofa faça parte da peleja eleitoral não há problema algum. Na verdade, é um dos temperos que tornam esse angu encaroçado mais palatável para todos, seja para o gosto dos eleitores ou dos candidatos. Agora, vermos a vida (depre)cívica brasileira ser reduzida a uma troça só é sacanagem. Ninguém merece. Ninguém mesmo.

(2)
Os bocó de mola que se declaram alminhas críticas quando palestram sobre a realidade política brasileira, com a boca cheia de criticidade, afirmando que o povo não gosta de parlar sobre política confessam, a todos, que são um profundo poço de alienação.

Ora, se há um trem que as pessoas gostam de conversar é sobre política. Claro que não é do jeito e no tom que as mentes ideologicamente fecais desejam que seja, mas as pessoas conversam sim. Preocupam-se, indagam-se e defendem a causa que acreditam ser a mais justa neste ou naquele momento.

É óbvio que não será isso, falar sobre política, que tornará as pessoas mais dignas, prestativas e boas. Na verdade, as pessoas simples não fazem apenas isso não. Fazem muito mais.

Agora, querer reduzir a vida unicamente a dimensão política, como querem a turminha com duas mãos canhotas, é que nos bestializa. Pena, pena mesmo, que essas pretensas mentes críticas não percebam isso.

(3)
O hino da independência, numa belíssima passagem, lembra a todos os patriotas que “vossos peitos, vossos braços são muralhas do Brasil”. Há, com toda certeza, muitas almas que atendem a esse apelo. Com certeza há. Todavia, atualmente, surgiram entre nós algumas sebosas almas que colocam um partido político vil acima da sua pátria. Não só isso! Cobardes que, no ápice de sua pusilanimidade, usam seus bebês como escudos humanos para defender a perfídia de uma ideologia ímpia.

(4)
Por mais acrobacias discursivas e linguísticas que se use, por mais que se tente disfarçar o indisfarçável, invadir prédios públicos, atear fogo em pneus nas ruas, virar viaturas da política, depredar a propriedade alheia, etc., não é e nunca será um ato cívico-democrático, nem mesmo um ato de desobediência civil. Não mesmo. Atos como esses não passam dum punhado dum vandalismo calhorda, dum terrorismo chinfrim de militontos desmamados. Só isso e nada mais.

(5)
A verdade é somente reconhecida e apreendida quando testemunhada pela consciência individual. Coletividades, ideologicamente engajadas ou não, jamais dão testemunho da verdade, haja vista que essas são desprovidas de personalidade.

(6)
A vida é feita de momentos e, os momentos de nossa vida, são similares ao ato de degustar um cigarro de boa procedência.

Isso mesmo! Para que esse possa ser prazerosamente tragado é indispensável que o braseiro que o anima seja intenso. Se não o for, o fumar, como o viver, torna-se sofrível em cada um de seus momentos, em cada uma de suas tragadas.

E, cada sorvida do fumo, bem ou mal devorada, vai consumindo o dito cujo do rolinho de fumo deixando para traz apenas cinzas; só fumaça e cinzas daquilo que até então parecia ser tão intenso e vivaz.

Enfim, viver é tal qual fumar, goste-se ou não da analogia.

(7)
O voto, quando sufragado, é similar ao ato de comunhão; e o pleito eleitoral, dum modo geral, uma verdadeira celebração onde a sociedade manifesta aquilo que deseja, sente e, principalmente, aquilo que o coração dos cidadãos tem na conta de valioso.

Por isso, muito cuidado, muito cuidado mesmo, na hora de sufragar o seu precioso votinho numa urna, pois, dum jeito ou doutro, gostando ou não, acabamos nos tornando aquilo que comungamos porque, no frigir dos ovos, esse gesto reflete muito daquilo que nós mais admiramos.

(*) Professor, cronista e bebedor de café.

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