ALGO PODE SER TIDO COMO VERDADEIRO ou falso, bom ou ruim,
justo ou injusto, não por causa da convicção ideológica que tenhamos sobre isso
e aquilo, muito menos pela posição política que defendamos aqui e acolá, mas
sim e fundamentalmente, apesar dessas coisinhas.
Toda vez que emitimos juízos sobre a realidade deste ou
daquele fato, guiando-nos unicamente com esses tipos de tranqueiras, ideologias
e seus carrapatos, invariavelmente acabamos caindo vergonhosamente do cavalo da
razão com as ventas no chão.
Ou simplesmente caímos sem corar de vergonha, pois, como todo
mundo sabe, em regra, a vergonha na cara se esgota e seca bem rapidinho quanto
colocamos uma ideologia no lugar da inteligência e transformamos uma opção
política mequetrefe numa tábua de (des)orientação moral.
Enfim, por definição, a realidade de qualquer coisa sempre
foi, e sempre será, muitíssimo maior e mais complexa que o reducionismo de
qualquer ideologia, inclusive e principalmente, a própria realidade desse tipo
de trem fuçado, que é uma ideologia, que tantas pessoas tratam com afagos e pão
de ló.
Por incrível que pareça, nenhuma ideologia cabe dentro de
seus próprios esquemas reducionistas. Nenhuma. E não adiante reinar.
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