Por Dartagnan da Silva Zanela (*)
(1)
Uma pessoa que faz apenas o que quer e chama isso de
saber aproveitar a vida, não é uma pessoa. É um monstro cínico e cruel que faz
da sua loucura umbilical seu princípio ético fundamental.
(2)
A arte não imita a realidade. Ela a potencializa. A
realidade não imita a arte. Ela apenas a atualiza.
(3)
A vida frequentemente nos surpreende porque esperamos
sempre viver algo que ela não pode nos oferecer.
(4)
Quando um indivíduo, ou um grupelho inteiro, começa com
aquele papinho vagabundo de que eles são os legítimos representantes da
democracia, defensores da Constituição, das tais instituições, que eles são os
portadores da ética, da justiça e do detergente de maça e, que todos os demais,
que discordam deles seriam apenas golpistas, fascistas, homofóbicos e toda
ordem de trambolhos difamantes e mal cheirosos, pode ter certeza absoluta de
que o que vem pela frente é treta e da braba, pois, os caiporas que estão à
frente desse tipo de discurso puristas não passam de uma versão furibunda do
palavrório utilizado, no final da década de oitenta e no correr de toda a
década de noventa, pelo partidinho da ética que, hoje, todos sabem muito bem
qual é o princípio fundamental que norteia os corações e as ações desses
tipinhos repugnantes.
(5)
Discussões, sejam elas no cara a cara ou através das
redes sociais, na maioria das vezes ganham uma repercussão maior do que a sua
real importância mereça.
Os dias passam, a poeira abaixa e aquilo que a pouco enervava
as almas deixa de ser objeto de mexerico e, por isso, não conquista mais o
interesse das almas levianas.
No final das contas, o que a maioria das pessoas quer não
é saber o que realmente é o objeto dessa ou daquela contenda, mas sim, tomar
partido, atiçar fogo na fogueira das vaidades para ter a epidérmica sensação de
que está por dentro do que está acontecendo aqui e acolá. Fingir que está
atualizada.
Por fim, como a Sagrada Escritura nos ensina, não há nada
de novo debaixo do sol. Nadica de nada. A curiosidade vã das almas miúdas
continua no seu velho ritmo de sempre; as mentiras, as calúnias e as intrigas
continuam sendo o que são e a Verdade sendo o que é.
(6)
A Igreja sempre ensinou que o pecador arrependido deve
ser anistiado e a iniquidade, em todas as circunstâncias, veementemente
condenada. Já as ideologias totalitárias como o marxismo, fascismo, racismo,
sexismo e tutti quanti, agem de modo diverso: condenam de maneira inclemente
todos aqueles que consideram vis pecadores, mesmo que estejam dolorosamente
arrependidos, e perdoam, sem pestanejar, o pecado, desde que esse seja cometido
por um dos fiéis membros de suas fileiras militônticas, ou que ele seja
simplesmente perpetrado em favor de suas crendices ideológicas. Aí, nesses
casos, tá tudo limpo. Tamanha é a dubiedade do coração dessa gente.
(7)
Somos realmente civilizados quando não fazemos questão de
usufruir de todos os nossos direitos, quando não ficamos batendo no peito,
gritando aos sete ventos, exigindo isso ou aquilo como se fôssemos merecedores
de todos os mundos e fundos.
Agora se ficamos o tempo todo batendo o pesinho, exigindo
que o Estado nos carregue no colo, por mais que imaginemos o contrário, estamos
agindo feito um moleque borra-botas que faz birra encima de birra, crente de
que o papai irá socorrer-nos, independente do que esteja sendo feito para
indevidamente chamar atenção.
Pois é, tamanho é o estado de demência que impera em
nossa sociedade que, atitudes caprichosas como essa são chamadas - pela mídia,
pelo sistema educacional, por muitos - de cidadania e ensinadas aos mancebos
como tal.
(8)
Não há debate onde a vaidade e a egolatria são os fundamentos
do raciocínio dos debatedores. Num ambiente assim só há afetação caprichosa que
invade e toma o lugar do amor pela Verdade, inviabilizando a realização de um
diálogo sincero.
(*) professor e cronista
e-mail: dartagnanzanela@gmail.com
fanpage: http://facebook.com/dartagnanzanela
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