Por Dartagnan da Silva Zanela (*)
(1)
Millôr
Fernandes dizia que intelectual é todo qualquer tonto que assina
abaixo-assinado de intelectuais. Agora quando uma chusma de advogados
militontos assina um manifesto em defesa da petralhada seria o que? Pois é, eu
tava desconfiado justamente disso, mas fiquei com vergonha alheia e resolvi não
escrever.
(2)
Todo
canalha acredita candidamente que seus privilégios indecorosos, garantidos
através de malabarismos legais, são direitos humanos fundamentais exclusivos
que ninguém deve ousar tascar.
(3)
Agrepino
Griego dizia que não é exagero dizer que no Brasil tudo é exagerado. De todos
os exageros, o mais usado e abusado nessas terras de Pindorama é a exagerada
falta de senso do ridículo de muitíssimas de nossas autoridades e, em fartos
casos, de seus representantes legais.
(4)
A
comandanta voltou a chamar os cidadãos - que não são poucos - que clamam por
seu impeachment de golpistas, alegando que depor um presidente simplesmente por
não gostar dele seria um atentado contra a democracia.
Não
comandanta. Não. Muitas pessoas querem a sua queda, de seu partido e de seus
aliados por aquilo que vocês tão bem representam: por causa da inegável sanha
totalitária, pela sua total incapacidade administrativa e devido a sua inegável
perversão moral presente na sua maneira de (des)governar o nosso entristecido
país.
Enfim, não é uma questão de afeto ou desafeto não. Não
mesmo.
(5)
Chamar
as depredações do patrimônio público e particular, que estão pipocando em
muitas cidades brasileiras, de manifestações democráticas seria a mesmíssima
coisa que chamar as marchas da S.A Nacional-socialista Alemã e as fileiras dos
Camisas Negras Fascistas italianos de movimentos sociais democraticamente constituídos.
(6)
Todos
aqueles que saem às ruas com a clara intenção de entrar em confronto com as
forças policiais, que para o trânsito para depredar o patrimônio público e
particular, acreditando que estão exercendo o seu direito a tal da cidadania,
com o perdão da palavra, não são cidadãos, nem manifestantes, nem mesmo
foliões. São sim, bandidinhos sem vergonha da pior espécie, querendo criar um
factoide político que venha a beneficiar o projeto criminoso de poder que eles,
sonsamente cônscios, tão orgulhosamente defendem.
(7)
Cabeça
de mortadela engajada funciona mais ou menos assim: para essas alminhas,
investigar os malfeito do projeto criminoso de poder é um delito de lesa pátria
imperdoável, porém, defender a caterva de incompetentes capazes de tudo que
afunda o país na lama promovida por esse governo com pretensões totalitárias, é
um ato patriótico que eles cumprem orgulhosamente em nome de seus delírios
ideológicos que, não são poucos, diga-se de passagem.
(8)
Bobão
que defende ladrão não merece nem mesmo um insulto de atenção.
(9)
Alguém
tinha que explicar para essa gurizada que gosta de tacar fogo em ônibus e ficar
virando carros da política que há uma diferença abissal entre negociar algo
como um cidadão decente e dar chilique de marionete revoltadinho que faz tudo o
que o chefe da matilha ideológica manda. O dia em que essa gente compreender
essa nada sutil diferença eles terão vergonha, muita vergonha, do papelão que
estão fazendo. Sim, quando isso ocorrer já será tarde, mas será alguma coisa.
(10)
Os
militontos, travestidos de intelectualóides progressistas, não se contentam em
apenas violar os mais elementares princípios éticos e em subverter as mais
rudimentares normais morais. Eles labutam, acreditem, e muito, para que a sua
perversão, para que a sua ignóbil soberba torne-se o novo preceito moral, o
novo fundamento ético.
(*) professor e cronista
e-mail: dartagnanzanela@gmail.com
fanpage: http://facebook.com/dartagnanzanela
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