Por Dartagnan da Silva Zanela (*)
(1)
Morreram dois policiais, dois soldados foram assassinados
quando regressavam para os braços dos seus. Os familiares choram suas mortes,
os irmãos de armas fardam-se de luto enquanto a mídia chique noticia o crime
sem grande alarde e a galerinha dos direitos dos manos silencia; nada fala,
pois o sangue desses humanos, ao que parece, não tem espaço na bandeira de
direitos que eles, com dois pesos, cinicamente defendem.
(2)
As autoridades, investidas de poder através do princípio
da representatividade – que é um dos alicerces de uma sociedade democrática -
são dignas de respeito quando honram aqueles que lhes fizeram a investidura do
poder através do voto sufragado.
Caso contrário, se os cidadãos forem mal representados, o
povo tem o direito/dever de usufruir da garantia fundamental à desobediência
civil, pois aqueles que enxovalham a excelência das instituições merecem toda a
força de nosso desprezo.
Cedo ou tarde os cidadãos brasileiros hão de aprender que
aqueles que se dedicam basicamente a toda ordem de conchavos e oportunismos
canhestros não merecem a nossa deferência, nem a hospitalidade que nos foi
ensinada pela moral transmitida por nossos pais.
(3)
Segundo Confúcio, a sociedade humana sustenta-se em três
colunas: os pais, os mestres e os governantes. Quando essas três colunas
começam a ruir, tudo o mais tende a desabar. É batata! Não tem erro.
Em nosso país, resta apenas uma das três: os pais. Menhir
esse que, diga-se de passagem, já está mais pra lá do que pra cá, tamanho são
os ataques feitos contra a sacralidade da família.
Ataques que vem sendo desfechado pelo segundo alicerce e
através da terceira coluna, com suas ideias, teorias e leis perversas.
Enfim, não é preciso nem dizer o óbvio ululante: uma
sociedade no estado em que se encontra a nossa não tem muito a oferecer as
gerações vindouras que não seja desesperança e perplexidade niilista.
(4)
Todo aquele que não procura ser fiel aos seus amigos e
familiares, que não honra o valor que atribui a sua palavra e que não procede
de maneira zelosa com o seu trabalho, deveria pensar mil vezes antes de dizer
como o mundo deveria ser para tornar-se um lugar melhor. Almas assim, não tem
nada de bom a sugerir a ninguém, nada que realmente mereça a mais mínima
atenção, seja de uma pessoa ou mesmo de um cão.
(5)
A procura pelo conhecimento nos impõe uma disciplina que
nos liberta. O desdém pelo saber livra-nos da disciplina para escravizar-nos. E
isso assim o é porque a primeira é a via da virtude e a segunda a senda viciosa
da estupidificação voluntária.
(6)
Todo aquele que tendo a oportunidade de estudar, não
estuda, provavelmente pode acabar se tornando o objeto de estudo de alguma
pesquisa chinfrim por ser um idiota fingindo ser um estudante que, por sua
deixa, é um espécime que está bem distante da extinção em nossa sociedade.
(7)
Quem nunca encontrou dificuldades para aprender algo,
nunca estudou nada com verdadeira sinceridade.
Todo aquele que não procurou enfrentar e superar os
obstáculos que surgem no ato de conhecer nunca realmente amou o estudo e o que
estava sendo estudado.
Em ambos os casos, o indivíduo que se portou desse modo,
não passa de um idiota presunçoso. Com um estilo próprio em cada uma das
situações, mas com a mesma idiotia fundamental.
(8)
Todo idiota julga-se um gênio por ser capaz de não saber
nada ao mesmo tempo em que palpita sobre tudo. De fato, isso é algo realmente
genial.
(9)
Há momentos em que devemos lutar até a última gota de
coragem para que esperança não morra; como também há tempos em que devemos
recuar e nada fazer, para preservar e cultivar o último fiapo de esperança que
nos resta e, pacientemente, nos preparar para o tempo em que ela nos consumirá,
transubstanciando nossa alma em luminosas tochas para seguirmos, com fé e
coragem, rumo à vitória.
(*) professor e cronista
e-mail: dartagnanzanela@gmail.com
fanpage: http://facebook.com/dartagnanzanela
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