Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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OUTRAS CÁUSTICAS REFLEXÕES

Escrevinhação n. 1026, redigida entre os dias 25 de julho de 2013, dia de São Cristovão, e 28 de julho, dia de São Nazário, São Celso e de Santo Inocêncio I.

Por Dartagnan da Silva Zanela

1. Todo Zé Mané presunçoso queixa-se da estultice geral, principalmente dos jovens e do povo (sempre o tal do povo) por não terem o escarrado hábito de ler. Confesso: não conheço nenhum biltre queixoso deste naipe que, de fato, tenha o famigerado hábito. Há uns que se justificam dizendo que lêem apenas aquilo que se refere à sua seara, o que é uma forma cínica de esquivar-se do fato de não terem o excelso costume. Outros ainda dizem que apreciam revistas, mas não são assinantes de nenhuma (devem o fazer quando estão nalguma ante-sala de consultório médico). Dum jeito, ou doutro, são os piores de todos os analfabetos. Sabem ler, não lêem, fingem que são eloqüentes leitores e exigem que todos o sejam de fato. Isso sim é que é uma barbaridade.

2. Muitas vezes ouvimos certas vozes clamando por justiça, arautos que se auto-proclamam defensores do povo (sempre o tal do povo). Sim, ouvimos clamores, mas estes são apenas bramidos de almas carcomidas que desejam empanturrar-se com a ceia amarga da vingança pessoal para lavar sua “honra” ferida, desforrar os interesses pessoais (ou grupais) lesados. Ora, é muito fácil confundirmos as franjas da toga de Themis com as de Nêmesis quando nosso coração está dominado por paixões que nos cegam, impedindo-nos de reconhecer as máculas gestadas por nossas mãos que não mais sabem o quão suave é a humildade que nos faz bater no peito e dizer, contrito, que somos tão culpados quanto nossos antípodas. Resumindo: onde se deseja vingança a justiça não tem nada há declarar.

3. Os gestos, em regra, são duma sinceridade brutal. As palavras, nem sempre. Aliás, raramente. Por isso o falatório excessivo é um cancro, um simulacro socialmente estimulado para desviar nossa atenção da baixeza que nos é inerente e que se faz presente em nossos atos mais cotidianos. Assim, numa sociedade de papagaios, onde todos parlam ao mesmo tempo, constantemente, tudo se torna um fútil delírio. Ninguém ouve, todos falam e, deste modo, melhor alienamo-nos de nossa real condição que, a essa altura, praticamente, é infra-humana. Viver assim é muito cômodo, porém, não é o jeito mais digno de se viver. De mais a mais, quem, hoje, quer saber de dignidade? Quem?

4. Ocorreu-me uma ideia! Aliás, uma proposta para todas as vadias que gostam de marchar de calcinha balançando os peitinhos, destruindo e masturbando-se com imagens sacras (com camisinha, é claro), em plena luz do dia no Rio de Janeiro, chamando a atenção de todos para, como elas dizem, um diálogo aberto e respeitoso com a Igreja sobre a legalização do aborto. Bem, é o seguinte: Primeiro: reciprocidade. Se você assassinar um inocente indefeso indesejado, que tal você ser também abortada pelos mesmíssimos motivos? Imagino que muitos tenham sentimento similar em relação a você. Segundo: que seja universal. Trocando por miúdos: quem defende sua prática deve primeiro abortem-se, retroativamente, visto que, não fora, em tempo, contemplado com tão excelsa garantia. Pois é, assassinar quem está num ventre é refresco...

Pax et bonum
Site: http://dartagnanzanela.k6.com.br
e-mail: dartagnanzanela@gmail.com

Um comentário:

  1. Olá Dartagnan!

    Já faz um bom tempo que acompanho seus escritos e gostaria de saber se poderia reproduzi-los em dois blogs, um de minha inteira responsabilidade chamado "Ser Fundamentos" de conteúdo cristão e conservador e outro coletivo que sou um dos escritores chamado "Blog Do Crato". Este último de um grande número de acessos e acharia conveniente fazer circular artigos seus por lá. Aguardo sua resposta.
    Abraços.

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