Por Dartagnan da Silva Zanela
(1)
Tem
um e outro idiota com duas mãos canhotas, aqui e acolá, cantando alegre e
ironicamente que se percebe que a crise realmente está feia, muito feia, haja
vista as fotos dos festejos do fim de ano que as pessoas, de um modo geral,
publicaram nas redes sociais. Digo idiota porque geralmente gente fútil assim
imagina que as pessoas deveriam estar se lamentando pelos cantos diante da bela
“m” que nosso país está graças a incompetência cleptocrática que rege o nosso
país.
Todavia,
as pessoas dum modo geral não são débeis e frívolas como esses tipinhos não. As
pessoas minimamente decentes, mesmo diante da mais dura realidade, são esperançosas;
procuram sempre rir e sorrir mesmo quando não há muito para tal.
Por
isso, lembro-me agora duma cena da Primeira Guerra Mundial. Numa véspera de
Natal foi acordada uma trégua entre as forças beligerantes e, em meio a essa,
os soldados dos fronts inimigos se irmanaram, rezaram e festejaram juntos,
apesar de estarem em meio à lama e piquetes erguidos com rolos e rolos de arame
infartado. Mesmo em meio a total desesperança os soldados encontram uma pequena
chama da essencial virtude divina.
Uma
cena como essa, resguardada as devidas proporções, é análoga às que vemos nas
fotos exibidas pelas almas anônimas brasileiras que, mesmo com o orçamento
apertado ou, em casos mais tristes, desempregadas, procuram manter viva a luz
da fé em seu lar, junto de sua família, mesmo que a ironia agourenta dos
idiotas rubros de plantão, dos bajuladores dos tiranetes sem valor, queira
furtar-lhe até mesmo esse pouco de alegria e esperança que lhes resta.
(2)
Quando
o governo brasileiro diz que irá prestar algum serviço graciosamente, ou dar
alguma benesse para os cidadãos, pode ter certeza que esse trem fuçado será
pago pelo tal do cidadão favorecido e, ainda por cima, mais do que
provavelmente o caboclo dificilmente receberá o bem que compulsoriamente foi
pago adiantado por ele. Esse é o preço a ser pago para ser iludido graciosa e
civicamente pelos comuno-larápios.
(3)
Jornalismo
é um ato de provocação que, com sinceridade, perscruta a verdade onde quer que
ela esteja. Qualquer coisa que não seja isso é apenas uma gambiarra servil, um
trambolho fantasiado com uma dignidade que não lhe cabe e que existe apenas
para lamber as bodas dos facínoras, tiranos, tiranetes e canalhas que se
apoderaram do poder.
(4)
Mais
do que nos mostrar a eficiência de uns e a ineficácia de outras ações humanas,
a história, enquanto mestra da vida, ensina-nos laconicamente o quão vão e
frívolos são os propósitos dos agentes históricos envolvidos neste ou naquele
acontecimento e, principalmente, mostra-nos o quão fútil somos enquanto
indivíduos; sujeitos toscamente petulantes com sua pseudo-consciência crítica e
presunçosamente medíocres em sua suposta capacidade de ação (depre)cívica.
(5)
A
história teria muito a nos ensinar se realmente estivéssemos dispostos a
aprender algo dela que não fosse apenas o reflexo de nossa imagem deformada
pelo pedantismo que nos domina.
(6)
O
marxismo não passa de uma pseudo-religião vulgar, de uma seita que corrompe e
degrada qualquer coisa que seja tocada pela sua pretensiosa má intenção de
querer explicar a realidade ao mesmo tempo em que confunde e destrói tudo para
melhor favorecer a realização de sua sanha totalitária.
(7)
É
fundamental para que mantenhamos firmes os alicerces da tal da democracia que
cultivemos o devido respeito pelos nossos adversários. Por todos eles.
Vale
lembrar que uma das maiores deferências que uma pessoa pode receber de um
antagonista é ser tratado por ele com base nos valores que defendemos.
Tendo
isso em vista, lembre-se sempre de dar a todos aqueles bajuladores das
ditaduras totalitárias de Cuba, Coreia do Norte, China e tutti quanti o tratamento
que é dado aos opositores desses regimes despóticos.
Não
sei se eles vão gostar disso não, porém, penso que seria interessante tal
tratamento para que conheçam melhor as asneiras que eles defendem com tanta
paixão.
(8)
As
almas infantilizadas, dum modo geral, tem medo de que os outros pensem que eles
sejam um idiota vulgar; já as pessoas maduras temem ser um.
(9)
Quem,
por simpatia ideológica pelo comuno-petismo, faz pouco caso da crise que vem
arrastando o Brasil não tão lentamente para a lona, não tem o menor respeito
por aqueles que estão padecendo com o quadro atual. Na verdade, essa gente que vive
cinicamente falando em solidariedade e pobreza são incapazes dum verdadeiro gesto
de amor ao próximo.
(10)
Todos
os preços subiram. Especialmente os administrados pelo Governo Federal. O
salário mínimo também. Porém, a galerinha criticamente crítica do Movimento
Passe Livre considera uma afronta imperdoável que a tarifa do transporte
público ouse subir porque, para essa gente, buzão deveria ser movido e custeado
pelo vento regiamente estocado pela sua amada comandanta.
(*) professor e cronista
e-mail: dartagnanzanela@gmail.com
Fanpage: http://facebook.com/dartagnanzanela/
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