TODA VEZ QUE, POR DESCUIDO, presto a indevida atenção aos
produtos da cultura midiática e que me defronto com os assuntos que são
celebrados pelo sistema educacional brasileiro atual, acabo tendo a clara
impressão de que tanto o primeiro quanto o segundo são a expressão cristalina
da lei de Thelema.
A realização do ‘faça tudo o que tu queres, pois essa é toda
a lei’, passou a ser a nova palavra de ordem, onde toda e qualquer rabugice é
entendida como uma espécie de direito pétreo e que, se não for devidamente
atendida, tal desfeita acabará sendo vista como uma afronta contra toda a
humanidade.
E é por isso que toda e qualquer insatisfação caprichosa
passou, atualmente, a ser vista como uma bandeira política criticamente
concebida, tornando o debate político mais cômico do que nunca. Na verdade,
tragicômico.
Ora, uma sociedade que celebra tranqueiras desse naipe como
sendo a pedra fundamental para edificação de sua vida cívica está condenada a
total degradação.
E tem mais uma: afirmar isso não é rogar praga não. É apenas
a constatação duma consequência inevitável, duma obviedade ululante que
insistentemente nos recusamos a ver, como se, tal recusa, fosse melhorar em
alguma coisa a nossa triste nação.
(*) Professor, caipira, escrevinhador e bebedor inveterado de café.
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