Por Dartagnan da Silva Zanela (*)
(1)
Quando um caipora diz que, apesar
de ser católico, é a favor do aborto, o trelelê que ele está dizendo é de outra
ordem. Na verdade, bem provavelmente, ele não passa de um abortista fingindo,
ou imaginando ser católico, mas não é não. Com ideias como essa na cumbuca, o
caboclo é de outro naipe.
(2)
A lição de ética que vem sendo
ensinada pelo partido da ética é a seguinte: toda absurdidade até então
condenada pelos adeptos da referida agremiação, com imagem midiaticamente ilibada,
se torna válida, aceitável e compreensível porque são eles que agora estão
cometendo-as - duma forma mais complexa, é claro - sob a égide de estarem lutando
contra o que eles sempre condenaram: a tal da corrupção. Censuravam mesmo? Desaprovam?
Pois é, no frigir dos ovos, eles sabem muito bem o que estão fazendo, mesmo que
nós, reles cidadãos, não entendamos nada do que eles estão dizendo. Aliás, quem
disse que é para alguém entender alguma coisa? Quem?
(3)
Se pegarmos um indivíduo desde
sua tenra idade até a conclusão dum curso de graduação qualquer, ele terá
despendido, aproximadamente, de dezesseis a dezoito anos de sua vida entre
quatro paredes, numa sala de aula, pra no final disso tudo ter, quem sabe, uma
ocupação profissional razoável e, em seus momentos de ócio, fora das quarenta e
quatro horas de labuta semanal, poder ver telenovelas, programas de auditório,
jogos, telejornais, reality shows, navegar nas redes sociais e, é claro, ouvir
as musiquetas da moda e beber com os seus pares e prosear sobre as mais
variadas futilidades. Pois é, quanto tempo um sujeito é capaz de investir na
realização de tão farta bobajada, de tão abundante disparate.
(4)
É engraçado vermos aquele
amontoado de pessoinhas falando que fulano é inculto, que beltrano é alienado,
enfim, chega varar as raias do ridículo vermos todo esse povinho que ama dizer
que o tal do povo é ignorante, que é isso e aquilo sem perder aquele esnobismo
que é todo deles. E são justamente essas alminhas tagarelantes que passam suas
férias inteiras feito uma lesma, rastejando do controle da televisão para a
tela do seu celular, que amam fazer esse tipo de firula. Pois é. Dissimulações
desse naipe, meu caro Watson, são exemplos mais que perfeitos de alienação, e
da brava. Alienação de gente afetada que adora fazer pose para os outros pra
melhor ignorar a sua própria estupidez inculta. E fazem isso só porque sua
estultice é devidamente diplomada e reconhecida pelo MEC.
(5)
Nas
últimas eleições municipais as redes sociais, em todo o Brasil, foram
amplamente utilizadas nas campanhas e, principalmente, nos - como direi -
duelos de pena e tinteiro digital. No último pleito presidencial, não é preciso
nem dizer. As redes sociais foram o centro da peleja, ditando em muitos pontos
a pauta da grande mídia. Nesse ano temos, mais uma vez, o folguedo democrático em
todas as municipalidades brazucas e, penso eu que, mais do que nunca, as redes
vão ser verdadeiras praças, a ágora dos Brasis nascentes. Agora, se isso é bom
ou ruim, apenas o tempo dirá. Sei apenas que muito do que virá será ditado
pelas tais redes sociais.
(6)
Os
militontos, e aspirantes a tal, vivem dizendo que tudo o que se fala do projeto
criminoso de poder orquestrado pelo Foro de São Paulo e seus demais associados,
entranhado em nosso triste país, não passa de uma grande conspiração forjada
pela grande mídia para nos manipular e blablablá. Porém, duas coisas devem ser
lembradas: (i) quem ocultou durante duas décadas a existência do Foro de São
Paulo – e que continua minimizando a sua importância – é a tal da grande mídia;
(ii) as pessoas que não usam viseiras ideológicas para ver a realidade sabem da
existência e atuação do Foro por causa da internet e das redes sociais, não por
causa dos inúmeros desserviços prestados pela grande mídia. Enfim, no frigir
dos ovos, os únicos que veem telejornais – tontamente - são eles, os cidatontos
e, por tudo verem através de suas turvas viseiras rubras, imaginam que todos os
demais cidadãos sejam como eles. Tolinhos de doer.
(7)
No
dia em que os militontos chiques se compadecerem dos exilados e presos
políticos cubanos, no dia em que eles não mais ficarem paparicando essa corja
de tiranos da estirpe da corja dos Castro, aí sim poderão bater no peito e
exigir algum respeito. Respeito esse que essa laia, com suas predileções
ideológicas, nunca manifestaram em favor das vítimas do totalitarismo vermelho
que a mais de cinco décadas atormenta o Caribe. Tamanho é seu cinismo e
desrespeito manifesto por eles pelas vítimas do comunismo que muitos dos
filhotes dessa ova pútrida assinaram, desavergonhadamente, um abaixo assinado
em favor do inferno castrista, mas nunca fizeram algo similar pelas vítimas do
tártaro que eles tão ardorosamente defendem. Defendem para os outros, mas
jamais para eles mesmos.
(8)
Nunca vi nenhum fofinho dos direitos humanos derramar uma
lágrima que fosse pela vida dum policial que morreu cumprindo o seu dever,
muito menos consolar os seus familiares enlutados. Já vi gente desse naipe se
compadecer até pela sorte de estupradores, mas nunca, nunca, pelo sacrifício de
um policial. Porém, quando o bicho pega, essa escória disca 190 ao invés de
chamar um criminoso, assassino ou estuprador para acudi-lo, não é mesmo? É. É
bem assim mesmo.
(*) professor e cronista
e-mail: dartagnanzanela@gmail.com
fanpage: http://facebook.com/dartagnanzanela
Nenhum comentário:
Postar um comentário