Por
Dartagnan da Silva Zanela
TEM QUE
APRENDER - Uma pessoa que se esforça em ser honrada não penaliza inocentes
para obter a realização de seus interesses. Isso é algo tão simples que toda
pessoa minimamente decente deveria saber. Quer dizer: toda pessoa decente sabe
disso; apenas aqueles que fingem ser dignas não sabem e não estão nem um pouco
interessadas em saber algo sobre esse babado.
A CURA - Napoleão sabia das coisas.
Como sabia! Dizia ele que era muito mais fácil manipular os homens massageando
os seus egos miseravelmente inflados do que, intentar isso, incentivando neles
a prática duma virtude.
Para
que a massa (depre)cívica realize os seus projetos, ele recomenda que
instigue-os a prática de qualquer sandice, qualquer uma, fazendo-os crer que
essa seja digna dum cidadão crítico e atuante e pronto. Desse modo, eles
realizarão os seus objetivos como se fossem deles mesmos. E farão isso feito
servos fiéis, crendo candidamente que estão lutando conscientemente pelos “seus
ideais”.
Basta
dizer para a massa ululante que eles são merecedores disso ou daquilo, que o
céu é o limite para os seus quereres que, num estalar de dedos, as pessoas
serão capazes de qualquer atitude impensada em nome disso ou daquilo por
acreditarem que isso ou aquilo seja “seu direito”, inclusive dando-se ao
desfrute de serem usadas em qualquer manobra política; felizes da vida por
estarem sendo usadas em propósitos que elas ignoram. Pior! Elas bem
provavelmente sentirão orgulho disso.
Fazer
o que? A vida é assim mesmo. Para a turba não há remédio. Porém, existe vacina
para os indivíduos que desejarem a cura. O problema, nesse caso, é o de
encontrar indivíduos que desejem sinceramente recuperar a sanidade.
NÃO É ASSIM QUE SE FAZ - A alma,
forjada na virtude da coragem, sacrifica-se graciosa e voluntariamente em
defesa dos inocentes. Agora quando uma alma sacrifica uma multidão de
inocentes, escondendo-se atrás deles para defender os mesquinhos e impensados
interesses de um grupelho, tal atitude apenas reflete o quão lúgubre e covarde
é sua alma, mesmo que acredite, candidamente, ser uma figura heroica. Aliás,
todo covarde acredita estar justificado em sua fraqueza.
EGOCENTRISMO TRIBAL - O louco não é
aquele que tem dúvidas. Pelo contrário. Insano são aqueles que perderam tudo,
menos a razão. Aliás, os doidos de pedra acreditam estar sempre montados na
razão, por isso em nenhum momento param para refletir sobre os seus desatinos.
Por
essas e outras que raras, raríssimas, são as multidões que manifestam alguma
lucidez. Um pingo que seja. Em sua maioria inconteste, não passam de uma
multitude de desorientados egocêntricos que, na soma de seus egoísmos
corporativistas, acreditam estar fazendo algo de bom ao mesmo tempo em que
ignoram insanamente o que seja a bondade. Eles imaginam saber o que é o bem ao
mesmo tempo em que desprezam totalmente os efeitos danosos de seus atos.
UM TREM DESCARRILADO - Que nossa classe
política é de pouca valia todos nós o sabemos. Até as pedras sabem. Meu
cachorro também sabe disso. Porém isso não me autoriza a agir de maneira
mesquinha e cínica como eles. Proceder desse modo não melhora em nada a nossa
triste sociedade. Pelo contrário. Apenas a piora, mais e mais, reduzindo-nos a
sujeitos piores que eles, por imaginarmos que agindo de maneira vil e tacanha
estaremos derrotando a baixeza que eles representam.
Quando
partimos para o vale tudo, quando ignoramos os estragos promovidos pelos efeitos
colaterais de nossas ações, estamos ensinando para todos, de maneira especial
aos jovens, uma sombria e triste lição: de que podemos tudo desde que batamos
insana e insistentemente o pé.
Pois
é, se querer querendo, acabamos por infantilizar em massa os adultos ao mesmo
tempo em que pervertemos toda a tenra geração. E depois de todo estrago feito,
chamamos isso de cidadania crítica. E põem crítica nisso.
INFANTILIZADO - Sabe qual é a diferença
básica que há entre um adulto e uma criança crescida? É bem simples: quando
ocorre algum problema, o segundo, rapidamente, diz que a culpa não é dele. Que
não foi ele que fez e, por isso, a responsabilidade não pode recair sobre os
seus ombros. O adulto, por sua deixa, age de maneira diversa. Ele vê o erro e,
simplesmente, faz o que deve ser feito. Se encontrar o culpado, procurará
responsabilizá-lo, mas antes, resolverá o que deve ser resolvido. Caso
contrário, sofrerá, em silêncio, essa pequena injustiça para não penalizar
muitos pelo erro de um biltre. Entendeu a diferença? Pois é, eu sabia que você
entenderia tudinho tintim por tintim.
Blog2: http://zanela.blogspot.com
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